Uma das maiores dificuldades que envolvem o setor de saúde no Brasil é a convergência de todas as partes interessadas (stakeholders) — clínicas, hospitais, médicos e profissionais de saúde em geral, bem como pacientes.
A hygia bank, primeira FinHealth do Brasil, vem conseguindo promover essa convergência de interesses por meio de um aplicativo que opera no modelo B2B2C, com funcionalidades para os consumidores finais, que são os pacientes (B2C – business to customer), bem como para os prestadores da cadeia, como clínicas e hospitais (B2B – business to business).
Pelo lado dos pacientes, o aplicativo tem funcionalidades nas três trilhas da saúde: reativa, preventiva e preditiva. Em saúde reativa, o objetivo é ajudar os clientes a economizarem dinheiro para investir em saúde quando necessário, além de oferecer empréstimos por meio do hygia bank e estimular a aquisição de seguros para sinistros inesperados, como uma cirurgia ou doença grave.
Segundo Alexandre Parma, médico e fundador da hygia bank , com todas as informações armazenadas do usuário, seus questionários, exames, etc. — devidamente autorizados pelo cliente e nas regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) —, é traçado um planejamento de quanto o indivíduo precisa juntar ou investir em produtos como seguros para cuidar de sua própria saúde.
Em saúde preventiva, o aplicativo tem questionários gamificados e respostas fornecidas por bots inteligentes, com uma pontuação personalizada sobre como anda a saúde do indivíduo, além de oferecer programas relacionados a esporte e bem estar.
Na saúde preditiva, a plataforma oferece o DNHygia bank , que analisa o DNA com vários painéis genéticos que ajudam a predizer probabilisticamente se determinados genes são “de risco” para doenças e até tipos de esportes e alimentos que as pessoas consomem, se beneficiam ou atrapalham. “A hygia bank nasceu para trazer consciência para as pessoas, mostrando que a saúde é o seu maior ativo e que tem sinergia com o dinheiro, daí o nosso lema, saúde e finanças num único lugar”, conceitua Parma.
Na opinião do empresário, nos últimos dez anos o mercado de saúde brasileiro vem passando pelo mesmo movimento de fusões e aquisições. Segundo o médico, o modelo de negócios vigente na saúde é basicamente extrator, com todos os envolvidos tirando valor da cadeia produtiva. “Numa corrente como essa é difícil o setor ser bom para todos esses participantes. E quando se trata de saúde, o mais frágil é sempre o paciente, o consumidor final, resultando em acesso ruim, qualidade de atendimento questionável e preços que cada vez mais excluem gente da cadeia”, critica.
Ele ainda ressalta que “a população tem uma cultura baseada em saúde reativa, utilizando os serviços médicos só quando adoece, piorando ainda mais o cenário dessa cadeia produtiva, desvalorizando, inclusive, as ações em prevenção e predição”.
Aliando negócios
A hygia bank desenvolveu um modelo em que ajuda os profissionais e empresas a performarem melhor em suas atividades utilizando as funcionalidades da plataforma, que conta com CRM para consultórios, profissionais e hospitais, serviços de assessoria de investimentos e seguros, além de parceria com empresas que oferecem serviços de bem estar para os colaboradores. “Somos um grande motor de vendas. Desde o pay-per-use na plataforma bancária, até a comercialização de seguros e venda de exames de DNA. Tudo isso monetiza a operação”, ressalta Alexandre Parma.
Ele explica que as pessoas e empresas que abrem conta não pagam nada para ter a conta “em si”, pois várias funcionalidades e benefícios são gratuitos, como a jornada de saúde preventiva para os pacientes, CRM gratuito para consultórios com cobrança apenas quando há aumento no número de usuários, além de assessoria gratuita em investimentos por meio da plataforma Hygia bank Investments, que conta com a Órama Investimentos como white label — modelo de negócio em que uma empresa proprietária cria uma tecnologia e permite que terceiros possam revender os produtos com sua própria marca e identidade a seus clientes.
Atualmente, a hygia bank tem aproximadamente 1,2 mil usuários, mais de 22 mil médicos cadastrados, 140 clínicas atendidas e cerca de R$ 600 mil faturamento ao ano. Parma projeta ter a própria moeda digital, hygia bank Coin, para transações no segmento de saúde, transformar a assessoria de investimentos numa DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários) e ter parceiros físicos com o Branding Hygia bank em todos os segmentos de saúde, como clínicas, laboratórios e hospitais.). “Onde queremos chegar? O céu não é o limite (risos). Queremos expandir o modelo para todo o Brasil, América Latina e países que tenham demandas aos nossos serviços”, finaliza.
*Alexandre Parma é radiologista e um dos fundadores da startup hygia bank bank