Muitos sabem que sou presidente da ASSERJ (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro). Porém, poucos têm conhecimento de que, em maio de 2022, também assumi a posição de 1º vice-presidente da ALAS (Associação das Américas de Supermercados).
O que existe por trás desses cargos e siglas é uma importantíssima troca entre culturas relativamente próximas, porém, ao mesmo tempo, tão peculiares. Fazer a ponte entre essas instituições é estar à frente do desenvolvimento do setor de abastecimento em nível Américas. O estado do Rio de Janeiro, portanto, é a porta de entrada para potencializar as oportunidades de melhorias de práticas, de implementação de tecnologias e inovações, de conhecimento de leis de outras regiões que podem se moldar às nossas em defesa do setor, de um networking produtivo e por aí soma-se um leque de oportunidades.
Atuando nas duas frentes e consciente da importante missão de ser o interlocutor desta riquíssima convergência cultural varejista, já venho colocando em prática o meu papel. Na SRE Super Rio Expofood deste ano, realizada em março, trouxe a maior comitiva de profissionais do setor, 80 membros da ALAS, para o nosso evento.
Além do braço de conteúdo, Convenção das Américas, que apresentou painéis e palestras com a participação desses profissionais, realizamos uma ronda estratégica nos estandes dos dois pavilhões, propiciando oportunidades de negócios e trocas de práticas de extrema importância para todos os envolvidos. Paralelamente ao evento, fizemos duas visitas técnicas em grandes redes de supermercados cariocas: Guanabara e Supermarket, onde os responsáveis pelas redes receberam o grupo, apresentaram suas lojas e modelos de negócios, tiraram dúvidas e mostraram como podemos ser, e somos, referência no setor.
Não poderia deixar de mencionar que, em encontros paralelos ao evento, ampliamos nosso conhecimento sobre diferentes realidades regionais. Na Bolívia, chamou a atenção o esforço contínuo para reduzir a informalidade e qualificar o varejo por meio da profissionalização e da tecnologia. A Venezuela, por sua vez, demonstrou notável resiliência diante de severas crises econômicas, sustentada por planejamento estratégico e adaptação à dolarização. Já o Uruguai, favorecido por uma economia estável, vem avançando de forma consistente em inovação e digitalização, adotando boas práticas inspiradas em modelos internacionais.
E o mesmo acontece quando viajo para Montevideo, por exemplo, para me reunir com membros da ALAS e visitar supermercados da região. Como foi em 2024, quando tive a oportunidade de trocar muitas ideias e práticas com o CEO do Fresh Market, rede de supermercados do Uruguai. Sua singularidade em lidar com a sazonalidade de Punta, que enche no verão e tem um movimento regular no inverno, é um exemplo de como essas diferenças podem gerar insights que podemos moldar e aplicar em estabelecimentos específicos no estado do Rio de Janeiro ou Brasil.
Essas experiências vivenciadas na prática reforçam o valor da integração entre os países, evidenciando como o diálogo e o intercâmbio de soluções são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento do setor. É justamente esse espírito colaborativo que me enche de orgulho ao representar o estado do Rio de Janeiro e conduzir esse movimento de troca de culturas, conhecimento de desafios e construção de estratégias que fortalecem o setor além das fronteiras.
Fábio Queiróz, Presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) e primeiro vice-presidente da Associacion de Las Américas de Supermercados (ALAS).