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Cotovelo do tenista não afeta só atletas profissionais

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A epicondilite lateral do cotovelo em atletas, popularmente conhecida como cotovelo do tenista, é uma inflamação nos tendões  extensores do cotovelo. É muito comum em tenistas, mas também pode estar relacionada à ergonomia do trabalho e excesso de digitação. A inflamação se dá pelos movimentos repetitivos de punho, dedos e sobrecarga gerada na região.

O principal sintoma é a dor na face  lateral do cotovelo, associado muitas vezes até  à diminuição de força de alguns movimentos do  punho, observada clinicamente quando o médico pede para estender o punho contra uma resistência. Por ser uma doença desencadeada por sobrecarga nos tendões, é mais comum atingir pessoas entre 30 e 50 anos, mas tem se tornado frequente  nos jovens que abusam de movimentos  repetitivos.

“A epicondilite lateral tem os mesmos sintomas e tratamentos para atletas profissionais ou amadores, já que as causas são essencialmente as mesmas: excesso de repetições e/ou fraqueza muscular levando a uma tendinopatia. Adequar a exigência à sua capacidade é fundamental, promovendo tanto o fortalecimento muscular quanto a adequação do número de repetições. Fatores externos (extrínsecos) como a empunhadura e peso da raquete, assim como tipo e tensão da corda, também são relevantes e devem ser discutidos na consulta médica. Raquetes “leves” e com maior tensão na corda são geralmente fatores  de piora do quadro”, explica o Ortopedista e Médico do Esporte, Dr. Paulo Szeles.

Em não-atletas, no ambiente de trabalho,  além das orientações quanto ao fortalecimento e diminuição de repetições, a ergonomia, principalmente em relação à digitação, deve ser enfatizada.

“A reabilitação tem papel determinante na recuperação de atletas e não- atletas. O que observo é que quem pratica algum esporte fica mais atento e mantém as consultas regulares com o médico e fisioterapeuta. Por isso, geralmente, tem uma recuperação mais breve”, completa Dr. Paulo.

O tratamento inicial deve sempre ser clínico, com medicamentos, adequação de cargas e treino,  fisioterapia e eventualmente  infiltração com ácido hialurônico, nos casos mais crônicos, o que tem se mostrado um tratamento muito eficaz.

“A infiltração de ácido hialurônico tem sido um tratamento adjuvante com ótimas respostas nos diferentes tipos  de pacientes. Além de aliviar a dor, o ácido hialurônico, associado à fisioterapia, parece reduzir o tempo de tratamento.”, explica o médico.

Segundo o Médico do Esporte, não é apenas uma infiltração que já trará resultado, mas um conjunto de medidas, como correção do gesto esportivo, adequação do equipamento, assim como ajuste da  ergonomia no trabalho.

Por fim, o importante é: se sentir desconforto na região lateral do cotovelo ou perceber que está com menos força nas mãos, procure um Ortopedista. Quanto mais rápido o tratamento começar, mais breve a recuperação.

Sobre Dr. Paulo Roberto Szeles
Médico com Título de Especialista em Medicina Esportiva e em Ortopedia e Traumatologia. Pós Graduado em Traumatologia do Esporte e Fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde também fez Mestrado em Medicina Esportiva com foco em lesões de CrossFit.
Atualmente é Médico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino e de alguns atletas olímpicos de Ginástica, como Caio Souza, e coordena a Residência Médica em Medicina Esportiva da UNIFESP.
Já atuou como médico em grandes eventos Esportivos, como Copa do Mundo do Brasil (2014), Jogos Olímpicos Rio 2016, Copa América de Futebol (2019) e Basquete (2009 e 2017), Campeonato Mundial de Basquete (2009 e 2010).

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