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Da desnutrição à obesidade: O que levou a inversão dos problemas?

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Há anos, a obesidade infantil se tornou um problema que requer cada vez mais atenção no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças e adolescentes está acima do peso em território nacional. A cerca de 50 anos atrás, a preocupação que vigorava era a desnutrição, mas gradativamente o cenário mudou de falta de alimento para uma oferta desregrada, principalmente de industrializados.

Segundo a nutricionista infantil, Camila Garcia, há alguns anos, quando a desnutrição era comum no Brasil, as crianças  precisavam ganhar peso e isso acarretou em uma grande oferta de calorias, sem conhecimento e orientação. “A introdução alimentar precoce era rotina, por exemplo, os sucos, que apesar de terem fácil aceitação pelas crianças, são muito calóricos, passaram a fazer parte da dieta, oferecidos muitas vezes por mães que não conseguiam amamentar”, explica a especialista.

Ao longo dos anos e com a repetição desse cenário, os problemas em relação ao sobrepeso se tornaram mais concretos e hoje, o panorama vai de mal a pior. “Isso se tornou um costume, temos crianças muito pequenas com sobrepeso, mas também com  grande déficit nutricional por não receberem os micronutrientes necessários. Temos que pensar que nem todo gordinho é saudável, pois pode estar aparentemente bem alimentado, mas ser anêmico”, reforça Camila.

A obesidade infantil é uma doença e deve ser tratada de forma séria. Ainda não tem cura, mas pode ser controlada através de acompanhamento médico, exercícios e alimentação. Para isso, o primeiro passo é identificar  se a  criança está obesa e essa classificação só pode ser definida acima de cinco anos, antes dessa idade, é considerado sobrepeso. o problema pode ser identificado através do IMC ou do Percentil, que é utilizado principalmente por pediatras e representa a curva de crescimento. Bebês com percentil acima de 97 são considerados obesos, os que passam de 99,9 já estão em obesidade grave.

Para Camila, a doença está ligada a alguns fatores. É preciso observar se a  criança  tem fome emocional, se come mais quando está ansiosa ou ociosa, se tem vontade de comer a todo momento. Outra questão é o bombardeio e consumo excessivo de alguns produtos alimentícios, que são palatáveis, porém cheios de açúcares e gorduras.

Quanto ao tratamento, a especialista ressalta a importância do acompanhamento de um nutricionista infantil. “Não se pode ser radical demais, impondo dietas indicadas para adultos, pois corremos o risco de privar a criança  dos micronutrientes e calorias que ela precisa”, explica.

A indicação inicial é mudar os hábitos e optar por alimentos saudáveis, sempre evitando produtos industrializados e com adição de açúcar. A nutricionista ainda explica que deve-se observar o lado comportamental. “Precisamos olhar para a criança, observar se ela presta a devida atenção ao que come, se se alimenta sentada à mesa. Se come muito, se prefere beliscar o tempo todo ao invés de fazer refeições completas, notar quando tempo leva para que ela se sinta satisfeita, enfim, implantar uma rotina alimentar que faça com que, acima de tudo, a hora da refeição seja um momento de prazer”, finaliza Camila Garcia.

Sobre Camila Garcia

Camila Garcia é nutricionista infantil comportamental e acredita no poder da alimentação infantil como essência de um mundo mais leve e saudável. Formada em nutrição pela PUC-Campinas e pós-graduada em saúde e nutrição infantil pela Unifesp. CRN 34782.

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