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SAÚDE: Projeto com enfoque na prevenção busca reduzir o impacto do AVC no país

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidade no Brasil e, segundo dados do Ministério da Saúde, é responsável por mais de 100.000 mortes por ano, sendo a segunda causa de morte no país. Estudos recentes constataram que a doença pode ser evitada em até 90% dos casos se os principais fatores de risco modificáveis puderem ser controlados, tais como a hipertensão, o diabetes, a dislipidemia e a fibrilação atrial.

Por ser um problema de saúde pública, com grande impacto socioeconômico, iniciará em setembro, um projeto viabilizado pelo Hospital Moinhos de Vento, via PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, do Sistema Único de Saúde), que visa engajar os agentes de saúde, enfermeiros e médicos da Atenção Primária no combate à doença.

“A Atenção Primária é a porta de entrada do SUS e atende até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para os hospitais. Por isso, é um instrumento de grande valor no combate ao AVC e tantos outros problemas de saúde”, ressalta a neurologista, presidente da Rede Brasil AVC e presidente-eleita da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), Sheila Cristina Ouriques Martins.

Inicialmente, o projeto envolverá oito unidades de Estratégia de Saúde da Família em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, expandindo-se para outras 60 unidades em todo o país. Entre as ações previstas no projeto, estão a implementação de programa de detecção de fatores de risco na comunidade, com encaminhamento para tratamento dos fatores de risco, além de classificação de risco de AVC e doença cardiovascular através do aplicativo para celular “Riscômetro de AVC”. “O acompanhamento deste risco é feito pelo próprio paciente, que recebe orientações por mensagem, lembrando de fazer uso dos medicamentos que já integram seu tratamento, além dos alertas para a adoção de hábitos saudáveis que complementem a prevenção”, fala Sheila.

A iniciativa visa também implementar gerenciamento e monitoramento de todos os pacientes por enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família (ligados ao grupo de pesquisa da Rede Brasil AVC), através de um software, intercalando consultas virtuais e presenciais, dependendo da necessidade.

“Prevenir sempre será melhor do que remediar, mas ocorrendo o AVC, o socorro ágil, imediato, evita o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala, diminuindo drasticamente o risco de morte. Por isso, todo trabalho e soma de esforços, da prevenção ao atendimento agudo, é de extrema importância”, conclui a especialista.

 

Outra ação

Já está em execução a campanha “Combatendo o AVC”, também coordenada nacionalmente pela Rede Brasil AVC. A campanha acontece todos os anos próximo ao dia 29 de outubro – Dia Mundial de Combate ao AVC – e tem como objetivo conscientizar e orientar a população sobre o que é a doença, quais os seus principais fatores de risco, como preveni-la e como reconhecer os seus principais sinais de alerta.

Em 2021, as ações da campanha iniciaram com antecedência para orientar a população sobre a doença, pois devido à pandemia, houve uma queda global de mais de 60% nos atendimentos de pacientes com AVC. Este dado é preocupante, pois com receio da infecção pelo coronavírus, pacientes deixaram de buscar atendimento médico a nível hospitalar e, consequentemente, a morbimortalidade pela doença aumentou.

Ainda relacionado ao coronavírus, estudos brasileiros e internacionais apontam que o vírus também é capaz de causar danos neurológicos. Nos Estados Unidos, um considerável número de pacientes jovens com Covid-19 foram diagnosticados com AVC, fato igualmente observado em vários outros países.

Um estudo recente, baseado em levantamento de dados do sistema de saúde de Nova Iorque, analisou o perfil de pacientes hospitalizados com diagnóstico de Covid-19 e que tiveram AVC. Das mais de 3,5 mil pessoas avaliadas com a doença, evidenciou-se que cerca de 1% apresentou AVC isquêmico, em sua maioria, pacientes do sexo masculino e com mais de 60 anos de idade.

 

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