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Conheça Tânia Amorim, cantora que alia combate ao racismo e MPB há 36 anos

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Cantora, de 67 anos, é filha de cantores e busca por espaço no mercado da música em meio a etarismo e estereotipização de cantoras negras

Sessenta e sete anos e negra. Há 36 anos a  cantora Tânia Amorim busca por espaço no mercado da música. Com um reportório de dar inveja, sua voz grave e aveludada, já lhe proporcionou experiências incríveis como ser backing-vocal num CD de Caetano Veloso e ter feito um show na Sala Cecília Meireles, mas ainda assim ela sabe que nem tudo são flores e tem que ainda hoje, lutar com unhas e dentes para conseguir espaços para cantar, apesar do seu talento reconhecido e inegável. 

As inspirações musicais de Tânia vêm de berço, através de seus pais: A mãe cantava as músicas de Ângela Maria em casa. Seu pai, barítono, cantava jazz, samba e seresta, além de ouvir constantemente Leny Andrade e Elizete Cardoso, que inspiram o seu trabalho até hoje.

Mudança musical

Apaixonada por MPB e Jazz, ela canta profissionalmente esse estilo há 36 anos. Antes se apresentava interpretando música erudita e áreas, mas foi seduzida pela música popular em 1988, quando participou do espetáculo Missa dos Quilombos, nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio.

Apesar do talento que a fez se apresentar em grandes palcos, o preconceito não permite que ela possa viver apenas de sua arte, apesar de ser Bacharel em Canto, pela UniRio. Apesar desses contratempos, Tânia já foi backing-vocal de Caetano Veloso no CD Todas as Cores. Apresentou-se no Consulado Geral da França, na Sala Cecília Meireles, entre outros teatros e casas de espetáculos no Rio e em São Paulo.

Racismo na música

Ser mulher negra cantora, no Brasil, não é uma coisa fácil. Conversando com outras mulheres negras cantoras, ouço sempre a mesma narrativa. Os produtores de shows e eventos, sempre, elogiam o nosso trabalho, a nossa voz, nos convidam para cantar, mas, nunca têm dinheiro para nos pagar, querem que cantemos de graça. Esse é um desrespeito muito comum, pois o Brasil é um país racista, e esse racismo é estrutural, é o que determina quem você vai ser, quem vai vencer e quem vai perder, quem vai ficar e quem vai sair. E eu já vivi muitas situações nas quais você percebe a presença do racismo”, relembra.

Inclusão

Para Tânia é fundamental que mais pessoas negras conquistem visibilidade, para que a arte seja mais plural e inclusiva: “É muito importante ter a oportunidade de ter o microfone para cantar e, ao mesmo tempo, para dizer. Dizer para a outra mulher preta, que é possível ela estar ali, também; dizer para as crianças e para a juventude preta que eu estou aqui por elas e para elas e que podemos caminhar juntas. Sonhar é possível, e viver o sonho, também.

Tânia ainda reforça sobre o papel da representatividade. Estar e ser vista em todos os lugares tem muita importância, pois, a sua presença leva a música e a cultura negra e ser mulher negra e artista é um ato de resistência. Resistência que começa a dar frutos bastante significativos para a sociedade de uma forma geral na arte e na cultura brasileira. 

Saiba mais sobre Tânia:

Tânia Amorim é cantora carioca. Mulher Preta, filha de Oxum. Mestra em Etnomusicologia, dedica-se à pesquisa da cultura e da música sacra afroancestrálica e afro-diaspórica. 

Tânia é maestrina; professora de teoria musical, história da música brasileira e história da formação da cultura brasileira; e de canto. Fundadora e diretora musical da Cia. Musical Africanamente. Diretora e pesquisadora do documentário “Bangbala, que eu receba riqueza”. Idealizadora, pesquisadora e curadora da coletânea de documentários Memória do Povo de Santo. E também, idealizadora e diretora da Conferência Tambores do Atlântico Negro, finalizando a Década Internacional dos Afrodescendentes/ONU.

Serviço

Confira os trabalhos de Tânia no Youtube: https://youtube.com/@taniamorim?si=pTL0INMGdmvBezKA

 

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