O mercado de alimentação, mais especificamente o food service, é um setor que movimenta muito a economia brasileira, com a geração de empregos e impactos diretos na vida de empreendedores e trabalhadores do segmento. O ramo foi um dos mais afetados por conta da crise causada pela pandemia de Covid-19, porém, com a maioria da população vacinada e o retorno das atividades presenciais, o segmento está em alta e com expectativa de ultrapassar o patamar de antes da pandemia.
Segundo os dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o setor de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 16,9% no faturamento em 2021 em relação ao ano de 2020. No ano passado, o segmento alcançou uma arrecadação total de R$ 922,6 bilhões, somando as exportações e vendas para o mercado interno.
Mercado de food service e delivery aquecidos
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) declarou que pela primeira vez desde o começo da crise sanitária mais empresas declararam lucro do que prejuízo, sendo 34% com lucro e 31% com prejuízo. Outro dado que chama a atenção é que o último semestre de 2021 fechou com um crescimento real estimado em 3%, comparado ao período pré-pandemia, em 2019.
A Abia ainda divulgou um aumento considerável na participação do food service nas vendas da indústria de alimentos e bebidas. O segmento cresceu 26% em 2021, com um faturamento de R$ 176,3 bilhões, depois de ter registrado uma queda de 24% em 2020.
Um fator que ajudou bastante os bares e restaurantes e que continua colaborando é o delivery. Em dados revelados pela pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), mostra que a receita do delivery representa 39% do total no faturamento das marcas, sendo que antes da pandemia esse número era de 24%. O levantamento também aponta que 85% das empresas vão continuar com o serviço.
Franchising e culinária oriental são destaques
As redes de franquias de food service também estão em alta, de acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). A pesquisa aponta que no 1° trimestre deste ano o faturamento total do setor foi de R$ 7.166 bilhões, sendo que no mesmo período do ano passado esse valor chegou a R$ 6.568 bilhões, um aumento de 9,1%.
Além do segmento alimentício estar em alta, quando citamos os restaurantes e redes de fast food dedicados à culinária oriental também encontramos um nicho em constante crescimento.
Os dados da Abia e Francal Feiras mostram que o faturamento desse setor chega a R$ 19 bilhões ao ano. Diariamente, é estimado que a movimentação seja de mais de R$ 36 milhões.
Adaptações no setor de alimentação
O diretor comercial da Tantô Temakeria – franquia especializada em comida oriental – Marcelo Verdi, comenta que os restaurantes souberam se adaptar ao momento e que agora estão recuperando o que foi perdido.
“Nós conseguimos nos sair muito bem, pois temos operações como o drive-thru que cresceu muito durante esse período por não ter praticamente nenhum contato do cliente com outras pessoas. Além disso, investimos muito no delivery, temos nosso aplicativo próprio, além de expandirmos para outros canais de atendimento”, comenta o empresário.
Modelos de negócio com alto faturamento
Um dos principais atrativos em uma rede de food service, mais especificamente de comida oriental, é a sua probabilidade de ser um negócio altamente lucrativo. A franquia Tantô conta com quatro modelos de negócios, tendo opções que podem gerar um faturamento médio de R$ 3 milhões por ano.
Atualmente, segundo Verdi, o modelo mais lucrativo da rede é o Drive-Thru, pelo fato de ser um serviço em alta e com a possibilidade de vendas também dentro da loja. “Esse modelo conta com um faturamento médio mensal de R$ 250 mil a R$ 320 mil, podendo ultrapassar o valor de R$ 3 milhões por ano. Esse modelo conta com uma margem de lucro de 11% a 15%. O investimento inicial é de R$ 344 mil.”
A segunda opção de negócio com maior rentabilidade da franquia é o Standard, que é um modelo que proporciona uma experiência diferenciada ao cliente. “O faturamento médio mensal para o Standard é de R$ 158 mil, com a possibilidade de chegar a R$ 2 milhões no ano, com um lucro médio de 13%. Já o investimento inicial é de R$ 331 mil”, detalha Marcelo.
A rede também conta com o modelo Fast Casual, opção mais enxuta e que faz sucesso no país. O faturamento médio mensal para esse modelo é de R$ 110 mil a R$ 150 mil e a possibilidade de chegar a R$ 1,8 milhões anualmente. A margem de lucro é de 12,5%, segundo Marcelo, o investimento inicial para esse modelo é de R$ 234 mil.
Por fim, o diretor comercial cita o modelo Delivery, opção com investimento menor e excelente lucratividade, sendo um dos canais de vendas que mais cresceu nos últimos anos.
“O Delivery possui o menor investimento inicial entre todos os modelos, sendo de R$ 146 mil. Além disso, é uma opção que conta com uma lucratividade de R$ 81 mil a R$ 103 mil por mês e de R$ 1,2 milhões por ano, com um lucro médio mensal de 11,5%”, finaliza Marcelo Verdi.