Sabe aquela hipersensibilidade à luz ou dificuldade de enxergar em dias ensolarados, típicos de verão? O problema, que se caracteriza por um desconforto ou aversão a fontes luminosas, inclusive as artificiais, indica que algo não vai bem na visão. Dra. Cristine Libório, oftalmologista do Instituto de Olhos Freitas, empresa do Grupo Opty, explica que a fotofobia não é uma doença, mas um sintoma de um problema ocular já existente.
“Podem se queixar do problema pessoas que têm síndrome do olho seco, erros de refração não-corrigidos como astigmatismo e miopia, inflamações, infecções, traumas e até mesmo pós-operatórios precoces de cirurgias dos olhos. Pacientes com conjuntivite, úlceras de córnea (ceratites), inflamações ou infecções intraoculares (uveítes), ou que apresentem lesões na córnea e uso excessivo de lentes de contato, também costumam apresentar o problema”, detalha a oftalmologista. A médica ainda ressalta que, embora o desconforto possa atingir indivíduos de todas as idades, a fotofobia é mais comum entre mulheres com mais de 50 anos. Pessoas que possuem olhos claros, incluindo os albinos, também tendem a ser mais sensíveis à luz.
Para quem gosta de tecnologia, a médica Cristine Libório faz um alerta: pessoas que passam muito tempo em frente aos equipamentos eletrônicos podem criar uma hipersensibilidade à luz, já que, ao piscar menos, estão propensas a desenvolver olho seco e, consequentemente, fotofobia. Então, é importante procurar limitar as horas em frente aos tablet, computador, televisão e celular. É fundamental ainda fazer intervalos de alguns minutos a cada duas horas, para normalizar as piscadas e lubrificar novamente os olhos. Além disso, a médica acrescenta que existem lentes antirreflexo, específicas para as plataformas digitais, que auxiliam na redução da fotofobia.
Outros cuidados
Uma vez resolvido o fator desencadeante, após consulta e acompanhamento oftalmológico, em muitos casos, a fotofobia desaparece. Mas, para quem tem aversão natural à claridade, o ideal é evitar a luz solar intensa e outras fontes de iluminação forte. “É recomendável o uso de chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta (UV), quando estiver ao ar livre durante o dia. Além disso, considere usar óculos com lentes fotossensíveis, que escurecem automaticamente ao ar livre e bloqueiam 100% dos raios UV. Outra boa opção são as lentes polarizadas, que oferecem proteção extra contra reflexos de luz que causam brilho na água, areia, estradas de concreto e outras superfícies refletivas”, conclui a oftalmologista.