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Com impacto dos programas sociais, em 2020, proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza na Bahia foi a menor em nove anos (37,5%)

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** No ano passado, 5,6 milhões de pessoas podiam ser consideradas pobres no estado, número 10,4% menor do que o de 2019;

** Sem benefícios dos programas sociais, mais da metade da população baiana teria ficado abaixo da linha de pobreza monetária em 2020: 51,2% ou 7,6 milhões, isto é, haveria 2,0 milhões de pessoas pobres a mais do que o efetivamente registrado;

** Sem renda de programas sociais, em 2020, número de pessoas na extrema pobreza na Bahia teria sido mais que o dobro: 3,7 milhões frente ao 1,5 milhão efetivamente registrado;

** Apesar da redução na incidência de pobreza monetária, em 2020, a Bahia seguia com o segundo maior número absoluto de pessoas pobres (5,6 milhões) e o maior número de extremamente pobres (1,5 milhão) do país;

** Em 2020, Salvador teve aumento da extrema pobreza e passou a ser a capital com maior proporção de extremamente pobres (8,4% ou 241 mil pessoas);

** Em 2017-2018, na Bahia, as famílias de 4 em cada 10 pessoas atrasaram o pagamento de contas de luz, água ou gás por falta de dinheiro;

** Antes da pandemia, 1 em cada 3 pessoas na Bahia tinha alguma restrição par acessar serviços de saúde (34,6%), a maior parte por falta de dinheiro;

** As informações são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2021. A partir de resultados de pesquisas do IBGE e outras instituições confiáveis, a SIS traz dados sobre distribuição de renda, situação de pobreza, moradia, educação e saúde.

Em 2020, o número e a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza monetária na Bahia foram os menores em 9 anos, desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), em 2012. No ano passado, 37,5% da população baiana, ou 5,593 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda. Isso significa que viviam com um rendimento domiciliar per capita médio inferior a R$ 443 por mês.

O Brasil não tem uma linha oficial de pobreza monetária. O valor de R$ 443, para a Bahia, equivale ao critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média-alta, entre eles o Brasil, e adotado nacionalmente para acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essa linha é de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC).

Frente a 2019, quando havia 6,242 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza monetária na Bahia, o número de pobres no estado caiu 10,4%, o que significou menos 649 mil pessoas, em um ano.

O número e a proporção de pobres na Bahia vinha mostrando suave tendência de queda desde 2018, mas o recuo entre 2019 e 2020 (-10,4%) foi o mais intenso dos últimos nove anos.

Nacionalmente, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza diminuiu 6,0% entre 2019 e 2020 (-3,262 milhões), chegando a 50,953 milhões no ano passado. Houve quedas em 17 das 27 unidades da Federação, sendo que a Bahia teve a segunda maior redução absoluta (-649 mil pobres), só abaixo da verificada no Pará (-721 mil).

A redução recorde da pobreza monetária na Bahia, num ano de perda de trabalho e renda, causada em grande parte pela pandemia de COVID-19, foi resultado direto do efeito positivo dos diversos programas sociais governamentais, incluindo Bolsa Família, BPC – Benefício de Prestação Continuada, Auxílio Emergencial e Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, entre outros de âmbito local.

No Brasil como um todo, mas com mais força nos estados das regiões Norte e Nordeste, esses benefícios elevaram o rendimento médio domiciliar per capita, sobretudo nas faixas mais baixas, justamente mais afetadas pela pobreza monetária.

Em 2020, sem programas sociais, mais da metade da população baiana teria ficado abaixo da linha de pobreza: 51,2% ou 2,0 milhões de pessoas a mais

Na Bahia, se o valor dos benefícios recebidos por meio dos diversos programas sociais fosse retirado do rendimento domiciliar per capita total, o número e a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza aumentaria em todos os anos.

Entretanto, em 2020, esse efeito teria sido muito maior, elevando a proporção de pobres de 37,5% a pouco mais da metade da população: 51,2% ou 7,639 milhões de pessoas. Em outras palavras, os programas sociais foram responsáveis por evitar que 2,046 milhões de pessoas na Bahia ficassem abaixo da linha de pobreza monetária, no ano passado.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2020, acumulado de quintas visitas

Sem os benefícios dos programas sociais, em 2020 o rendimento domiciliar per capita médio na Bahia teria sido 12,7% menor do que efetivamente foi. Ele ficou em R$ 947 e, se os programas sociais fossem retirados do total, cairia para R$ 827.

As perdas teriam sido ainda maiores justamente nos grupos que tradicionalmente têm rendas domiciliares per capita mais baixas e, portanto, foram mais impactados positivamente pelas transferências de renda. As mulheres teriam rendimento médio 13,2% menor sem os programas sociais, e as pessoas de cor preta ou parda teriam rendimento médio domiciliar per capital 14,8% menor.

Apesar da redução na incidência de pobreza monetária, em 2020 a Bahia seguia com o segundo maior número absoluto de pessoas pobres (5,6 milhões), abaixo apenas de São Paulo (6,6 milhões) e a 11ª maior proporção entre os 27 estados.

Sem renda de programas sociais, em 2020 no de pessoas na extrema pobreza na Bahia teria sido mais que o dobro: 3,7 milhões frente a 1,5 milhão

O impacto positivo dos programas sociais foi ainda maior entre as pessoas abaixo da linha de extrema pobreza. Sem esses benefícios, em 2020, o número de extremamente pobres na Bahia teria sido pouco mais que o dobro do verificado.

No ano passado, 9,9% da população baiana estavam abaixo da linha de extrema pobreza monetária. Isso significa 1,477 milhão de pessoas vivendo com um rendimento domiciliar médio per capita inferior a R$ 148 por mês. O valor corresponde a US$ 1,90 por dia em paridade de poder de compra (PPC), fixado pelo Banco Mundial como critério de extrema pobreza.

Frente a 2019, o número de extremamente pobres na Bahia caiu 22,9%, o que representou menos 438 mil pessoas nessa situação, em um ano. Foi a maior diminuição absoluta no contingente de extremamente pobres desde o início da série histórica, em 2012, e a segunda queda percentual mais intensa nesses nove anos – inferior apenas à verificada entre 2013 e 2014 (-23,0%).

O número de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza em 2020 (1,477 milhão) foi o menor para o estado em cinco anos, desde 2015, quando havia 1,381 milhão de extremamente pobres na Bahia.

No Brasil como um todo também houve uma expressiva queda desse contingente (-15,5% ou menos 2,216 milhões) chegando a 12,046 milhões de extremamente pobres em 2020. Esse grupo se reduziu em 18 das 27 unidades da Federação. A Bahia (-438 mil) teve o segundo maior recuo absoluto, abaixo apenas do Maranhão (-477 mil pessoas extremamente pobres e um ano).

Ainda assim, o estado manteve, em 2020, o maior número de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza no país (1,477 milhão), posto que ocupada desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012. Em termos percentuais, a Bahia ficava em 6o lugar (era o 8o em 2019, ou seja, piorou no ranking).

Assim como ocorre em relação à linha de pobreza, retirando-se os programas sociais do valor total do rendimento domiciliar per capita, há um aumento do número de extremamente pobres na Bahia em todos os anos.

Em 2020, porém, esse contingente seria mais que o dobro do que foi efetivamente verificado: 1 em cada 4 pessoas estariam abaixo da linha de extrema pobreza monetária no estado, isto é, 25,2% da população ou 3,753 milhões de pessoas. Ou seja, os benefícios dos programas sociais evitaram que 2,276 milhões de pessoas vivessem abaixo da linha de extrema pobreza na Bahia, em 2020.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2020, acumulado de quintas visitas

Vale ressaltar que a elevação conjuntural do rendimento médio das famílias por prazo determinado, embora fundamental para o enfrentamento do período de crise, não necessariamente foi acompanhada por melhorias nas demais dimensões da qualidade de vida. Ainda assim, as linhas de pobreza monetárias são reconhecidos parâmetros de acompanhamento da situação econômica das famílias e são internacionalmente monitoradas e comparadas entre países.

Em 2020, Salvador teve aumento da extrema pobreza e passou a ser a capital com maior proporção de extremamente pobres (8,4% ou 241 mil pessoas)

Embora a análise dos rendimentos domiciliares per capita sem o efeito dos benefícios de programas sociais não tenha sido feita para as capitais, a evolução da população abaixo das linhas de pobreza e extrema pobreza monetária em Salvador, no ano passado, sugere que o impacto positivo dessas transferências de renda no município não foi tão importante quanto no estado como um todo.

Em 2020, 22,3% dos moradores da capital baiana estavam abaixo da linha de pobreza, o que significa que 643 mil pessoas viviam com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 443 por mês. Esse número praticamente não se alterou em relação a 2019, quando 642 mil pessoas estavam nessa situação em Salvador (22,4% da população naquele ano).

Diferentemente do que ocorreu nos estados, entre 2019 e 2020, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza cresceu em 16 das 27 capitais. Salvador teve o menor aumento. No ano passado, o município se manteve com o 5o maior número absoluto de pobres e tinha o 14o percentual entre as capitais (era o 15o em 2019).

Já o número de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza monetária cresceu de forma importante na capital baiana, entre 2019 e 2020. Passou de 146 mil para 241 mil pessoas, o que representou um aumento de 64,8% ou mais 95 mil pessoas extremamente pobres em um ano.

Entre 2019 e 2020, o número de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza cresceu em 15 das 27 capitais. Salvador teve o terceiro maior aumento absoluto (+95 mil pessoas), abaixo apenas de Rio de Janeiro (+204 mil) e São Paulo (+180 mil). Em termos percentuais, o aumento soteropolitano foi 6o mais elevado.

Assim, no ano passado, 8,4% da população da capital baiana estava abaixo da linha de extrema pobreza, ou seja, viviam com um rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 153 por mês. O percentual era de 5,1% em 2019.

Com esse crescimento, Salvador passou a ser a capital brasileira com maior proporção da população vivendo em situação de extrema pobreza monetária. Um ano antes, em 2019, era apenas a 10a nesse ranking.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2020, acumulado de quintas visitas

Na Bahia, as famílias de 4 em cada 10 pessoas atrasaram o pagamento de contas de luz, água ou gás por falta de dinheiro

Antes mesmo de serem afetadas pela crise econômica causada pela pandemia da COVID-19, boa parte das famílias baianas já enfrentava dificuldades orçamentárias. Entre 2017 e 2018, no estado, 4 em cada 10 pessoas (42,2%) afirmaram que suas famílias atrasaram o pagamento de contas de luz, água ou gás por falta de dinheiro. As informações são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

A proporção de inadimplentes na Bahia era a 11a mais elevada do país e estava acima do indicador nacional (37,5%). Em quatro estados, esse índice superou os 50% da população: Amazonas (54,3%), Maranhão (53,4%), Pará (50,5%) e Alagoas (50,1%).

Já os atrasos no pagamento do aluguel ou prestação de casa ou apartamento, por falta de dinheiro, afetaram a vida de 6,8% da população baiana, que relataram ter enfrentado esse problema na família, entre 2017 e 2018. A situação era bem mais comum entre as pessoas cujas famílias moravam em domicílios próprios, mas ainda em fase de pagamento, ou alugados. Nesse caso, os inadimplentes iam a 35,7%.

A POF 2017-2018 mostra também que a soma do gasto familiar mensal per capita na Bahia com aluguel, condomínio, energia elétrica, água e esgoto e gás doméstico era de R$ 75,6. O maior impacto nessa despesa era o da energia elétrica (R$ 23,6). Em seguida, vinha o aluguel (R$ 17,6), com gás doméstico (R$ 11,6), condomínio (R$ 11,4) e água e esgoto (R$ 11,3) possuindo valores bem semelhantes entre si.

Antes da pandemia, 1 em cada 3 pessoas na Bahia tinha alguma restrição para acessar serviços de saúde (34,6%), a maior parte por falta de dinheiro

Em 2017-2018, pouco mais de 1/3 da população baiana (34,6%) possuía algum tipo de restrição no acesso a serviços de saúde. A proporção era superior à nacional (26,2%) e a 8a maior entre os estados.

Na Bahia, 23,6% da população tinham restrição de acesso aos serviços de saúde por falta de dinheiro, enquanto 10,3% relataram dificuldade por indisponibilidade do produto ou serviço. Os dois percentuais também eram bem superiores aos nacionais (16,8% e 8,1%, respectivamente).

Além disso, 1 em cada 5 pessoas na Bahia (20,3% da população do estado) relatou ter alguma restrição para comprar medicamentos, frente a 16,4% no Brasil como um todo. A falta de dinheiro para comprar medicamentos afetava 16,1% dos baianos, já 4,2% relataram indisponibilidade do produto como causa da restrição no acesso. Os percentuais nacionais eram, respectivamente, 11,0% e 4,9%.

Outras informações estão disponíveis na Agência IBGE Notícias.

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