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Dia Mundial de Cuidados Paliativos destaca importância de avanços nessa prática

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Neste sábado, dia 9, é comemorado o Dia Mundial de Cuidados Paliativos, com o objetivo de esclarecer e propor avanços para esta prática, ainda pouco disseminada e que tem ajudado muitas pessoas a receber alívio e conforto diante de uma doença terminal.

A abordagem de tratamento em cuidados paliativos tem como foco das ações o alívio do sofrimento do paciente com uma patologia que não pode ser curada, ou seja, quando não há possibilidades de tratamentos que promovam a cura.

“É comum associar a assistência médica a aplicação de terapêuticas para tratar uma doença e livrar o paciente de determinada enfermidade ou oferecer um tratamento eficaz que promova o controle da doença. Nessa dinâmica, o foco das ações está na enfermidade, mais especificamente no combate a ela. Porém, quando as possibilidades de cura se esgotam, em uma doença que ameace a continuidade da vida, a prática dos cuidados paliativos pode ser adotada”, explica a coordenadora médica da S.O.S. Vida de Salvador, Ana Rosa Humia.

Nessa abordagem de tratamento, o foco das ações deixa de ser a enfermidade e passa a ser o conforto do paciente. Para que isso aconteça, é necessário o acompanhamento por uma equipe multiprofissional, responsável por avaliar as diferentes dimensões da saúde do paciente.

“Cuidado paliativo é uma abordagem que é feita por uma equipe multiprofissional. A gente faz isso através da prevenção e alívio do sofrimento, mas principalmente querendo promover qualidade de vida para esse paciente, para os dias que ele tem, e também apoio aos seus familiares” explica Ana Rosa.

Equipe Multiprofissional

A necessidade de uma equipe multiprofissional em cuidados paliativos se dá pelo grau de complexidade do quadro do paciente. Essa complexidade, no entanto, reside diversas dimensões da vida do paciente e dos seus familiares.

“Precisamos estar atentos a identificação precoce dos sintomas que prejudicam esse paciente, mas também outros problemas de natureza física, psicossocial, espiritual. Através de uma equipe, várias dimensões do ser humano são abordados, não somente os aspectos físicos”, detalha a médica.

Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) recomenda quatro categorias principais de profissionais para compor a equipe multiprofissional na abordagem de cuidados paliativos: médico, enfermeiro, psicólogo e serviço social. Porém, essa recomendação não impede a participação de outras categorias profissionais, que podem complementar e aprofundar ainda mais o entendimento das necessidades do paciente e dos seus familiares.

“Nós temos médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, fisioterapeutas, fonoterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e podemos ter também um capelão, que ajuda a resolver e discutir alguns problemas de ordem espiritual”, detalha Ana Rosa.

Cuidados paliativos no home care

Um paciente pode ser admitido em um programa de cuidados paliativos em uma unidade hospitalar e, dependendo de cada caso, também no domicílio. A possibilidade de tratar o paciente em casa proporciona condições diferenciadas e positivas na assistência. Além disso, em decorrência da pandemia da Covid-19, outro fator favorável se soma aos benefícios já existente: a maior segurança do paciente com relação à exposição ao coronavírus.

“A assistência em domicílio proporciona condições diferenciadas na assistência, o paciente se sente empoderado, tem mais autonomia e privacidade, a família participa das decisões sobre o acompanhamento desse paciente, temos mais vínculo familiar e nós seguimos um plano integrado de cuidado, que é compartilhado entre paciente, familiares e equipe, de maneira que a gente possa acompanhar a evolução da doença, incluindo aí o processo de morte e luto”, explica a coordenadora da S.O.S. Vida.

Para a médica Madalice Lima Carvalho, cirurgiã geral, com experiência em oncológica e paliativista, da S.O.S. Vida de Aracaju, hoje os Cuidados Paliativos são compreendidos como uma abordagem transversal  a todas as etapas do cuidado ao doente, não estando apenas ligados a processos de terminalidade de vida, e representam uma abordagem para melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam uma doença ameaçadora de vida, através da prevenção e do alívio do sofrimento, identificação precoce e impecável avaliação e tratamento  da dor e outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais, como conceitua a OMS.

“Verificamos que, quando este cuidado é oferecido na casa do doente, um cenário, na sua grande maioria, mais acolhedor, e naturalmente relacionado à sua história, se torna medida fundamental de maior valorização desta dignidade já assegurada em Lei. A experiência demonstra que, uma vez em casa, ao lado dos familiares, amigos e até animais de estimação, a sensação de conforto e acolhimento vivenciada pelo paciente se mostra mais evidente”, sublinha a médica.

Para a médica Ana Rosa, todos os serviços que cuidam de pacientes com doença progressiva e ameaçadora de vida, fora de possibilidade terapêutica de cura, têm responsabilidade de proporcionar adequados Cuidados Paliativos, e devem assentar numa resposta efetiva às necessidades dos doentes e da família.

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