Além de bastante concorrido, o curso também oferece maior oferta de empregos aos formados
Escolher um curso superior é, para muitos brasileiros, uma decisão que combina vocação, viabilidade financeira e, sobretudo, oportunidades reais de inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido, uma pesquisa recente trouxe dados que reforçam a importância desse equilíbrio: a graduação em odontologia figura entre os cursos com maior taxa de empregabilidade do país, de 78,8%, ao lado de carreiras como medicina, engenharia civil e direito.
O estudo, realizado com base em informações do Instituto Semesp, Censo da Educação Superior e outras bases de dados nacionais, analisou não apenas a inserção profissional dos egressos, mas também o nível de satisfação com a escolha do curso, a remuneração média inicial e o tempo médio para conseguir o primeiro emprego.
Os resultados evidenciam que, apesar das mudanças no mercado e no comportamento das novas gerações, a área da saúde segue como uma das mais promissoras em estabilidade e retorno profissional.
Os cursos que mais empregam no Brasil
Segundo o levantamento, os cursos com maior índice de empregabilidade entre os formados no ensino superior foram:
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- Medicina: com mais de 90% de inserção no mercado já nos primeiros seis meses após a formatura.
- Farmácia: logo atrás do curso de medicina, o curso de farmácia impressiona com uma taxa de 80,4% de empregabilidade no país.
- Odontologia: com 78,8%, destaca-se pelo alto índice de profissionais atuando na área de formação, com baixa taxa de informalidade.
- Gestão de tecnologia: após o setor de saúde na liderança, vem o curso superior de gestão de TI, com uma taxa de 78,4%.
- Ciência da computação: um pouco abaixo, este curso garante um total de 76,7% na taxa de empregos na área de tecnologia.
O estudo considerou entrevistas com quase 6 mil profissionais brasileiros, e também levou em conta o grau de satisfação pessoal com o curso e com a profissão escolhida. Nesse quesito, áreas como odontologia e medicina também se destacaram, sugerindo que a realização profissional está intimamente ligada ao retorno prático da formação e ao vínculo com a missão social da profissão.
Por que a odontologia tem alta empregabilidade?
Os motivos para o bom desempenho da odontologia nos índices de empregabilidade passam por diferentes fatores. Um deles é a crescente valorização da saúde bucal como parte integral do bem-estar físico e emocional. Nos últimos anos, houve um aumento na procura por serviços odontológicos não apenas por questões médicas, mas também estéticas – um fator que ampliou o mercado para além dos consultórios tradicionais.
Outro ponto relevante é a descentralização do atendimento. Com o avanço das políticas públicas de saúde, muitos municípios passaram a contar com programas de atenção odontológica básica em unidades públicas. Isso gera oportunidades tanto no setor privado quanto no público, além de permitir que profissionais se estabeleçam em cidades do interior ou em regiões anteriormente desassistidas.
Além disso, há uma característica singular da carreira odontológica: muitos profissionais conseguem abrir seu próprio consultório poucos anos após a graduação. Essa autonomia, associada à possibilidade de retorno financeiro mais rápido, também contribui para os bons índices de empregabilidade.
Como funciona a formação em odontologia?
A graduação em odontologia é um curso superior de duração média de cinco anos, e combina formação teórica e prática desde os primeiros semestres. O currículo contempla disciplinas básicas das ciências da saúde, como anatomia, microbiologia, bioquímica e fisiologia, e vai, progressivamente, incorporando atividades clínicas, atendimento supervisionado e especializações práticas.
Nos primeiros anos, o foco é no entendimento do corpo humano, da cavidade bucal e dos fundamentos da clínica odontológica. Já a partir da metade do curso, os alunos passam a realizar atendimentos reais em clínicas-escolas, sob supervisão de professores e profissionais experientes.
A faculdade de odontologia costuma incluir também disciplinas voltadas à ética profissional, gestão de clínicas e relacionamento com o paciente, preparando o futuro cirurgião-dentista não só tecnicamente, mas também para os desafios do dia a dia da profissão.
Áreas de atuação para o profissional de odontologia
Ao contrário do que muitos imaginam, o trabalho do dentista não se limita a extrações ou restaurações dentárias. A formação em odontologia abre portas para diversas especialidades, algumas bastante conhecidas e outras em expansão, como, por exemplo:
- Odontopediatria: atendimento especializado em crianças e adolescentes.
- Ortodontia: correção de problemas de alinhamento dos dentes e da mordida.
- Endodontia: tratamento de canais e problemas internos do dente.
- Periodontia: cuidado com as gengivas e estrutura de suporte dos dentes.
- Odontologia estética: foco em clareamentos, harmonização facial e reabilitações estéticas.
- Cirurgia bucomaxilofacial: atua em casos de traumas, tumores, deformidades faciais e implantes complexos.
Além disso, há espaço crescente para a atuação em pesquisa acadêmica, docência e gestão de serviços de saúde, tanto em instituições públicas quanto privadas.
A carreira, embora exigente, tem se mostrado uma das mais estáveis e versáteis atualmente. Para quem tem afinidade com o cuidado com o outro, atenção aos detalhes e disposição para constante atualização, a profissão oferece não só empregabilidade, mas também reconhecimento e satisfação pessoal.
