Projeto estrutural da expansão do museu paulistano adicionará quase 7.000 m² à sua área de exposição, com a utilização de quase 260 toneladas de aço
Todo mundo já sabe que o novo prédio do MASP será inaugurado em março de 2025, em uma ampliação de espaço de quase 66% em sua estrutura total, unindo-se ao original através de uma passarela subterrânea. O que poucas pessoas sabem é que a construção em aço será a principal responsável por viabilizar o projeto. “O sistema construtivo em aço contribuirá com a adequação do vão e das alturas livres. A construção em aço será utilizada no núcleo do edifício, desde o primeiro pavimento até a cobertura, e nas fachadas acima do 5º pavimento”, conta a projetista estrutural Heloísa Maringoni, titular do escritório Companhia de Projetos, acrescentando que o sistema industrializado em aço, associado ao concreto do núcleo de circulação vertical, tem a função de garantir a estabilidade para a elevação do edifício, além da redução das cargas de peso próprio para aumento da carga útil.
“Os principais desafios do projeto são a duplicação das alturas livres e a remoção de grande parte da estrutura executada em 2012, de forma que a demolição e construção seguissem em paralelo em um canteiro extremamente reduzido e de acesso bastante complicado”, analisa a engenheira. Heloísa afirma ainda que a grande inovação estrutural desse projeto é o sistema construtivo associado ao de demolição e a estabilização do edifício com alturas de piso a piso de 6,40 m, além da adequação e interface com os elementos já existentes.
De acordo com a projetista, o edifício terá certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), graças a soluções sustentáveis como o sistema de iluminação automatizado e com tecnologia LED, que reduzirá expressivamente o consumo de energia. Além disso, haverá uma fachada dupla que protegerá o empreendimento da radiação solar e sombreará as janelas, diminuindo a carga térmica interna.
“Uma malha metálica, que revestirá a edificação, permitirá que uma camada de ar seja gerada entre o prédio e fachada externa. A solução será capaz de aliviar os sistemas de climatização e ventilação. A malha permite que uma camada de ar se forme entre o edifício e fachada externa, criando um microclima, garante Heloisa Maringoni, acrescentando que a malha terá, além da função de proteção termo- acústica dos espaços internos, a função arquitetônica, como criação de um volume complementar ao edifício original.
O novo prédio será batizado de Pietro Maria Bardi, primeiro diretor artístico do MASP, enquanto o edifício histórico do MASP será chamado de Lina Bo Bardi, arquiteta que o projetou. Esses nomes, somados ao de Assis Chateaubriand, completam o trio fundador do museu. Serão novas galerias, salas de aulas, reserva técnica para armazenamento de obras, laboratório de restauro, restaurante, loja e espaço para eventos — tudo distribuído nos 14 andares do edifício anteriormente chamado Dumont-Adams, vizinho da edificação principal do Masp.
Sobre o CBCA
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, acesse https://www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.