Após a sessão do espetáculo “A Pane” do dia 08/05/2022, no teatro Faap, o presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA, Jorge Forbes, debate com o ator e dramaturgo Oswaldo Mendes sobre aspectos psicológicos da encenação.
A experiência de debates após o espetáculo foi realizada na primeira temporada, quando participaram nomes de relevância do universo jurídico, como Augusto de Arruda Botelho, Alamiro Velludo e Alberto Toron. A produção do espetáculo procura, nesta segunda temporada, ampliar o debate para outras áreas do conhecimento refletidas na peça, como a psicologia e a filosofia.
SOBRE A PEÇA
O espetáculo “A Pane”, sucesso de crítica e público, inspirado no conto do escritor suíço Friedrich Dürrenmatt e dirigido por Malú Bazán, volta ao palco do Teatro Faap para mais uma temporada, entre os dias 6 de maio e 12 de junho. O elenco traz Antonio Petrin, Oswaldo Mendes, Heitor Goldflus, Roberto Ascar, Cesar Baccan e Marcelo Ullmann.
Ao chamar de “A Pane” seu conto (depois transformado em teatro), Dürrenmat não estava só pensando na falha mecânica de um Jaguar, que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito a este nosso mundo, repleto de imperfeições e catástrofes, de falhas da Justiça, de culpas e desculpas. Dürrenmat é daqueles autores que divertem e dão o que pensar.
A situação é inusitada. Um jogo em que octogenários juristas aposentados encenam suas antigas ocupações e, como diz o juiz anfitrião, agora não mais presos “a formas, protocolos, leis e todo o entulho inútil dos tribunais”. Neste jogo eles enredam um próspero representante comercial. Qual o seu crime? Não importa: “crime é algo que sempre se pode encontrar”.
Ao brincar de tribunal, os personagens nos fazem questionar o conceito de justiça, o sistema de Justiça, e este nosso mundo “de inocentes com culpa e culpados sem culpa”. A encenação reúne atores de várias gerações, para falar, não de uma história antiga, mas de “uma história ainda possível”, como o autor a qualifica.
SOBRE OS DEBATEDORES:
Jorge Forbes é Psicanalista e Médico Psiquiatra.
Doutor em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo – USP – Faculdade de Medicina (Neurologia); Mestre em Psicanálise pela Universidade Paris VIII.
Analista Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Escola Europeia de Psicanálise. Membro da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Foi aluno, em Paris, de Jacques Lacan, Michel Foucault, Lévi-Strauss e Roland Barthes.
Preside o Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA. Dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano – USP.
Autor de vários artigos e livros e ganhador do Prêmio Jabuti.
Recebeu a Ordem das Palmas Acadêmicas, da França.
Criador e apresentador do Programa TERRADOIS para a TV Cultura, premiado pela APCA como o melhor programa da televisão brasileira em 2017.
Há mais de 30 anos vem pesquisando os efeitos da revolução tecnológica, pela qual passamos, sobre a subjetividade Humana.
Oswaldo Mendes atua no teatro e na imprensa de São Paulo desde 1969. Ator, diretor e dramaturgo, formou-se pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo em 1971. Jornalista de 1969 a 1992 e um dos fundadores da Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA., dirigiu o jornal Última Hora (SP), foi editor do suplemento Folhetim e sub-secretário de redação da Folha de S. Paulo e editor de Cultura da revista Visão.
Seus trabalhos mais recentes foram Cenas de uma Execução, Anti-Nelson Rodrigues e Doze Homens e uma Sentença, A Dança do Universo, Oxigênio, E Agora, sr. Feynman? e Perdida – Uma Comédia Quântica, pela qual foi indicado ao prêmio Shell de melhor ator em 2002. Para o Arte Ciência no Palco escreveu duas peças, A Dança do Universo, e Insubmissas.
Pelo livro Bendito Maldito – Uma Biografia de Plínio Marcos, lançado pela Editora Leya, ganhou o Prêmio Jabuti e APCA.
Sobre o autor do espetáculo
Dürrenmatt (Konolfingen, 5 de janeiro de 1921 – Neuchâtel, 14 de dezembro de 1990) foi um escritor suíço. Embora possua grande fama por sua obra como dramaturgo foi também um prolífico contista e romancista.
Politicamente ativo, o autor escreveu dramas vanguardistas, profundos romances policiais, e algumas sátiras macabras. Um de seus principais bordões era: “Uma história não está terminada até que algo tenha dado extremamente errado”.
Como Brecht, Dürrenmatt explorou as vertentes do teatro épico. Suas peças visavam envolver o público a um debate teórico, e não somente ser entretenimento puramente passivo.
Quando tinha 26 anos, sua primeira peça, “Está Escrito”, (em alemão “Es steht geschrieben”), estreou causando grande controvérsia. A história da peça se passa em torno de uma batalha entre um cínico obcecado pelo sucesso e um religioso fanático que leva as escrituras ao pé da letra, tudo isto acontecendo enquanto a cidade em que vivem está cercada. A noite de estréia da peça, em abril de 1947, causou confusão e protestos por parte do público.
Na década de 50, com o conto “A Pane”, chegou ao que muitos consideram o auge de sua capacidade estilística e narrativa.
Morreu em 1990, considerado como um dos grandes narradores e dramaturgos de sua geração.
SINOPSE
“A Pane” é uma comédia sobre a justiça. Hóspede inesperado se transforma em réu de um jogo em que juiz, promotor, advogado e carrasco aposentados revivem suas profissões. Uma fábula que fala dos nossos dias. No elenco, um encontro de gerações.
FICHA TÉCNICA
Texto: Friedrich Dürrenmatt
Tradução: Diego Viana
Direção: Malú Bazán
Elenco: Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes e Roberto Ascar
Concepção cenográfica: Anne Cerutti e Malú Bazán
Figurino: Anne Cerutti
Assistente de figurino e cenário: Adriana Barreto
Cenotécnico: Douglas Caldas
Desenho de luz: Wagner Pinto
Música Original: Dan Maia
Operador de luz: Jonas Ribeiro
Operador de som: Pietro Machicao
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Visagismo: Dhiego Durso
Programador Visual: Rafael Oliveira
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Diretor de Produção: Cesar Baccan
Produtor executivo: Marcelo Ullmann
Assistente de Produção: Rebeca Oliveira e Lúcia Rosa
Co-Produção: Kavaná Produções
Produção e Realização: Baccan Produções
SERVIÇO
# A Pane, de Friedrich Dürrenmatt, com direção de Malú Bazán
TEATRO FAAP – Rua Alagoas, 903
Debate: 8 de maio às 18h
Temporada: de 6 de maio a 12 de junho de 2022;
Sextas-feiras às 21h; sábados, às 20h; domingos, às 18h.
Ingressos: Sábados e domingos; R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Sextas; R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).
Bilheteria física: TEATRO FAAP – Rua Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo – SP, 01242-902, de quarta a sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h. Em dias de espetáculos até o início da apresentação.
Compras pelo site: https://teatrofaap.showare.com.br/
Informações / Televendas: 11 3662-7233 / 11 3662-7234
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 477 lugares