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“Dívida grande é para gente grande”: em entrevista, Julio Caires aborda dívidas, eleições e estratégia financeira para o Brasil de 2026

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Imagem: à esquerda, Júlio Caires, com o apresentador do podcast Business Rock, Sandrão
Imagem: à esquerda, Júlio Caires, com o apresentador do podcast Business Rock, Sandrão
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O podcast Business Rock recebeu o advogado tributarista e empreendedor Júlio Caires, que trouxe uma abordagem inovadora sobre o cenário político brasileiro e a análise de dívidas

Em entrevista para o podcast Business Rock, o advogado tributarista e estrategista financeiro Júlio Caires compartilhou reflexões profundas sobre o cenário político brasileiro e a gestão de dívidas, propondo uma mudança de mentalidade que desafia a visão tradicional de que estar endividado é sinônimo de fracasso. Com mais de 34 anos de carreira e uma trajetória que começou aos 14 anos na contabilidade, Caires trouxe ao programa uma abordagem prática e otimista sobre como transformar desafios financeiros em oportunidades de crescimento.

“A política me ensinou a ouvir antes de falar”

Durante o episódio do programa, transmitido no dia 5 de agosto, Júlio Caires compartilhou uma memória marcante de sua infância: aos poucos anos de idade, já participava de campanhas políticas distribuindo santinhos para Jânio Quadros. “Foi ali que comecei a entender que política não é só sobre poder, é sobre diálogo, imagem e estratégia”, afirmou. Para ele, anos eleitorais representam muito mais do que disputas, são períodos de construção simbólica e escuta ativa.

Caires ressaltou que a política exige flexibilidade e inteligência emocional para lidar com interesses diversos, e que essa habilidade, desenvolvida ao longo de décadas, é essencial tanto para campanhas quanto para negociações empresariais. “Quem não sabe se adaptar, não sobrevive no jogo político, nem no mercado”, concluiu.

“O Brasil vive uma guerra de narrativas — e isso não vai acabar tão cedo” 

No bate-papo com Sandrão, Caires fez uma análise contundente do cenário político brasileiro, destacando a intensa polarização entre esquerda e direita. Segundo ele, figuras como Lula e Bolsonaro ainda dominam o imaginário coletivo e influenciam o debate público, mesmo fora do período eleitoral. “A polarização virou combustível para a política moderna. Não se trata mais de propostas, mas de narrativas que mobilizam afetos e identidades”, observou.

O advogado também apontou que nomes como Fernando Haddad, Ciro Gomes, Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado já se movimentam como possíveis candidatos para 2026, cada um tentando ocupar espaços estratégicos no espectro político. Em sua visão, o marketing político será decisivo, e nesse ponto, ele citou o impacto global de Donald Trump. “Trump é inelegível no Brasil, mas sua forma de comunicar, polarizar e fidelizar eleitores virou referência até aqui. É o poder da imagem sobre o conteúdo”, afirmou.

Segundo pesquisa do Instituto Data Poder, 62% dos brasileiros acreditam que a polarização política prejudica o debate democrático, e 48% afirmam que gostariam de ver novos nomes na disputa presidencial.

Dívida como ferramenta de crescimento: “dívida grande é para gente grande”

Um dos pontos centrais da entrevista foi a visão estratégica de Júlio Caires sobre dívidas. Para ele, o endividamento não deve ser encarado como um sinal de fracasso, mas como uma oportunidade de alavancagem e expansão. Ele defende que o importante é a forma como se administra a dívida, com planejamento, estratégia e visão de longo prazo.

Entre suas principais recomendações, destacaram-se:

  • Alavancagem financeira: Utilizar crédito com juros inferiores ao retorno esperado;
  • Reestruturação de dívidas: Negociar prazos e taxas para manter o equilíbrio financeiro;
  • Planejamento estratégico: Usar dívidas para financiar campanhas, projetos ou expansões.

De acordo com o Mapa da Inadimplência da Serasa, em junho de 2025, o Brasil registrou mais de 77,8 milhões de pessoas endividadas, com um crescimento de 1,04% em relação ao mês anterior. A faixa etária mais afetada é a que fica entre 41 e 60 anos, representando 35,2% dos inadimplentes.

Além disso, o valor médio de cada acordo de renegociação foi de R$772, e mais de R$9,9 bilhões foram somados em negociações. Há ainda 611 milhões de ofertas disponíveis na plataforma Serasa Limpa Nome, totalizando R$953 bilhões em oportunidades de negociação.

“Tributo mal pago é dinheiro jogado fora — e isso tem solução” 

Durante sua participação no Business Rock, Júlio Caires trouxe à tona uma questão que afeta diretamente o bolso de milhares de empresários brasileiros: o desconhecimento sobre a revisão tributária. Com sua experiência como advogado tributarista, ele alertou que muitos empreendedores acabam pagando mais impostos do que deveriam, simplesmente por não saberem que há mecanismos legais para revisar e compensar dívidas fiscais.

“Não é só sobre números, é sobre consciência. A dívida tributária pode ser revista, sim, mas é preciso apoio técnico e psicológico para enfrentar esse processo com segurança”, afirmou. Caires defendeu que a gestão tributária deve ser estratégica, e que o medo de enfrentar o sistema muitas vezes impede empresários de recuperarem valores significativos. “O conhecimento liberta, inclusive no campo fiscal”, explicou.

Segundo o Observatório de Política Fiscal da FGV, a carga tributária bruta brasileira atingiu 34,24% do PIB em 2024, o maior patamar da série histórica. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos tributos federais.

Mudança de mindset: enxergar além da dívida

Júlio Caires encerrou sua participação no Business Rock com uma provocação: “Não é porque você tem dívida que você está ferrado”. Para ele, a dívida pode ser uma aliada, desde que haja estratégia, planejamento e visão de futuro. Essa perspectiva promove liberdade financeira e incentiva o aprendizado contínuo, transformando dificuldades em oportunidades.

Alcance internacional e impacto social

O programa Business Rock tem se consolidado como uma plataforma de influência política e empresarial, com audiência internacional. 

Com uma abordagem que mistura opinião, humor e análise, o podcast conecta públicos de diferentes países e fomenta reflexões sobre política, gestão e comportamento social.

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