Não se deve ter uma prova única, em um único dia no ano, para o Enem

Não se deve ter uma prova única, em um único dia no ano, para o Enem

RBN
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Os participantes do painel Olhar Inovador para as Demandas Educacionais, que aconteceu ontem, dia 18/10, primeiro dia de debates do Educa Week 2021 entraram em consenso de que o Enem do Brasil está atrasado em relação às avaliações para o acesso ao ensino superior realizados em outros países do mundo. A questão foi levantada por Nilma Fontanive, da Fundação Cesgranrio, organização que é responsável por aplicar o Exame Nacional para o Ensino Médio.

A presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE) Maria Helena Guimarães de Castro concordou com a afirmação e disse que a possibilidade de várias provas durante o ano está sendo discutida pela comissão de trabalho que trata das questões da avaliação.  “É um absurdo que o Enem só ocorra um dia por ano; está em discussão a possibilidade de contarmos com mais dias de prova”, afirmou ela.

Maria Helena reforçou, ainda, que o objetivo do ENEM continuará sendo centrado no estudante. “O propósito do ENEM é selecionar o aluno para o ingresso no ensino superior”, disse ela. “O Enem deve avaliar o desempenho individual do aluno; e não as escolas”, afirmou. “O objetivo do Enem não é o ranking das escolas. ”

Maria Helena afirmou também que, em sua opinião, o Enem não deve ser o único critério de acesso para o ensino superior. ”Algumas universidades, como a Unicamp e a USP, já agregam outros elementos, valorizando o talento e medalhas conquistadas pelos alunos, numa competição esportiva ou em uma Olímpiada de Matemática ou Física, por exemplo”, disse a presidente do CNE.

A coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio Nilma Fontanive enfatizou que a avaliação Pisa para Escolas é de fundamental importância para as instituições de ensino saberem como seus alunos estão em comparação a estudantes do mundo todo.  “Estamos preocupados como o Brasil está, em relação ao ensino de outros países do mundo”, afirmou Nilma.

Novo Enem e o PISA

A presidente do Conselho Nacional da Educação disse, ainda, que é fundamental garantir a conectividade dos alunos e que há intenção de que a primeira etapa do novo Enem, a ser implementado a partir de 2024, fique mais próxima do PISA, avaliando competências multidisciplinares das áreas de conhecimento.

Sobre o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que vai acontecer em 2022, a avaliação contará com uma nova competência, considerada um avanço na agenda de mudanças da avaliação. “Pela primeira vez, o PISA irá avaliar a criatividade dos alunos’, exemplificou a presidente do CNE. “O Enem precisa avaliar as competências do século 21. ”

Estiveram presentes no debate, além de Maria Helena Guimarães, do CNE e de Nilma Fontanive, coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio; Lena Cypriano, diretora pedagógica do Progresso Bilíngue Campinas – Unidade Cambuí, do Grupo Atmo Educação; Álvaro Freitas, superintendente de concursos da Fundação Cesgranrio, e, ainda, Rodrigo Fulgêncio, diretor executivo de unidades escolares da Poliedro Educação e Rogério Giorgion, coordenador geral da Escola Alef Peretz.

Em tempo: a Cesgranrio é a organização no Brasil responsável pela aplicação tanto do ENEM como do PISA para Escolas, que oferece informações sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.

A avaliação PISA oferece um estudo comparativo internacional, realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Já o Pisa para Escolas é uma avaliação realizada, por adesão das escolas ou dos sistemas escolares, nas mesmas métricas (escalas) do Pisa e terá dois ciclos avaliativos em 2022.

“Os gestores públicos e todos os educadores devem priorizar a capacidade de compreender as diversas realidades do país e suas demandas, mas, ao mesmo tempo, sempre buscar os indicadores internacionais de valor, como o PISA”, ressalta Ismael Rocha, diretor acadêmico do Institute of Technology and Education (Iteduc) e diretor pedagógico do Educa Week.

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