O compositor Guiga de Ogum lança no próximo dia 4 de dezembro, Dia de Santa Bárbara, o primeiro single de seu álbum de estreia, que tem lançamento previsto para o primeiro semestre de 2022 pela Ori Music Lab & Records. Com “Bárbara”, ijexá que reverencia a santa “protetora contra os relâmpagos e tempestades”, Guiga de Ogum celebra mais de cinco décadas como compositor, somando um repertório que reúne mais de 300 composições, entre sambas (em diferentes vertentes), galopes juninos, canções e ijexás.
Ao prestar reverência a “Rainha dos Astros”, o compositor soteropolitano perpetua uma marca de sua poética que é louvar e celebrar o sagrado. Em sua obra, são recorrentes as referências às divindades do candomblé e do catolicismo popular, fortemente presentes no cotidiano da Bahia. Aos orixás, teve suas homenagens a Iemanjá (“Presentes do Mar”), Ogum (“Ronda ronda”), Oxum (“Deusa do Rio”) e Xangô (“Kabesilê”), bem como aos Ibejis (“Beiji”), registradas por Leny Andrade, pelos conjuntos Bambas de Sampa e Sambas das Flores, pela Orquestra Popular Sambagolá e pelo sambista Walmir Lima, respectivamente.
Além destas composições, somam-se ainda tributos a Oxalá, Oxóssi, Obaluaê e Oxum (“Dama de Ouro”), homenagens a Oxumaré e ao caboclo Oniboiá e duas louvações a Iansã: “Dona dos Astros” e “Bárbara”, sendo esta última a escolhida para ser o “cartão de visita” de seu primeiro trabalho fonográfico individual, celebrado aos 79 anos de idade.
Segundo Guiga de Ogum, a composição nasceu há cerca de 20 anos em uma festa de Iansã no terreiro Ilê Alabaxé, em Maragogipe, na região do Recôncavo Baiano. “Ela apareceu com fogo, na festa de Iansã mesmo. Depois, surgiu a música, inspirada nela própria, ou melhor, na sua manifestação. Foi uma festa de Iansã no dia 4 de dezembro, já tem mais de dez anos. Esta música já foi cantada no trio elétrico com os Filhos de Gandhy, mas estava à espera de uma gravação”, diz.
A produção, que conta com o apoio do É Samba Bahia! (ÉSBA!), é uma realização do Ori Music Lab & Records, sob a direção musical de Paulinho Timor e Caê Rolfsen, produtor que recebeu, em 2019, duas indicações ao 20º Grammy Latino pelos álbuns “Macumbas e Catimbós”, de Alessandra Leão, e “Goela Abaixo”, de Liniker e os Caramelows. Participaram da gravação, além dos diretores musicais, as musicistas Flora Poppovic e Victória dos Santos. O single estará disponível em diferentes plataformas digitais, a partir do dia 4 de dezembro: Spotify, Deezer, YouTube e Apple Music.
Sobre Guiga de Ogum
Gumercindo Vieira Santos, Guiga de Ogum, é uma das maiores referências da música popular da Bahia. Ainda adolescente, no ano de 1959, participou da fundação da Escola de Samba Ritmistas do Samba, pioneira no carnaval soteropolitano. A partir dos anos 70, passou a ter sua obra gravada por intérpretes baianos como Firmino de Itapuã, Edson Conceição, Nelson Rufino e Walmir Lima. Superando as fronteiras da Boa Terra, logrou êxito com Leny Andrade, Jorge Aragão e Jorginho do Império, com “Presentes do mar”, “Deus manda” e “Deixa-me saudar (Santo Antônio)”, respectivamente.
Em 1989, entrou pela primeira vez em estúdio para registrar uma composição de sua autoria, o samba de roda “No rio tem”, que integrou o LP “Samba de Roda – Na roda de samba da Bahia”. No ano seguinte, fez uma participação especial em um álbum do grupo Feitiço Moreno, cantando “Gandhi”, de sua autoria.
Após estas gravações, o Poeta da Preguiça ficaria quase 30 anos afastado dos estúdios, voltando a registrar composições do seu amplo repertório nos álbuns “Todo Mundo Tem Que Falar” (2018), do conjunto paulistano Bambas de Sampa, e “Bahia dá Samba” (2018) – o compositor teve a companhia dos mestres baianos Riachão e Edil Pacheco no primeiro trabalho e de Walmir Lima e Seu Regi de Itapuã no segundo.
Em 2020, o compositor lançou o single “Arrasta-pé no Forró do Cais”, primeira produção individual de sua carreira. No primeiro semestre de 2021, protagonizou o espetáculo “Guiga de Ogum reverencia os Orixás”, ao lado do Duo Sambagolá, exibido em formato de live no canal do YouTube do É Samba da Bahia! (ÉSBA!) e lançou o samba-enredo “História da Independência do Brasil” (Diplomatas de Amaralina, 1968), no álbum “Sambas-Enredo da Cidade da Bahia”. No dia 3 de dezembro, a cantora e musicista mineira Lis Brasil, em um dueto com Michelle Andreazzi, lançará o single “Oxumaré”, também de autoria de Guiga de Ogum.
Serviço: Lançamento do single “Bárbara”, de Guiga de Ogum
Quando: 4 de dezembro (sábado)
Onde: Nas principais plataformas de música (Spotify, Deezer, YouTube e Apple Music)