Ainda se sabe pouco sobre os casos de reinfecção pelo novo coronavírus. Estudos sobre a resposta imunológica a essas reinfecções sugerem que os anticorpos formados após a primeira infecção conferem imunidade apenas por um curto período de tempo antes de começar a diminuir. Outros estudos sobre SARS-CoV-2 sugerem que a formação de anticorpos e a longevidade da imunidade em um indivíduo depende da cepa do coronavírus, sua gravidade e idade da pessoa infectada.
São conhecidos muitos casos de reinfecção em todo o mundo, inclusive no Brasil. Não bastasse estes casos, outra preocupação são as novas variantes do vírus. De acordo com o laboratório de biotecnologia especializado em análise genética, DNA Consult, os riscos de recontaminação pelo Sars-CoV-2 são graves, podendo apresentar sintomas ainda mais perigosos.
Segundo o diretor científico da empresa, Prof. Dr. Euclides Matheucci Jr., apenas uma parcela dos infectados conseguem manter anticorpos depois de um tempo. “A literatura científica mostra que após três meses de infecção, apenas 23% das pessoas mantêm anticorpos contra o vírus. Em alguns casos reportados mostram que a reinfecção pode ter sintomas mais graves. Além disso, as novas variantes, como a inglesa, sul-africana e amazonense, se mostraram mais infecciosas, ou seja, são transmitidas mais facilmente de uma pessoa para outra”, explica Matheucci.
Em dezembro, foi confirmado o primeiro caso de reinfecção no Brasil com uma profissional de saúde de 37 anos de Natal-RN. A mulher foi infectada pela primeira vez em junho e em outubro testou positivo novamente para a doença. A comprovação foi obtida pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz/RJ, que seguiu um protocolo do Ministério da Saúde recomendado em casos suspeitos de reinfecção.
O método de confirmação é realizado por meio de um sequenciamento genético do vírus, no qual é descoberto uma linhagem diferente entre as duas amostras com o diagnóstico PCR em tempo real. “O teste mais assertivo para a identificação do vírus nos casos de infecção e reinfecção continua sendo o PCR Tempo Real, padrão ouro indicado pela ANVISA e OMS”, acrescenta o professor.
O especialista ainda afirma que a melhor maneira de se proteger da reinfecção é manter as medidas de segurança recomendadas pelas autoridades médicas. “É importante lembrar que as medidas de segurança continuarão sendo sempre a melhor estratégia para conter a disseminação da Covid-19. Com a chegada da vacina, mesmo aqueles que já foram imunizados devem seguir as recomendações de prevenção geral de utilizar máscaras, evitar aglomerações e higienizar as mãos com frequência. Os casos de reinfecção e as novas variantes do vírus encontradas são fatores sensíveis e que demandam nossa atenção, e por isso ainda será preciso manter estes novos hábitos de prevenção por um bom tempo”, acrescenta.
O vírus Sars-CoV-2, a exemplo do que ocorre com outros vírus, sofre mutações durante sua replicação. Tais mutações podem levar a variantes mais perigosas, com maior eficiência de contágio. Atualmente, são conhecidas dezenas de variantes do vírus, entretanto, apenas três com impacto na CoviD-19, principalmente no que diz respeito ao aumento da eficiência de infecção:
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Variante Inglesa, B1.1.7;
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Variante de Manaus (AM), B.1.1.28.1 ou P1;
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Variante da África do Sul, B.1.351