Médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas traz dicas para amenizar esses efeitos ruins
O Natal e o Réveillon estão próximo e é uma época temida pelos tutores de animais de estimação. Em pânico com o barulho causado pelas festas que produzem estouros, buzináços e sons altos, muitas vezes os pets ficam desorientados, podendo se machucar ou fugir de casa, por exemplo, correndo o risco de ser atropelado nas ruas ou mesmo, correndo o risco de se perder.
“Esse medo de fogos de artifício e outros sons é uma fobia muito comum principalmente nos cães, é normal eles se assustarem com o barulho alto e repentino e o clarão que se forma no céu. Mesmo o cão mais confiante e equilibrado pode se assustar e ficar com medo de sons que não são familiares para ele”, explica o médico-veterinário e diretor da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas, Francis Flosi.
Segundo estudo da Etologia do Comportamento Animal, sabe-se que, o cão possui audição muito sensível, podendo escutar a origem do som em até 6 centésimos de segundo e chegando a escutar até 45 mil hertz.
O som dos fogos, também alarmes, buzinas e trovões, pode ser uma fonte de inquietação. “Inicialmente essa sensibilidade se desenvolveu ao longo da evolução, com o intuito de detectar presas e aprimorar a comunicação com outros companheiros da matilha”, explica o especialista da Qualittas.
O médico-veterinário aponta que como não temos controle em relação aos fogos, é possível ajudar os cães a ficarem mais tranquilos com algumas atitudes e, assim, passar essa época da melhor forma possível. “Desejo que todos tenham um Natal feliz e uma passagem de Ano sem nenhuma ocorrência de problema com a saúde e algo que tire o brilho de termos vencido mais um ano, aliás um ano muito difícil para todos nós tutores, profissionais e nossos pets”, diz Flosi. Confira a seguir o que pode ser feito para amenizarmos os efeitos ruins:
Antes da época das festas, o ideal é dessensibilizar o cão. Uma dica é utilizar vídeos com sons de fogos, que podem ser encontrados na internet. Você pode começar com volumes baixos, em uma altura que você perceba que ele não se sinta incomodado. Durante este período seja natural, brinque com ele e ofereça petiscos, para que o som, antes assustador, comece a ter relação com momentos de alegria e prazer. Faça este procedimento diariamente e cada dia, estando seu Pet confortável e feliz, vá aumentando o volume gradativamente, até que ele se acostume totalmente.
Se o seu cão costuma ficar com medo de fogos de artifício, barulhos em geral, estressado com viagens, idas ao médico veterinário especialista ou atividades fora da rotina, é indicado oferecer um petisco funcional que pode tranquilizá-lo, que contém triptofano, para manter o pet mais tranquilo e ajudá-lo a superar as situações de estresse.
Não o deixe sozinho. Quando programamos uma viagem também precisamos programar o que faremos com nosso pet, seja pedindo para alguém de confiança ficar com ele ou contratando serviços de dogsitter ou hotel para cães, o importante é garantir que ele se sinta seguro nas horas mais barulhentas.
Não deixe os cães acorrentados, pois ao ouvir os fogos, eles entram em pânico e podem acabar se sufocando. Mantenha o local seguro, livre de objetos que possam machucá-lo
Se você tem uma piscina em casa, cubra-a bem para evitar que animais assustados caiam e se afoguem nela. Lembre-se de que mesmo sabendo nadar, se o nível da água estiver baixo, eles não conseguirão sair sozinhos.
Feche portas e janelas para evitar fugas. Assim você garante que eles ficarão protegidos dentro da sua casa.
Se você tem mais de um cão, separe-os, pois com o barulho alto, eles podem se assustar e brigar entre si.
Sirva a ração em pequenas refeições. Com muito alimento no estômago, ele pode ter problemas de digestão e até uma torção gástrica, caso entre em pânico.
Se o seu pet é do tipo que fica muito assustado, procure um médico veterinário especialista em comportamento de confiança e peça indicações de ansiolíticos para os dias mais críticos.
No momento dos fogos, feche a janelas e portas do local, ligue a televisão ou rádio (volume não exagerado) e se possível um ventilador para abafar o som e ruídos de fora. Aja naturalmente e com tranquilidade, caso ele queira se esconder, deixe-o a vontade sem forçá-lo a ficar no seu colo, apenas caso ele sinta necessidade e venha pedir abrigo com você. Muitas vezes em que os abraçamos e assumimos uma postura de querer protegê-los, passamos a sensação de que aquele é realmente um momento de perigo, deixando-os ainda mais agitado, portanto a melhor conduta é observá-los e apenas intervir se realmente for necessário.