Movimento propõe mudanças na educação para gerar mais autonomia e liberdade
Estudado em diversos ambientes, da faculdade de pedagogia em SP a cursos de licenciatura nos demais estados do país, esse movimento de educação STEM está se tornando mais popular no Brasil nos últimos anos, mas não é propriamente algo novo. Surgido há algumas décadas nos Estados Unidos, o STEM education é uma alternativa aos modelos mais tradicionais de ensino.
STEM significa Science, Technology, Engineering and Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português), e propõe o ensino de um currículo mais inovador nas escolas. Por isso, não se trata de uma metodologia, e sim de um movimento que pretende mudar a maneira que os alunos são ensinados, trazendo uma alteração global na educação.
Como o próprio nome do termo sugere, a partir da união de diferentes ciências tecnológicas, a proposta pretende preparar os estudantes para um cenário em que o domínio da tecnologia, principalmente digital, se torna necessário para lidar com as exigências do mercado de trabalho e do dia a dia.
Afinal, os EUA já sofriam com uma preocupação antiga, que começou a aparecer a partir da década de 1990: a ausência de pessoas qualificadas para ocupar vagas no mercado de trabalho. Isso poderia ser um colapso econômico e empregatício, que levariam a um caos social no país. Além disso, relatórios educacionais demonstravam que os alunos estadunidenses tinham um baixo desempenho nos exames internacionais padronizados, como é o caso do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).
O cenário demonstrava a necessidade de encontrar alternativas para estimular nos alunos a procura por esses campos da tecnologia, tornando o STEM uma alternativa que ganhou prioridade nos EUA a partir dos anos 2000 para evitar problemas no futuro. Desde então, programas que levam em consideração os eixos STEM recebem bilhões de dólares em investimento.
O movimento chegou a diversos países, incluindo aqueles que não são reconhecidos pelo alto nível tecnológico, como o Brasil e a Índia.
No Brasil, o movimento mudou os programas educacionais, principalmente nas escolas bilíngues, além de instituições que oferecem cursos privados voltados à tecnologia, como robótica, programação e outros.
Nas escolas particulares, também se tornou comum a mudança do currículo dentro das áreas de ciências e tecnologias, buscando implementar as lições do movimento STEM. Entretanto, no ambiente público, as iniciativas STEM ainda são tímidas e muito centralizadas em alguns programas, fazendo com que a maior parte dos estudantes não consiga acessar esses conhecimentos.