* Empresas apostam em espaços que unem criatividade e inovação
* Hubs oferecem atividades gratuitas culturais e educativas
Uma das principais tendências de empresas comprometidas em promover a intercooperação por meio da tecnologia, do conhecimento e da geração de ideias criativas é apostar em hubs de inovação. Físicos ou virtuais, esses espaços funcionam como pontos de encontro entre empresas, startups, universidades, investidores, empreendedores e pesquisadores, além de aproximar gerações. O movimento comprova que a nova economia precisa desse aliado para se desenvolver e ganhar corpo num mundo cada vez mais digital e personalizado.
Ao lado de gigantes como Bradesco e Itaú, que possuem seus próprios hubs, o Grupo Unite fundou a Casa Une, o primeiro hub de inovação, conhecimento e negócios da Zona Norte de São Paulo. “Nosso espaço é a prova de que é possível investir em regiões frequentemente esquecidas por conta de sua localização, considerada fora do eixo privilegiado. Queremos desafiar essa lógica — nosso propósito é justamente tornar o conhecimento acessível e compartilhado com toda a comunidade”, diz Natalia Castan, CEO do Grupo Unite.
Seguindo as premissas dos hubs de inovação, que incluem um ambiente colaborativo e uma infraestrutura moderna com direito a espaços de coworking, laboratórios, salas de reunião e, até equipamentos tecnológicos de ponta, os hubs são essenciais para promover a economia colaborativa, um dos principais fundamentos do mundo moderno. E, além disso, fomentar negócios.
Para Natalia, o movimento das empresas de investir nesses espaços é fundamental para promover um novo posicionamento corporativo, que engloba desde compromissos com a agenda ESG até iniciativas voltadas à saúde mental. “O compromisso dos empregadores precisa ser repensado em cada uma de suas ações. Quando uma empresa investe em iniciativas como essa, demonstra uma postura alinhada à responsabilidade social e ao desenvolvimento sustentável. Mais do que oferecer conhecimento, estamos criando um espaço que promove bem-estar e uma relação mais saudável com o trabalho e consigo mesmo ”, observa Castan.
Outro ponto destacado por Natalia é que a Casa Une tem, ainda, um papel de trazer a tecnologia ao dia a dia de forma prática e simples, principalmente de forma inclusiva. “A falta de capacitação por parte das empresas tem sido um dos principais entraves para o uso eficaz da tecnologia. Enquanto dados indicam que trabalhadores mais jovens e com nível educacional mais alto têm maior familiaridade com IA, profissionais acima de 50 anos e aqueles com menos acesso à educação formal encontram mais dificuldades para incorporar essas ferramentas ao seu cotidiano. “O resultado é uma desigualdade crescente no mercado de trabalho, em que apenas uma parte da força laboral está preparada para aproveitar os avanços das novas tecnologias”, afirma a especialista. Foi diante desse cenário que ela decidiu criar formação específica de inteligência artificial voltada ao público acima de 50 anos. “Incluir é a nossa missão — independentemente da idade, formação ou classe social.”
A Casa Une oferece diversas formações, atividades culturais com exposições sempre presentes, biblioteca com acervo de livros para empréstimos, clube de leitura,entre outros, tudo de forma gratuita. O espaço possui curadoria de Jair Marcatti, sociólogo e historiador, que trouxe ao espaço elementos importantes para que ele se torne um lugar de colaboração, acima de tudo. “O que buscamos é realmente oferecer um espaço de troca, crescimento e multiplicação do conhecimento. Mesmo com o nosso mundo cada vez mais tecnológico e repleto de plataformas digitais, nos conectar presencialmente é um diferencial que aproxima gerações e faz com que possamos nos encaixar nesse novo universo”, finaliza a empresária, que comanda o Grupo Unite e sua spin-off de tecnologia Une.CX.
