ONU alerta que quase 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade ou outras condições por falta de física até 2030
Corrida, crossfit, beach tennis ou musculação? Quando o assunto é atividade física, o que não faltam são opções de modalidades para que cada pessoa possa escolher a que mais lhe agrada. Mas apesar do “boom” do mundo fitness nas redes sociais, ter uma vida ativa vai muito além do status para postar e impacta diretamente na saúde e qualidade de vida. Isso porque a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que quase meio bilhão de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade ou outras condições de saúde entre 2020 e 2030 devido à falta de atividade física.
O sedentarismo tem um impacto significativo na saúde física e mental, aumentando os riscos de diversas enfermidades e comprometendo a qualidade de vida. De acordo com a médica Haydeia Ciraulo, da área de Clínica Médica do AmorSaúde, a ausência de exercícios regulares pode resultar em problemas como hipertensão, diabetes e até transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão. “O corpo humano foi feito para se movimentar. Quando passamos longos períodos inativos, aumentamos a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas e metabólicas”, explica.
Segundo a médica, além de contribuir para o ganho de peso e doenças crônicas, o sedentarismo pode levar à perda de massa muscular, redução da capacidade cardiorrespiratória e menor disposição para as atividades do dia a dia. “Com o tempo, o corpo perde sua eficiência natural, e tarefas simples, como subir escadas ou carregar sacolas, podem se tornar difíceis”, explica Ciraulo.
Benefícios da atividade física
Praticar exercícios regularmente traz benefícios como melhora da circulação sanguínea, controle do colesterol, fortalecimento dos ossos, músculos e do sistema imunológico. “Além disso, a liberação de endorfinas durante a prática esportiva promove sensação de bem-estar, reduzindo o estresse e a ansiedade”, destaca a médica.
Mas fora das redes sociais, como incluir exercícios na rotina corrida da vida real?
Diferente dos influenciadores fitness, que dedicam boa parte do dia aos exercícios, para a grande maioria dos brasileiros a rotina corrida pode ser o primeiro impasse para se exercitar. Nestes casos, Ciraulo lembra que o importante é se movimentar e não necessariamente seguir uma planilha de treinos à risca na academia, por exemplo. “Quando se está sedentário, todo e qualquer estímulo que leve o corpo ao movimento é muito bem-vindo. É possível começar devagar, respeitando os limites do corpo e da realidade da rotina de cada um”, aconselha a médica.
Ciraulo sugere algumas estratégias para incluir atividades físicas no dia a dia:
- Aproveite os deslocamentos: opte por ir a pé ou de bicicleta para locais que você costuma frequentar, como o trabalho, por exemplo, ou estacione o carro um pouco mais longe para caminhar mais.
- Use intervalos produtivos: pequenos momentos ao longo do dia podem ser utilizados para alongamentos ou exercícios rápidos, como polichinelos ou agachamentos.
- Escolha atividades prazerosas: encontrar um exercício que seja divertido, como dançar, nadar ou jogar futebol, aumenta as chances de manter a rotina.
- Adote treinos curtos e intensos: para começar, não se force a fazer treinos muito longos e complexos. O corpo precisa de cautela para pegar o ritmo.
- Utilize a tecnologia a seu favor: aplicativos de treinos feitos por profissionais podem auxiliar na prática de atividades em casa, sem necessidade de ir à academia.
Qual a quantidade ideal de exercícios?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana para manter a saúde em dia. Ciraulo considera que, diante dos alertas globais sobre os riscos do sedentarismo, pequenas mudanças na rotina podem fazer toda a diferença para garantir mais saúde e bem-estar a longo prazo. “Não é necessário passar horas na academia. O importante é criar o hábito e encontrar maneiras de se movimentar ao longo do dia”, conclui.