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Empatia na gestão de conflitos: característica de profissionais diferenciados

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* David Braga

Imagine um mundo onde todos são egoístas. Já pensou como seria? A partir do momento em que se vive em sociedade, existe o dever de lidar com outras pessoas, que podem ser completamente diferentes na forma de pensar. Dentro das empresas, a atenção a essa questão se torna ainda mais relevante, uma vez que estão trabalhando, em um mesmo espaço, profissionais com perfis, culturas e personalidades diversas. É, portanto, uma arena propícia para o surgimento de atritos, que podem ser desastrosos para o clima da organização e, ainda, destruir carreiras. Diante disso, exercer a empatia, definida, resumidamente, como a habilidade de compreender os outros indivíduos, é essencial para evitar atritos desnecessários. Ao usar essa competência, o profissional tem mais chance de êxito na resolução de problemas e, consequentemente, ganha mais destaque e relevância na profissão.

A pessoa empática consegue lidar melhor com muitas situações. Ela tem a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender o seu ponto de vista, mesmo que não concorde com ele. No ambiente corporativo, é uma importante forma de lidar, com diplomacia, com todos os níveis hierárquicos – superiores, pares ou liderados – e estabelecer uma conexão verdadeira, reduzindo, assim, os embates. Da mesma forma, essa condição ocorre no contexto pessoal, no qual os relacionamentos têm que ser cuidados e preservados. E já que precisamos viver em sociedade, a única saída é buscar a empatia como uma prática diária.

Claro que isso não significa concordar com todos os posicionamentos e aceitar tudo, mas, sim, entender e respeitar os pontos de vista dos colegas, além de expor as próprias opiniões. Para tanto, é fundamental desenvolver, também, a habilidade de escuta ativa. Essa arte significa ter paciência e tolerância com quem fala, ou seja, não se trata apenas de ouvir ou acompanhar o raciocínio de alguém: é preciso perceber, compreender e, principalmente, aceitar e acolher as concepções divergentes. Esse princípio deve valer para todas as relações, especialmente no mundo corporativo, no qual profissionais diferentes precisam conviver diariamente.

Além disso, independentemente do porte da empresa, pensar um pouco mais no colega ao lado é uma forma de melhorar a convivência e transformar a rotina, com mais leveza. Vivemos na era do compartilhamento e, portanto, não podemos mais ignorar os sentimentos e problemas alheios. Até porque cada um tem sua história, suas crenças, seus repertórios e tantos outros diferenciais que fazem cada indivíduo ser como é. Sendo assim, uma equipe formada por pessoas empáticas tende a se entender melhor e a compartilhar opiniões com mais facilidade, chegando a um denominador comum para novas ações.

Não é à toa que a empatia é umas das competências e habilidades – as tão faladas soft skills – presentes em pessoas de sucesso. Quando precisam gerenciar conflitos, suas chances de resolução aumentam consideravelmente. E, em um mundo cada vez mais polarizado, essa capacidade é muito importante, uma vez que os atritos internos afetam diretamente os resultados das companhias, a credibilidade dos colaboradores envolvidos e o desenvolvimento das carreiras. Cabe, então, a cada profissional exercer o seu protagonismo e decidir se será mais um no meio da multidão ou aquele que usa, além do conhecimento técnico, adquirido nas escolas e faculdades, todas as suas competências e habilidades para ser melhor e consequentemente, se destacar dentro da organização.

 

* David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent. É, também, professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você”, além de atuar como embaixador da ONG ChildFund e Conselheiro de RH da ACMinas.

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