Que as Olimpíadas Tóquio 2020 estão chamando a atenção do esporte mundial isso todo mundo já sabe, afinal temos os maiores atletas do mundo todo competindo pelo tão sonhado ouro olímpico. Mas, nesse meio nem tudo são flores, recorrentemente observamos casos de doping nos mais variados esportes.
Nesta semana, tivemos o primeiro caso confirmado do uso dessas substâncias ilegais nos jogos, o velocista queniano, Mark Odhiambo, testou positivo para testosterona e seus metabólitos (esteroide). A informação foi divulgada pela Agência de Controles Internacionais (ITA, na sigla em inglês) em nota divulgada neste sábado.
Para compreender um pouco mais sobre o assunto chamamos Dr. Guilherme Corradi, médico nutrólogo e Lifestyle Medicine especialista em Medicina do Esporte para contar esse lado obscuro do esporte de mais alto nível.
“Com o passar das décadas e avanço da medicina no esporte, muitas coisas boas são apresentadas ao mundo com novas técnicas de treino e a tecnologia de mais alta ponta para esses atletas. Mas, por outro lado, esses produtos e substâncias ficam mais potentes e silenciosos, por isso toda a fiscalização é pouca” comenta o especialista em medicina esportiva.
Relembrando, o doping nada mais é que o uso de substâncias químicas que potencializam o corpo do atleta, assim dando mais força, tolerância a fadiga e muitas outras vantagens. Nesse sentido, nessa Olimpíada a Rússia foi duramente punida nesse aspecto tendo sua federação banida dos jogos.
“O que a Rússia fez foi uma das maiores atitudes anti-esporte possível, forjar e enviar dados errados para os órgãos internacionais é queimar parte do espírito esportivo” comenta o médico. Assim, nesses jogos no Japão os mais de 300 atletas russos que fizeram a sua parte limpa nas competições, fazem parte do ROC (Comitê Olímpico Russo).
Mas, no meio dessa guerra entre trapaceiros e o esporte justo entram casos involuntários de alguns atletas, inclusive de alguns brasileiros. A ginasta gaúcha Daiane dos Santos, ingeriu diurético furosemida para um tratamento estético, sem qualquer relação a desempenho no esporte, mas não foi assim que o tribunal entendeu e a suspendeu por cinco meses.
“Esses casos são muito delicados, muitas vezes você pode acabar com uma carreira de um jogador por algo que ele não quis cometer. Mas, ao mesmo tempo, boa parte dos atletas brasileiros não conseguem manter esse acompanhamento médico intensivo devido ao seu alto custo, assim esses casos passam a ser mais recorrentes” aponta o médico no cenário precário de muitos atletas no país.
“É um perigo que eles precisam estar 100% atentos, por isso o acompanhamento se faz necessário.” conclui Guilherme.