Mapeamento genético já está disponível no Brasil com venda direta ao usuário por cerca de mil reais
O câncer é considerado o principal problema de saúde pública no mundo. A doença está entre as quatro principais causas de morte antes dos 70 anos de idade, na maioria dos países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a projeção até 2022 é de que a cada ano ocorram, aproximadamente, 625 mil novos casos entre a população.
A Região Sudeste concentra 60% desse total, com predominância do câncer de mama nas mulheres, e da próstata nos homens. Os mesmos tipos lideram as incidências no Sul, onde representam 23,4% dos casos. Já no Norte e Nordeste, onde estão 27,8% das ocorrências, os mais comuns são o de colo de útero e de estômago. E isso é reproduzido no Centro-Oeste, onde o câncer do colo do útero e o de estômago também estão entre os mais incidentes.
O melhor combate é a prevenção. De acordo com estudos científicos, histórico familiar, ambiente e estilo de vida estão intimamente ligados ao risco do desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Entre esses fatores, existem mutações genéticas hereditárias, que aumentam a predisposição ao seu aparecimento.
Por exemplo, o risco médio da população brasileira desenvolver o câncer colorretal é de 2%. Entretanto, quem apresenta mutações nos genes APC, MLH1, MSH2, MSH6 têm o risco aumentado mais de 90%. No caso das mulheres e do câncer de endométrio, esse cenário passa de 1% na população em geral para 37% quando há alguma alteração nos genes MLH1, de 49% para o MSH2, e de 41% para o MSH6.
Pessoas com mutações no gene CDH1 têm até 70% de chance de desenvolver Câncer de Estômago durante a vida, contra menos 1% da média da população. Em relação aos casos de mama feminino e ovários, uma modificação nos genes BRCA1e BRCA2 eleva para 72% e 44% respectivamente o risco que inicialmente é de 7% e 0,5%. Nos homens, variações nesses genes elevam a predisposição de 9% para 60% no câncer de próstata e de 0,1% para 8% o de mama.
“Conhecer a sua realidade genética significa ao indivíduo um aliado na tomada de decisões personalizadas para uma vida mais saudável. Na prática, permite que junto ao seu médico de confiança traçar um plano de prevenção, que leve em conta suas informações genéticas. Esse plano pode envolver medidas como antecipar o início de exames de rotina, diminuir o intervalo entre consultas, mudanças de estilo de vida ou ainda procedimentos médicos que podem reduzir esse risco, sempre com orientação especializada”, detalha David Schlesinger, doutor em genética humana, e CEO do meuDNA, healthtech de mapeamento genético que oferece direto ao consumidor o kit meuDNA Saúde.
É por meio desse avanço da ciência que cada pessoa pode conhecer seus dados biológicos. Esse ano completam-se 30 anos do Projeto Genoma Humano e é inegável o quanto tudo mudou de lá para cá. Em abril de 2000, o geneticista americano Craig Venter anunciou que 99% do genoma humano havia sido decodificado. À época, o projeto custou US$ 3 bilhões. Já no final de 2008, tínhamos Sequenciadores de Nova Geração, capazes de sequenciar bilhões de bases do DNAde cada vez, permitindo completar/ler um genoma inteiro por US$ 300 mil. Atualmente, o custo fica abaixo de US$ 1 mil.
O meuDNA Saúde, por exemplo, está à venda no Brasil pelo https://meudna.com/teste-
No laboratório especializado em Sequenciamento de Nova Geração (NGS), o DNA é analisado através da tecnologia de Exoma, que faz um sequenciamento completo dos genes. Por meio de inteligência artificial e bioinformática, as informações são comparadas com tudo o que já existe nos bancos de dados genéticos, para identificar as variações genéticas que podem aumentar o risco de desenvolvimento de doenças.
“O resultado abre uma oportunidade à vida, permitindo que a pessoa seja protagonista nas decisões que envolvem sua saúde”, finaliza Schlesinger.