Em dois anos de pesquisa apoiada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), a startup paulista wconnect elaborou o projeto SIMPLES RECEITA, em parceria com o CPQD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, uma Unidade EMBRAPII. Trata-se de uma solução que funciona como carteira digital, onde podem ser guardadas todas as prescrições de medicamentos, vacinas e o histórico médico do paciente, que tem o controle sobre o acesso às informações disponibilizadas.
O projeto aposta na segurança e na confiabilidade da prescrição digital de receituário médico, por meio da utilização de blockchain – tecnologia que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Computação, unifica técnicas já conhecidas para possibilitar o registro imutável, consistente e descentralizado de transações, o que impede a invasão de hackers.
Entendendo o Simples Receita
O projeto foi idealizado no início da pandemia de COVID-19, período em que surgiu a necessidade de aprimorar a prestação de serviços médico-hospitalares por meio da telemedicina.
O foco do sistema é gerenciar o processo de emissão, controle e uso de receitas médicas de forma segura e simples, com foco no paciente. Assim, na hora de uma consulta médica minuciosa, é possível apresentar documentos de saúde armazenados no sistema proposto pelo projeto.
No desenvolvimento do SIMPLES RECEITA, o método utilizado permite controles avançados de privacidade e identidade digital descentralizada. O CPQD realizou o conjunto de testes de Produto Minimamente Viável (da sigla em inglês MVP), baseado em blockchain, tecnologia que permite a criação de uma identidade digital, por meio da qual o usuário tem total controle sobre seus dados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), garantindo o registro seguro de informações armazenadas.
Maurício Conti, fundador da wconnect, enfatiza que o conceito adotado no SIMPLES RECEITA é o de open health (saúde aberta), com base em uma rede blockchain que reúne pacientes, médicos, farmácias e todo o ecossistema de saúde. “A adesão à solução passa por um processo de identificação e autenticação simples e bastante seguro. A rede blockchain já foi criada e utilizada por um grupo de médicos e pacientes que participaram de um teste-piloto na Faculdade São Leopoldo Mandic, no primeiro semestre deste ano”, explica.
Após o apoio da EMBRAPII E CPQD, a empresa wconnect participou de um concurso global de inovação para startups com mais de 3.300 projetos inscritos e, entre 32 empresas selecionadas, a proposta do SIMPLES RECEITA foi escolhida como vencedora.
Quando o projeto estiver no mercado, a ideia é que seja oferecido para redes de farmácias, além de pacientes e médicos, em versões gratuitas e pagas. Sobre a parceria com a EMBRAPII e o CPQD, Conti afirma: “Foi muito importante, por auxiliar no financiamento do projeto e, também, na qualificação e homologação do nosso parceiro, CPQD, sem dúvida o maior centro de pesquisas em blockchain do hemisfério sul. Se considerarmos o uso de Certificado Digital junto com blockchain, a solução criada para o SIMPLES RECEITA é única no mundo”.
