O concreto é o material construtivo mais utilizado no mundo devido à abundância e disponibilidade de seus componentes – água, britas, areias e cimento. Último material estrutural que a humanidade conheceu, este material moderno tem sido usado desde sua patente, obtida em 1892, para construir pontes, portos, obras de saneamento, escolas, hospitais, edificações e toda infraestrutura necessária para oferecer serviços e moradia para as pessoas que vivem nas cidades e no campo.
Segundo o Relatório Mundial das Cidades 2022, lançado recentemente pela ONU-Habitat, a população urbana será 68% da população mundial em 2050. Isto significará que mais obras com concreto precisarão ser construídas para atender a essas pessoas.
A par disso, hoje o mundo sofre com o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos devido ao aquecimento global causado pela concentração de gases do efeito estufa. Zerar as emissões de dióxido de carbono até 2050 é a meta do Acordo de Paris, cujos meios de regulamentação foram avançados na última reunião da COP 26, em Glasgow, na Escócia.
Atualmente, a indústria da construção é responsável mundialmente por cerca de 10% das emissões globais de dióxido de carbono, segundo a Global Alliance for Buildings and Construction.
Em outubro de 2021, a Associação Global do Cimento e Concreto (GCCA) lançou seu roadmap visando a produção neutra em carbono do concreto até 2050. A iniciativa reúne um conjunto de diferentes estratégias que envolvem não apenas os produtores de cimento e de concreto, mas também projetistas, construtores e contratantes de obras.
Outra iniciativa para a sustentabilidade no setor construtivo é o GLOBE – Consenso Global sobre Sustentabilidade no Ambiente Construído, força tarefa mundial para o desenvolvimento sustentável e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas apoiada pelas maiores associações internacionais da indústria da construção.
O GLOBE é um consenso sobre uma abordagem estruturada para se alcançar e gerenciar o desenvolvimento sustentável no setor construtivo, e contribuir particularmente com as metas do Acordo de Paris.
Presidentes de entidades internacionais abordarão iniciativas
O GLOBE, os desafios para a sustentabilidade no Brasil, as tecnologias para descarbonização do cimento e do concreto, a agenda da descarbonização da indústria brasileira do cimento, a avaliação do ciclo de vida das estruturas de concreto, o papel do nióbio no futuro sustentável da construção e o sistema de informação de desempenho ambiental da construção (Sidac) serão temas de seminário no Congresso Brasileiro do Concreto, que acontece em Brasília, de 11 a 14 de outubro.
O presidente do GLOBE Consensus, Prof. Michael Faber, pesquisador do Fórum Global de Risco, de Davos, e professor do departamento de Ambiente Construído da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, estará presente no Congresso para tratar da iniciativa.
Além dele, três presidentes das mais importantes entidades técnicas internacionais do concreto vão abordar como diferentes segmentos da cadeia produtiva do concreto podem efetivamente contribuir para a neutralidade do carbono.
O presidente da Federação Internacional do Concreto Estrutural (fib), Akio Kasuga, vai considerar o contexto mais geral do impacto da neutralidade do carbono sobre as construções de concreto, procurando apontar seus desdobramentos sobre fornecedores, construtores, projetistas e profissionais.
Já, o presidente do Instituto Americano do Concreto (ACI), Eng. Charles Nmai, vai apresentar exemplos de como projetistas de estruturas podem contribuir com a meta de redução das emissões de carbono com seus projetos e análises.
Por fim, o presidente da União Internacional dos Laboratórios e Especialistas em Materiais Construtivos e Sistemas Estruturais (RILEM), Ravindra Gettu, vai oferecer um panorama de obras de concreto com baixas emissões de carbono, abrindo horizontes para as empresas do setor optarem por tecnologias e soluções construtivas mais sustentáveis.
Por essas razões, o Congresso Brasileiro do Concreto – Jubileu de Ouro, que marca 50 anos de atividades do Instituto Brasileiro do Concreto, associação técnica nacional composta por profissionais e empresas do setor construtivo para disseminar e estimular o conhecimento científico e tecnológico, a normalização e as boas práticas do uso do concreto nas obras, tem como bandeira a sustentabilidade do concreto em defesa do planeta.
Na ocasião, será assinado protocolos de cooperação entre o IBRACON e o GLOBE e o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), que desenvolveu a ferramenta SIDAC – sistema de informação de desempenho ambiental da construção, possibilitando agregar a variável ambiental nos projetos de engenharia.
Agenda:
Período: 11 a 14/10
Horário: 9:30 – 17:00
Local: CICB – Brasília
Aberto à imprensa mediante cadastramento