Entre os alimentos criados, uma nova granola foi desenvolvida com apoio da Fapesb
“Nosso objetivo é ofertar benefícios à saúde, com alimentos feitos através de compostos bioativos, à base de uma matéria-prima diferenciada, que é o cogumelo, porém mantendo suas características mais comuns”. A fala da pesquisadora Silmara Carvalho, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), destaca um dos produtos criados em seu projeto de pesquisa, que estuda o cogumelo como base para criação de diversas receitas, que associam bons nutrientes e a diversidade de iguarias e podem ser criadas a partir de um mesmo ingrediente, o cogumelo. Entre o leque de opções, um novo tipo de granola foi desenvolvida, em um projeto aprovado no Edital Centelha da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb).

A professora afirma que no Brasil é mais raro se deparar com trabalhos que criam alimentos à base de cogumelo, mas que essa é uma realidade comum no exterior. “Países que consomem mais esses fungos costumam investigar o seu potencial de forma mais ampla na indústria alimentícia. Aqui ainda temos poucos projetos nessa área, mas existem muitas pesquisas que reutilizam matérias-primas em formulação alimentícia, como é o caso da biomassa de fermentação, mas a nossa principal inovação é a aplicação do cogumelo, especificamente. Aqui nós temos a possibilidade de um empreendimento na área de processo de produto e pesquisa”.

Com o projeto praticamente concluído, faltando somente a análise de algumas substâncias que são consideradas relevantes, Silmara diz que a próxima etapa é a inserção do alimento no mercado consumidor. Para isso, serão necessárias análises de público-alvo, aceitação do produto, entre outros. “Estamos ofertando a diversidade de mais um produto, com potencial medicinal, que veio de uma iniciação científica e agora está se transformando em uma comida que poderá ser consumida por diversas pessoas. Estamos falando de um produto alimentício que nasceu de uma instituição pública, para que a sociedade possa entender que muitas das pesquisas que desenvolvemos são realmente aplicadas. Se uma granola como esta ganha a aceitação do público, para que ela possa ser produzida, precisaríamos de mais cogumelos, então entramos diretamente no setor do agronegócio, que pode ser impactado com nosso projeto”, completou.