Buscando uma readaptação de rotina, graças à quarentena, cada vez mais pessoas têm optado por reformar suas casas para aproveitar melhor o espaço
A pandemia, que assolou o mundo entre 2020 e 2021, fez com que várias pessoas realizassem uma quarentena forçada dentro de casa, o que acabou resultando em uma remodelagem de suas rotinas e espaços pessoais, e, com isso, vieram as reformas.
Com a quarentena, cerca de 46% das empresas adotaram a estratégia do home office, segundo a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em abril de 2020. E, com a preocupação com a saúde, diversas pessoas começaram a se exercitar em suas próprias casas, considerando que não podiam mais contar com as academias durante todo este período.
Ainda temos um grande agravante: grande parte de crianças, adolescentes e até mesmo adultos começou a ter aulas de ensino remoto à distância, o que fez com que muitos deles também procurassem espaços mais confortáveis para ter suas aulas e, consequentemente, ainda ter um bom desempenho, mesmo com as dificuldades.
Pandemia e necessidade de mudanças
De acordo com o site GetNinjas, entre abril e novembro de 2020, foram solicitados 2,8 milhões de serviços – uma alta de 75%, se comparado com o mesmo período do ano anterior, sendo os profissionais mais procurados, pedreiros e eletricistas.
Muito disso se deve ao fato de que, como grande parte das residências não estavam preparadas para uma rotina, seja de trabalho, exercícios, ou até mesmo estudos, muitas pessoas tiveram que readaptar os espaços que possuía, a fim de garantir o maior nível de aproveitamento possível, por meio de reformas.
Isso impactou diretamente no Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que mensura a performance e atividade econômica do varejo em território brasileiro, e, dessa forma, podemos verificar quais produtos e serviços têm aumentado ou diminuído no mercado interno.
Segundo o levantamento, realizado entre março e outubro de 2020, o ICVA de materiais de construção como martelos, parafusadeira, pregos, entre outros equipamentos usados para reformas, teve um avanço de 37,5%, se compararmos com os dias equivalentes de fevereiro de 2020, quando se teve conhecimento dos primeiros casos de coronavírus no Brasil.
Apesar de tudo isso, ainda tiveram pessoas que optaram por se mudar para lugares que atendessem melhor suas preferências. A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil) estimava, em meados de março, que o mercado imobiliário iria crescer entre 5% e 10% até o final do ano de 2021.
Prova disso é que a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) publicou um levantamento onde os financiamentos imobiliários em 2020 chegaram à soma de R$ 123,97 bilhões – aumento de 57,5%, em relação a 2019. Com isso, o mercado no final do ano chegou ao maior nível da história: R$ 700 bilhões.
Essa procura tem sido impulsionada principalmente pela queda acentuada nas taxas de juros, que gerou um aquecimento no setor imobiliário e de construção civil no último ano.
Com isso, houve a criação de um novo nicho de mercado, impulsionado por essa nova demanda por estruturas que atendessem cada vez mais as necessidades pessoais de compradores, sejam por mais quartos, ou espaços cada vez maiores, que chama a atenção do setor imobiliário para novas oportunidades de negócios, fazendo com que o mercado se readapte junto com suas necessidades.