Envelhecer com saúde é um dos grandes objetivos da vida moderna. À medida que a expectativa de vida aumenta, cresce também o interesse por estratégias que contribuam para um envelhecimento com qualidade, autonomia e disposição. Esse processo, conhecido como envelhecimento ativo, envolve a manutenção da saúde física, cognitiva e emocional ao longo dos anos.
Nesse cenário, a nutrição exerce papel central. À medida que o organismo passa por mudanças naturais com o tempo, garantir a ingestão adequada de nutrientes se torna um desafio crescente. Em alguns casos, a suplementação nutricional pode complementar a alimentação e apoiar o funcionamento saudável do corpo e da mente, desde que seja feita com responsabilidade e orientação profissional.
Entenda as mudanças nutricionais com o envelhecimento
O envelhecimento traz modificações fisiológicas que afetam a absorção, o metabolismo e o aproveitamento dos nutrientes. A produção de ácido gástrico pode diminuir, interferindo na absorção de vitaminas como a B12. A pele reduz sua eficiência na síntese de vitamina D. O apetite pode diminuir, e o paladar, se alterar. Além disso, o corpo tende a perder massa muscular e óssea com o passar do tempo, o que impacta diretamente a mobilidade, a força e a qualidade de vida.
Essas alterações não são necessariamente sinais de doenças, mas indicam que o organismo precisa de mais atenção para se manter em equilíbrio. A alimentação equilibrada continua sendo a principal ferramenta para suprir as necessidades nutricionais, mas nem sempre é suficiente. Nesses casos, a suplementação pode ser considerada como uma aliada, desde que usada com critério e segurança.
Por que considerar a suplementação na maturidade?
Ao envelhecer, muitos indivíduos enfrentam desafios para manter uma dieta completa, seja por restrições alimentares, perda de apetite ou condições de saúde que afetam a digestão e a absorção de nutrientes. A suplementação pode atuar preenchendo lacunas nutricionais que a alimentação sozinha não consegue suprir.
Vitaminas como D, A, E e K desempenham papéis essenciais na saúde óssea, imunológica, cardiovascular e visual. Minerais como o magnésio contribuem para o funcionamento muscular e neurológico. O ômega 3 é amplamente estudado por sua associação à proteção cognitiva e à saúde do coração. Já a proteína, mesmo em pequenas reduções na ingestão diária, pode impactar significativamente a massa e a força muscular.
A suplementação, nesses contextos, não deve ser encarada como solução única, mas como parte de uma abordagem mais ampla de autocuidado, que envolve atividade física, acompanhamento médico e estilo de vida saudável.
Compostos com potencial no envelhecimento saudável
Estudos recentes têm destacado o papel de compostos bioativos que, além dos micronutrientes tradicionais, oferecem suporte adicional à saúde durante o envelhecimento.
A creatina, por exemplo, tem sido estudada pelo seu potencial em preservar a força e a massa muscular em adultos mais velhos. Já a coenzima Q10 (CoQ10) participa diretamente da geração de energia nas mitocôndrias e tem relevância em processos metabólicos e antioxidantes.
Essas substâncias, quando utilizadas de forma segura, têm sido investigadas como possíveis coadjuvantes na promoção da vitalidade, da recuperação física e da manutenção da autonomia funcional em adultos na maturidade.
Além disso, adaptar os hábitos alimentares para incluir alimentos ricos em nutrientes continua sendo uma das estratégias mais eficazes. Quando essas fontes naturais não são suficientes, o uso complementar de suplementos alimentares para idosos e para longevidade pode oferecer o suporte necessário para manter a saúde em alta, especialmente quando esses produtos incluem compostos bem estudados, como ômega 3, vitaminas lipossolúveis e nutrientes que apoiam a função muscular e energética.
Segurança e individualização sempre em primeiro lugar
Apesar dos potenciais benefícios, o uso de suplementos deve ser sempre individualizado. Cada organismo possui suas próprias necessidades, que variam de acordo com idade, sexo, histórico clínico, uso de medicamentos e estilo de vida.
A automedicação pode trazer riscos, inclusive no caso de suplementos considerados naturais. O excesso de determinados nutrientes pode causar efeitos adversos ou interagir com medicamentos de uso contínuo. Por isso, o acompanhamento profissional é essencial, especialmente ao considerar o uso de substâncias que impactam diretamente o metabolismo energético, muscular e cardiovascular.
Outro ponto importante diz respeito à qualidade dos produtos. Optar por suplementos com formulação clara, testes de qualidade e ingredientes compatíveis com o perfil do público maduro é uma forma de garantir segurança e eficácia no uso.
A longevidade saudável é um processo que pode ser construído com escolhas conscientes ao longo da vida. Alimentação e nutrição adequada, movimentação regular, sono de qualidade, vínculos afetivos e atenção à saúde emocional formam a base de um envelhecimento ativo.
A suplementação nutricional, quando necessária, pode integrar esse conjunto de estratégias, contribuindo para o equilíbrio do organismo e para a manutenção da vitalidade em todas as fases da vida adulta. Com responsabilidade, orientação adequada e foco na qualidade, ela pode ser uma ferramenta valiosa no cuidado contínuo com a saúde.
Referências:
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