Recentemente uma nova proposta de reforma tributária foi entregue pelo Governo ao Congresso,o qual agora discutetrês propostas diferentes sobre o assunto: a do Governo Federal, a da Câmara dos Deputados e a do Senado Federal. De acordo com Vandré Pereira, sócioda PwC Brasil e líder da área tributária no Nordeste, todas as propostas têm um objetivo comum: simplificar e unificar diversos tributos.No entanto, enquanto ainda não há um consenso sobre a amplitude que a Reforma alcançará ao final de todas essas discussões, com possibilidade, inclusive, de existir um período de transição entre o atual e o novo sistema, as empresas seguirão convivendo com as incertezas dos temas tributários vigentes.
No estudoSix Priorities for your Tax Agenda, de 2019, aPwC reuniu seis prioridades estratégicasque nortearão a função fiscal do futuro e que poderãoauxiliar os empresários a lidar comtodo o ecossistema fiscal existente, até que possam migrar para um ambiente menos incerto.Essas diretrizes funcionam como guia para os negócios brasileiros enquantonão tivermos um horizonte tributário mais simplificado.
- Prepare-se para a adaptação à mudança na legislação que norteia o seu negócio
Respostas assertivas às potenciais mudanças legislativas podem ser decisivas para a rentabilidade dos negócios. Agilidade é a chave e a tecnologia o meio para guiar os tomadores de decisão na montagem de fluxos e modelos hipotéticos que averiguem o impacto de determinada nova legislação, alíquota ou seus impactos na sua cadeia de operação.
- Abrace pequenas automações como uma oportunidade
A pequena automação não substitui a tradicional Tecnologia da Informação (TI), nem os especialistas tributários que irão interpretar todos os dados compilados em busca de informações relevantes. No entanto, a automação em menor escala preenche muitas lacunas e oferece ganhos rápidos quando usada como parte de sua estratégia geral de tecnologia tributária. Neste cenário, o imposto tende a desempenhar um papel fundamental e impulsionar a mudança necessária.
- O foco nas habilidades técnicas fiscais e digitais é essencial
Aumentar a qualificação da sua força de trabalho é uma missão crítica para atrair, desenvolver e reter talentos. As equipes fiscais precisarão investir tempo para entender as mudanças nas regras fiscais e como as novas tecnologias podem determinar o sucesso no desempenho eficiente da função fiscal.
- Desafiando a estrutura operacional tradicional da função tributária
As organizações podem ter dificuldade em lidar com novos impostos e procedimentos que requerem atualização da equipe, o que pode custar tempo e dinheiro. Portanto, para algumas empresas, pode ser mais eficiente terceirizar parte substancial da função fiscal para um prestador de serviço externo.
- Conhecer a cadeia alfandegária é conectar os impostos com os negócios
Sem dúvida, incertezas e riscos associados à atual volatilidade das taxas de câmbio e à escassez de determinados insumos no comércio global exigem um enfoque na cadeia de importações/exportações do negócio, além da busca da sua melhor eficiência tributária. A escolha de regimes tributários e a obtenção de incentivos fiscais são caminhos usuais, no entanto, as tarifas podem adicionar custos inesperados para a cadeia de abastecimento, impactando a lucratividade. Com isso, aquisições estratégicas podem oferecer acesso a fornecedores alternativos e alavancar a competividade da empresa. O imposto aponta o caminho e a tecnologia ajuda a pavimentar a escolha estratégica.
- A inteligência artificial como ponte entre Imposto e Finanças
Diversas organizações têm utilizado novas tecnologias em suas operações, contudo muitas ainda não consideraram como essas novas soluções podem ser úteis e implementadas na sua função fiscal. É importante entender o poder preditivo das novas ferramentas e como elas podem “conversar” com a operação e a captura de dados para alimentar as decisões tributárias e financeiras das empresas.
Em resumo, o Brasil está diante de uma potencial Reforma Tributária que será fundamental para reduzir as incertezas que norteiam a matéria, reduzindo a quantidade de tributos hoje existentes e a complexidade presente na apuração dos valores devidos, segundo o especialista da PwC Brasil. Ademais, “essa simplificação poderá trazer melhor competitividade para as empresas, para a geração de empregos e para o empreendedorismo. Precisamos de mais agilidade no ambiente tributário”, afirma Vandré Pereira.