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Marcelo Cardoso fala sobre gestão corporativa no pós pandemia

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Os dois últimos anos foram marcados pela crise sanitária mundial, enquanto o isolamento social teve um grande impacto na vida das pessoas e, novos hábitos profissional e de consumo passaram a receber um novo olhar diante de um futuro incerto. Um dos grandes apontamentos feitos pelo consultor Marcelo Cardoso no pós pandemia é sobre como os ambientes corporativos estão cada vez mais complexos, no momento em que questões corriqueiras do trabalho estão integradas aos fatores de pressão presentes neste período crítico como a pandemia, a revolução digital, as mudanças climáticas no Brasil e no mundo, as pressões sociais, a desigualdade e o cenário político.

É de conhecimento geral que o volume de trabalho aumentou na maioria das equipes enxutas porque o índice de desemprego no primeiro ano de pandemia foi avassalador no país. Cerca de 6,6 milhões de pessoas perderam o emprego entre o 1º trimestre de 2020 e o de 2021, e aqueles que estão empregados, acabam muitas vezes se submetendo a excessiva carga de trabalho ou condições insalubres do ponto de vista físico ou mental, com medo da sombra do desemprego pairando sobre eles.

Então, o mundo corporativo foi obrigado a modificar suas atividades, para não perder a produtividade em um ano e meio de pandemia, além de ter que manter a busca por excelentes resultados. Por isso, o ex-executivo propõe uma nova reflexão para ajudar as organizações revisitarem o modelo mental e suas práticas de gestão.

Para o consultor Marcelo Cardoso, que acaba de lançar seu primeiro livro: “Gestão Integral: Consciência e Complexidade nas Organizações”, que aborda e contextualiza o cenário de complexidade vivenciado no século 21, são muitas as fórmulas que são apresentadas como soluções para suprir o desenvolvimento, mas falta muitas vezes se articular um processo integrado que efetivamente cause transformações sustentáveis na gestão. O livro reúne sua extensa bagagem teórica e prática, desenvolvida em mais de 30 anos como líder em grandes empresas, Hopi Hari, Natura e Fleury, e como consultor e facilitador de grupos. Neste processo, integra conteúdos que estão emergindo hoje na fronteira do conhecimento humano para contribuir com o desenvolvimento de pessoas, times e organizações.

“Eu acredito que minha experiência de 30 anos na liderança de diversas organizações, depois como consultor e facilitador de grupos, e, também, nas minhas próprias experiências de profundos aprendizados ao longo da vida, me permitiram formular uma perspectiva válida daquilo que funciona e o que não funciona para se construir contextos que permitam a evolução das pessoas, que nutrem relações profundas e significativas e que assim transformam as organizações e a sociedade”, afirma Marcelo Cardoso.

Dez provocações para reflexões importantes no cenário corporativo

1. Reflita sobre a coerência entre seu propósito de vida e o propósito de vida da organização da qual você faz parte. Imagina como você pode contribuir com propósito da organização e como se articula com aquilo que é significativo do ponto de vista pessoal.

2. Entenda tudo o que está sendo discutido no mundo e o que têm servido mais para a reputação das organizações. Fique atento ao que as empresas estão realizando ao cuidar do meio ambiente, se têm responsabilidade social e se adotam de fato as melhores práticas de governança. Observe se a atuação das empresas em questões de meio ambiente, desigualdade social e governança são iniciativas soltas e desarticuladas do modelo de negócio, ou se o impacto positivo está realmente incorporado no DNA do negócio e na sua cultura.

3. Historicamente, as empresas não foram preparadas para ser um espaço acolhedor para as pessoas. Portanto, o que é necessário ser feito para as organizações deixarem de ter “recursos humanos” e comecem a ter “relações humanas”?

4. A pandemia foi mais uma demonstração que a sociedade e as corporações coexistem em um ambiente complexo, emergente e totalmente interconectado. Portanto, os desafios impostos pela pandemia, as organizações e os profissionais mais adaptados à complexidade mais rapidamente se ajustam aos contextos, e essa será a tônica cada vez mais para os próximos anos.

5. A pandemia reforçou sintomas que já estavam presentes nas organizações. Não é o fato de ser online ou presencial que será determinante para a sinergia, as organizações com problemas para operar colaborativamente vão continuar a demonstrar esses sintomas, se não mudarem a mentalidade fragmentada.

6. As organizações precisam cultivar ambientes psicologicamente seguros, precisam criar diversidade cognitiva e oferecer o contexto adequado para a interação, a criatividade e a colaboração emergirem das equipes.

7. Já se fala da quarta onda, que é o efeito psicológico da pandemia e da forma como se trabalha atualmente, fala-se na fadiga do zoom, e no definhamento emocional, são questões sérias que merecem atenção cada vez mais. A qualidade da saúde mental será cada vez mais valorizada como um indicador de engajamento e florescimento da criatividade e inovação.

8. A motivação intrínseca do ser humano é motivada por significado, pelo sentido que ela vê naquele trabalho, no valor que ela compartilha com a organização. Dinheiro, reconhecimento, benefícios, são uma base que todos deveriam ter, mas não é isso que gera motivação. A motivação é saber que está contribuindo para algo de valor para a sociedade, e que está aprendendo, se transformando para melhor com esse processo.

9. Estamos em um momento de incertezas e profundas reconfigurações na natureza do trabalho e do emprego. Existem várias previsões, mas a principal capacidade de qualquer pessoa no futuro será de estar aberto a aprender e continuar se revisitando e aprendendo.

10. A gravidade do impacto da atividade humana sobre o planeta será sentido cada vez mais, e as organizações cada vez mais perceberão que, na realidade, não existe externalidades nas suas atividades. Aí está a importância de um olhar de regeneração para a sociedade e o planeta.

Sobre o autor

Marcelo Cardoso é administrador com extensão pela Kellogg Northwestern e vem ocupando posições de liderança ao longo dos últimos 30 anos, em empresas a exemplo da Método Engenharia e da GP Investimentos, onde foi presidente do Hopi-Hari, DBM LHH, Natura e Fleury. Hoje, atua em sua própria organização, a Chie, que entre outras iniciativas, lidera um programa internacional em consultoria e facilitação em parceria com a MetaIntegral de São Francisco, Califórnia.

O autor é também um Integrador de Transformações Organizacionais e presidente do Instituto Integral Brasil. @marcelocardoso.chie

 

Sobre a Chie Integrates

Uma empresa brasileira, liderada pelo fundador Marcelo Cardoso. A Chie conta com um time de profissionais experientes e multidisciplinares e atua na vanguarda do Desenvolvimento Humano e Desenvolvimento Organizacional porque a transformação das pessoas e de suas relações, incluindo o trabalho, é indissociável da transformação da sociedade.

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