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Diagnósticos de TDAH crescem 123% entre adultos em menos de uma década

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Diagnósticos de TDAH crescem 123% entre adultos em menos de uma década
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O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um dos grandes desafios enfrentados pela nova geração de jovens adultos. Estudos revelam um aumento expressivo nos diagnósticos, com um crescimento de 123% entre 2007 e 2016, de acordo com dados publicados na revista médica ‘JAMA Open Network’. Diante do cenário, especialistas destacam que a situação tem se agravado em consequência do estilo de vida moderno, marcado pela hiperconexão e pela cultura da gratificação instantânea (bem estar de recompensa imediata), que intensificam sintomas como desatenção, impulsividade e dificuldade de organização.

Segundo o psicólogo Rafael Papa, especialista no tema e autor do livro ‘Geração TDAH: Como administrar o TDAH e melhorar a saúde mental’, o transtorno tem ganhado maior visibilidade nos últimos anos, também, devido à evolução do diagnóstico. “Os profissionais da área da saúde mental, e até mesmo médicos generalistas, estão identificando a condição. O diagnóstico está cada vez mais assertivo, precoce e criterioso”, salientou Papa.

No entanto, o especialista destaca que o estilo de vida relacionado ao uso das redes sociais, alimentação inadequada, trabalho excessivo, qualidade do sono e falta de atividade física também são questões que estão contribuindo para o aumento de casos de TDAH. Para o psicólogo, essas condições tornam a nova geração mais suscetível ao agravamento dos sintomas do transtorno, além de favorecerem o surgimento de características similares ao TDAH em pessoas sem o diagnóstico formal.

O acesso à informação também tem contribuído para que indivíduos reconheçam os sintomas e procurem ajuda profissional. No entanto, Rafael Papa alerta para os riscos da autoavaliação. “A disseminação de dados sobre o TDAH tem vantagens, como fazer com que as pessoas se identifiquem e busquem auxílio, mas também pode gerar desinformação e levar ao autodiagnóstico equivocado”, pontua. 

A era digital trouxe novos desafios para quem vive com o transtorno. A hiperconexão e a cultura da gratificação instantânea, por exemplo, intensificam dificuldades relacionadas à atenção, organização e impulsividade. “O sistema de recompensa do cérebro, afetado pela ausência de dopamina, estimula a busca por prazeres imediatos, como comida, álcool e jogos. Isso pode comprometer relações interpessoais, carreiras e outros aspectos da vida de quem tem TDAH”, explica Papa.

Por outro lado, as tecnologias também podem ser aliadas no tratamento do transtorno. “Estratégias como o uso de aplicativos para organização e controle de tarefas, aliados ao tratamento farmacológico, exercícios físicos, alimentação saudável e sono de qualidade, podem transformar a vida de quem possui TDAH”, afirma o psicólogo.

Para os jovens adultos que suspeitam ter o transtorno, Rafael Papa enfatiza a importância de buscar um diagnóstico profissional e iniciar o tratamento adequado. “Ter TDAH não é uma sentença. Administrá-lo é possível caso seja tratado de forma séria por quem possui o transtorno”, revela.

NAS CRIANÇAS

Entre crianças, os números também são alarmantes: o percentual de diagnósticos saltou de 5% para 11,4% entre 1997 e 2016, segundo o estudo ‘Twenty-Year Trends in Diagnosed Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder Among US Children and Adolescents’. 

O psicólogo reforça a necessidade de mudanças estruturais para uma sociedade mais inclusiva. Ele defende políticas públicas que tornem o tratamento acessível e ações educacionais voltadas para o acolhimento de pessoas com TDAH. “Cada vez mais as escolas identificam estudantes com o transtorno, mas muitas vezes não sabem lidar com o processo. Precisamos de projetos sociais e esforços coletivos para tratar a saúde mental como prioridade”, destaca.

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