Ter um filhote em casa é um misto de sentimentos, a alegria de acompanhar desde cedo o desenvolvimento de um peludo que vai ser companhia por toda a vida, junto à muitas dúvidas sobre os cuidados que eles demandam, principalmente os cuidados nutricionais. A nutrição do filhote é o ponto de partida para uma vida saudável e longeva do pet, promovendo o crescimento e desenvolvimento de órgãos e tecidos de maneira adequada de acordo com cada período de vida, além de ser capaz de auxiliar na prevenção de algumas doenças.
“Durante os primeiros meses de vida o pet passa por uma fase de crescimento e desenvolvimento acelerados, neste momento o desenvolvimento dos ossos, do sistema neurológico e do sistema imunológico são os mais expressivos. Logo após, vem o momento do desenvolvimento muscular, que é um pouco mais lento, quando o animal vai ganhando mais força e habilidade motora. O fornecimento adequado de nutrientes nestes períodos é pilar fundamental para que o pet tenha um desenvolvimento adequado e uma vida saudável”, declara Pamela Meneghesso, médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal.
Para garantir que todas as necessidades nutricionais do pet filhote sejam atendidas é importante que a alimentação fornecida seja capaz de suprir sua demanda por minerais, como cálcio e fósforo, que atuam diretamente no desenvolvimento dos ossos, além de vitaminas, proteínas e gorduras. “Dentre o grupo nutricional das gorduras podemos destacar os ácidos graxos essenciais, cujo algumas das funções são o fornecimento de energia e o transporte das vitaminas lipossolúveis, aquelas que são absorvidas e armazenadas no tecido adiposo e no fígado, destacando as vitaminas A, D, E e K, que desempenham papeis fundamentais no metabolismo dos animais”, explica.
Os ácidos graxos essenciais recebem este nome porque não são produzidos pelo próprio organismo, devendo ser fornecido por meio da dieta ou suplementos alimentares. Destes, o mais conhecido é o Ômega-3, que apresenta em sua composição o EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido decosahexaenoico). O seu papel é tão relevante para o desenvolvimento e a saúde animal que boa parte das rações comerciais já apresentam as formulações contendo Ômega-3 em sua composição.
A ingestão de alimentos enriquecidos com DHA está diretamente relacionada ao desenvolvimento neurocognitivo e desenvolvimento motor dos animais, isso acontece porque o DHA auxilia na construção e estruturação da comunicação entre os neurônios e na sua manutenção ao longo da vida, favorecendo o aprendizado dos filhotes. Além disso, ele também auxilia no desenvolvimento da retina, melhorando a visão do animal. Já o EPA produz substâncias que atuam modulando os processos inflamatórios no organismo e protege órgãos importantes como o coração e as articulações. Adicional a tudo isso, a suplementação com Ômega-3 melhora a sinalização intercelular e aumenta a síntese de ceramidas da barreira cutânea, reduzindo os quadros de alergia.
“Outro benefício extremamente importante do Ômega-3 para os filhotes é que ele atua diretamente no sistema imunológico, fortalecendo as barreiras protetoras naturais do organismo e sendo um perfeito aliado para auxiliar no efeito protetor das vacinas dadas ao pet”, Pamela complementa. “Existe também o efeito positivo do Ômega-3 na microbiota intestinal, que está diretamente relacionada melhor absorção dos nutrientes da dieta e a imunidade do pet, através da modulação das espécies e quantidades de bactérias benéficas presentes no sistema digestório”.
O Ômega-3 é um suplemento repleto de benefícios e que pode ser indicado para todas as fases da vida dos pets, mas Pamela reforça que o equilíbrio no fornecimento adequado entre os nutrientes essenciais ainda na fase de filhote é refletido durante toda a vida do animal, por isso planejar a nutrição do filhote seguindo corretamente as orientações do médico-veterinário quanto ao tipo de alimentação, quantidade e suplementações necessárias é tão importante.