Competição que começa dia 20 de julho na Austrália e na Nova Zelândia é janela de oportunidades para o setor que ainda tem adesão tímida do gênero
As mulheres já são 51% do público que consome games no Brasil. A participação feminina começou a aumentar, inclusive, na indústria de desenvolvimento de games: de acordo com a Pesquisa da Indústria Brasileira de Games, em 2014 as mulheres correspondiam a 15% da força de trabalho nas desenvolvedoras. Em 2018, esse número passou para 20%, e saltou para 29,8% em 2022. Ainda assim, os dados de participação feminina nos fantasy games são pequenos.
A Copa do Mundo Feminina de Futebol, que começa dia 20 de julho, pode trazer oportunidades para expansão desse mercado, como uma vitrine para que mais mulheres se interessem por essa modalidade de jogo eletrônico. Segundo dados da indústria norte-americana, em 2022, 33% dos jogadores de fantasy games eram mulheres, dados da Fantasy Sport and Gaming Association – FSGA.
A Associação Brasileira de Fantasy Sports (ABFS) acredita que é um bom momento para o mercado de fantasy games investir no público feminino. “A quantidade de mulheres que jogam os fantasy games ainda é tímida se olharmos o público masculino e sabemos que os jogos eletrônicos são uma área de grande interesse do público feminino de forma geral”, explica Rafael Marcondes, presidente da ABFS. “Ao incentivar o público feminino a explorar o Fantasy Game, proporcionamos mudanças positivas para toda a indústria do desporto e um vetor de crescimento para o setor no Brasil”, completa Marcondes.
O relatório de benchmarking da FIFA que abrange o futebol feminino descobriu que o número de ligas femininas com patrocinadores principais aumentou de 11 para 77%, após 2021. Sinal que o mundo vive um outro momento para as competições do esporte feminino.
Além dos patrocínios, o número de competições que garantem receita de transmissão passou de nove para dez. Essa é uma variável que tende a aumentar com a disponibilização de mais campeonatos do esporte feminino no fantasy game, já que esses esportes eletrônicos aumentam o engajamento com o campeonato da vida real. Os jogadores acompanham mais de perto o desempenho das atletas e dos times para estudar a melhor tática e pontuar melhor nos fantasy games.
Na Austrália, uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo Feminina, foi criado um app de fantasy game dedicado exclusivamente aos esportes femininos. No Brasil, algumas plataformas já oferecem jogos da Copa do Mundo Feminina e a tendência é crescer esse mercado para se tornar mais atrativo para consumidores e novas empresas. “A regulamentação do mercado, que pode acontecer com a aprovação do Marco Legal dos Games, abrirá espaço para novas empresas serem criadas, inclusive focadas para o crescimento do público feminino no Brasil”, explica Marcondes.
O Fantasy Game pode ajudar a aumentar o interesse pelos desportos femininos, incentivar o envolvimento com a Copa do Mundo Feminina e ampliar a visibilidade das atletas. Quanto mais pessoas demonstrarem interesse com o que se passa nesses campeonatos, maior será a probabilidade de acompanharem o que acontece no mundo real e no mundo virtual.