Bruno Tank é co-fundador e principal treinador da Soul Fighters, equipe consagrada no cenário norte-americano de Jiu-Jitsu, e que vem expandindo cada vez mais. Com a academia fechada por um longo tempo em 2020 devido às restrições para conter a disseminação do covid-19, o treinador só conseguiu voltar a ministrar seminários nos últimos meses, podendo levar o seu conhecimento e de companheiros para academias em todo os EUA:
— Voltar a ministrar seminários tem um sabor especial, é muito gratificante poder viajar, ter essa troca, continuar no caminho que tem que ser feito para o Jiu-Jitsu crescer. Realmente tem um sabor especial, claro, respeitando sempre todas as normas e todos os protocolos de segurança, sem expor ninguém, estamos tentando vencer juntos nesse caminho que estamos percorrendo — declarou Bruno Tank.
Destaque nas categorias infantis e juvenis, a Soul Fighters tem como grande resultado recente as 20 medalhas que faturou no Pan No Gi. Treinador de renome no cenário internacional, Bruno Tank é irmão mais novo de Augusto “Tanquinho”, que também é um dos cofundadores da equipe. Contando com um time de grandes estrelas, a equipe tem grandes planos para o futuro, expandir a marca pela Europa e nos EUA estão entre as metas da Soul Fighters como revelou Tank:
— O nosso plano não mudou, na verdade continua, apenas adaptamos algumas coisas, principalmente relacionado a metas. Temos planos não só para a Europa, mas também nos EUA de uma forma geral. A Soul Fighters está passando por uma restruturação interna como associação para se tornar uma empresa que gerencia marcas e licenças de produtos, tudo que for ligado ao Jiu-Jitsu. Devido a pandemia, aproveitamos esse tempo para reavaliar, estruturar, e planejar o melhor caminho para a Soul Fighters, antes mesmo de expandir, estamos reestruturando para que venha muita coisa boa pela frente.
Bruno possui experiência de uma vida na arte suave, graduada à faixa-preta em 2004 por Álvaro Mansor e Francisco Mansor, Bruno ganhou rápido destaque até fundar a Soul Fighters com outros atletas em 2008. Atualmente no Texas, onde comanda a sede da Soul Fighters nos EUA, o lutador acompanha de perto a evolução da modalidade em solo norte-americano, ao mesmo tempo que enxerga as dificuldades, e falta de investimento que pouco evoluem no Brasil. Apesar de ainda apostar na capacidade técnica brasileira, o treinador acredita que a hegemonia brasileira pode ter fim ao longo dos anos:
— O crescimento nos EUA é absurdo, o mercado é maravilhoso para qualquer esporte, o futebol (soccer) inclusive já movimenta mais dinheiro que algumas ligas europeias. Com o Jiu-Jitsu não é diferente, só vem crescendo cada vez mais, acredito que ainda não está perto de 30%, 40% do mercado que tem potencial, as possibilidades são enormes. Como business acredito que não só o Brasil, como qualquer país do mundo tem dificuldade em competir com os EUA, pelo menos no nível de mercado. Já com relação ao nível técnico, não vejo ficando para trás, mas é preciso ser feito algo, principalmente a longo prazo. Nos EUA as crianças recebem muito investimento, é muito mais fácil se profissionalizar, com isso o Brasil deve perder espaço ao longo dos anos. É preciso de um investimento de décadas, profissionalização, e ainda mais projetos para que essa realidade possa mudar no Brasil, já existem projetos no Brasil como o Dream Art e outras equipes profissionais, mas como um todo precisa haver uma mudança de abordagem — alertou o treinador.
A Soul Fighters hoje conta com academias afiliadas em vários lugares dos EUA. Apostando no desenvolvimento e crescimento da marca, Bruno Tank espera continuar revelando grandes nomes para a modalidade.