A criação de animais exóticos tem se tornado cada vez mais comum nas casas dos brasileiros. Papagaios, canários, chinchilas e até mesmo certas espécies de serpentes têm ocupado o lugar dos tradicionais cães e gatos. É importante lembrar que o cuidado e comercialização de todo tipo de animal deve passar por um rigoroso processo de avaliação e legalização, garantindo a segurança e bem-estar dos animais e de seus tutores.
Segundo o professor do curso de Medicina Veterinária da Unijorge, Dr. Marcos Mendonça, para entender o processo de legalização na criação de animais exóticos é necessário identificar a diferença entre as espécies exóticas e silvestres. “A primeira, ao contrário do que muito se pensa, não diz respeito a tipos inusitados de animais, mas sim, na verdade, aos que se encontram fora da sua fauna original”, explica.
É preciso separar animais exóticos de animais silvestres. Os animais exóticos — a exemplo dos porquinhos da índia, calopsita e hamster — são animais não nativos da região que podem ser criados e vendidos legalmente nos petshops. Estes não precisam de autorização do órgão regulador, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou órgão estadual/distrital para serem criados em casa.
Por outro lado, os animais silvestres, que são espécies pertencentes ao território nacional, como iguanas, serpentes, corujas e araras, são animais que só podem ser criados se adquiridos em criatório comercial legalizado pelo Ibama ou órgão estadual/distrital, configurando crime ambiental para os casos de ilegalidade. “As pessoas precisam ter autorização do Ibama ou órgão estadual/distrital, além do registro de aquisição dos animais”, destaca Marcos.
As compras feitas nas ruas, nas rodovias, ou até mesmo de pessoas que procriam ilegalmente dentro de suas casas, por exemplo, são ilegais.”Esses animais devem ser apreendidos e as pessoas estão sujeitas a multa e prisão”, diz o profissional. Importante ressaltar que a venda de animais silvestres sem a devida autorização dos órgãos competentes é caracterizada como crime ambiental.
Manter um animal exótico não é uma tarefa fácil e requer muito cuidado e acompanhamento profissional. Com a necessidade de adaptação às novas condições do novo habitat, algumas questões como habitação, climatização, entre outros, devem ser consideradas para garantir a qualidade de vida dos animais, que variam de espécie para espécie, esclarece o professor. A exemplo de aves, como arara e papagaio, o ambiente deve ser pensado de forma equilibrada, suprindo as necessidades de locomoção, voo, assim como alimentação específica.
“Todo e qualquer animal que venha entrar em convívio com a família precisa de acompanhamento veterinário, até porque ele é responsável por avaliar o criadouro, além de identificar possíveis patologias que possam afetar o estado clínico dos animais”, finaliza.