Durante o Mês da Herança Hispânica, celebrado de 15 de setembro a 15 de outubro, empresas, governos, instituições educacionais e ONGs nos Estados Unidos reconhecem as realizações, contribuições e a influência do povo hispânico em todo o país. No entanto, é importante lembrar que, embora a celebração foque nos países de língua espanhola, a comunidade latina nos EUA é composta por indivíduos de diversas nações da América Latina, incluindo o Brasil, que também contribui significativamente para a economia americana.
De acordo com um estudo recente conduzido pelo Centro para o Estudo da Saúde e Cultura Latina da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), o Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela comunidade latina nos EUA atingiu US$ 3,7 trilhões em 2022. Isso coloca os latinos como a quinta maior economia do mundo, superando países como o Reino Unido, França e Índia. Além disso, os latinos foram responsáveis por 41,4% do crescimento real do PIB americano desde 2019, uma prova do impacto da imigração e do trabalho de milhões de imigrantes e seus descendentes.
Entre esses imigrantes, destaca-se a crescente presença de brasileiros, que buscam melhores oportunidades nos Estados Unidos e contribuem de maneira significativa para esse crescimento econômico. Segundo a Bicalho Consultoria Legal, escritório especializado em processos de imigração, mais de 2 mil brasileiros já buscaram orientação legal para se estabelecer nos EUA somente em 2024. Até o final do ano, o número vai aumentar, refletindo o perfil de profissionais altamente qualificados que estão entrando no mercado de trabalho norte-americano.
O advogado Dr. Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA) e especialista em imigração, explica a ligação direta entre imigração e o crescimento econômico dos EUA: “A imigração é um dos principais pilares que sustentam o crescimento econômico dos Estados Unidos, e o estudo da UCLA reforça essa visão. A comunidade latina, que inclui imigrantes de diversas partes da América Latina, tem uma contribuição crucial em setores como construção, serviços, tecnologia e agricultura.” Ele ressalta que, embora enfrentem desafios, imigrantes qualificados, como muitos brasileiros, conseguem impactar positivamente a economia americana ao desenvolver negócios e participar do mercado formal.
O relatório da UCLA também aponta que a população latina, que hoje representa 19,2% da população dos EUA – cerca de 65 milhões de pessoas – impulsionou o PIB de US$ 1,6 trilhão em 2010 para mais de US$ 3 trilhões em 2021, mesmo em meio à pandemia. Esse crescimento contínuo está atrelado à força de trabalho imigrante, que tem sido uma peça-chave no desenvolvimento de setores essenciais para o país.
“Quando os imigrantes latinos têm acesso ao mercado formal e conseguem abrir negócios, não só aumentam sua qualidade de vida, mas também fortalecem a economia local e nacional. Políticas de imigração que favorecem essa integração são fundamentais para manter esse ciclo virtuoso de crescimento,” conclui Bicalho.