Referência de luta no combate à violência doméstica contra a mulher, o Instituto Maria da Penha, em parceria com uma rede internacional de cientistas liderada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), foi selecionado em uma competição científica mundial para entender os impactos da Covid-19 na violência doméstica no Brasil e propor um plano de retomada pós-covid, incluindo medidas de saúde pública e a transferência de renda condicional de emergência.
Entre 330 propostas mundiais, o projeto “Entendendo os Impactos da Covid-19 sobre a Violência Doméstica no Brasil” foi aprovado pela Sexual Violence Research Initiative (SVRI), maior rede mundial de pesquisa sobre violência contra mulheres e crianças, e ficou entre os oito selecionados.
Ademais, o projeto vai complementar uma base de dados pré-existente com informações longitudinais coletadas em sete estados brasileiros: Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Pará.
A instituição-líder da pesquisa é a Universidade Federal do Ceará – UFC, e o investigador principal é o professor José Raimundo Carvalho (CAEN/UFC e Diretor do CEA/EIDEIA/UFC), que se conectou ao Instituto Maria da Penha (IMP), Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade de Essex (Inglaterra) e Universidade de Gotemburgo (Suécia), formando uma rede interinstitucional que trabalhará em conjunto. A equipe do projeto é internacional e interdisciplinar, com conhecimentos científicos nas áreas de economia, econometria de avaliação de programas, criminometria, saúde pública, gênero, pesquisa de survey domiciliar, ética, políticas públicas e violência doméstica e familiar contra mulheres e crianças.
O orçamento que financia o projeto foi conduzido pela SVRI no ano de 2020 com o apoio da Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e um doador anônimo, com o propósito de apoiar pesquisas sobre violência em países de baixa e média renda.
Por meio da metodologia longitudinal baseada em experimentos “quase-naturais” para atingir seus objetivos, o projeto está previsto para iniciar no dia 1º de junho de 2021, através da pesquisa Computer Assisted Telephone Interview (CATI) com 6.000 mulheres que já foram entrevistadas pouco antes do início da pandemia.