Montadoras anunciam determinados recursos como se fossem novidades, mas alguns deles já são efetivamente centenários
Os carros novos anunciados pelas montadoras, de forma geral, vêm acompanhados de propagandas exaltando seus principais recursos técnicos e inovações. Essas tecnologias, quase sempre, são vendidas como se fossem as últimas novidades do mercado, mas algumas delas foram criadas há várias décadas.
A rápida modernização do setor automobilístico é inegável e caminha a passadas largas para desenvolver melhorias para os motoristas, em praticamente todas as categorias de veículos.
Muitos sistemas, equipamentos, peças e acessórios, ao serem apresentados nos lançamentos, podem confundir ou enganar os consumidores, já que, muitas vezes, trata-se de recursos antigos – aperfeiçoados ou não -, com uma roupagem atual. Diante disso, vale a pena conferir alguns itens que existem faz tempo e pouca gente sabe:
Motor flex
Veículos com motor flex, ou seja, que podem utilizar pelo menos dois tipos de combustível, são mais longevos do que parecem. Desde 1908, o modelo Ford T já contava com um ajuste no distribuidor que possibilitava seu funcionamento com dois combustíveis distintos – na época, uma mistura de gasolina com álcool de milho (ou puro), produto que era mais barato nos EUA.
Há quase um século, o fundador da montadora, Henry Ford, entusiasta dos combustíveis vegetais, deu uma entrevista em que disse que acreditava que o etanol seria o combustível do futuro. E acertou.
GPS
Mesmo sendo consideravelmente popular e estando presente em muitos painéis de carros atuais, o sistema de navegação a partir do GPS (Global Positioning System) não começou tão recentemente.
Em 1981, a Honda lançou o Electro Gyrocator, um sistema similar ao navegador moderno. Nele, havia uma folha plástica com um mapa impresso instalado dentro de um monitor retroiluminado. Conforme o veículo se movimentava, um conjunto formado por sensor de direção, hodômetro e giroscópio fazia o carro “se mover” no mapa.
Esse tipo de dispositivo foi realmente introduzido há mais de 40 anos, mas ainda era analógico, como se fosse um guia de ruas feito de papel, em uma versão para automóveis da época.
Câmera de ré
A câmera de ré é uma das maiores surpresas dessa lista e também existe há mais tempo do que se imagina. O primeiro carro de fabricação com esse acessório foi o Toyota Soarer, lançado em 1991, no Japão.
No entanto, a tecnologia foi implementada pela primeira vez no Buick Centurion, da General Motors, em 1956, que, além da câmera de ré, possuía um pequeno televisor de cinco polegadas no painel.
Luz auxiliar em curvas
O sistema que ilumina as curvas dos veículos novos, conhecido também pelo termo em inglês cornering light, está inserido em modelos como o Renault Captur 2022, mas ainda não é comum no Brasil.
Tal recurso, que acende apenas um dos faróis de neblina ao girar o volante ou acionar a seta, já estava presente no Cadillac 1962, mas era mecânico, e não eletrônico, como hoje. Uma lâmpada instalada nos para-lamas dianteiros ligava automaticamente quando o motorista acionava a alavanca da seta.
Carros elétricos
Amplamente considerados o futuro dos automóveis no mundo, os veículos movidos a bateria, em 1897, já rodavam nas ruas de Londres, onde táxis totalmente elétricos começaram a funcionar, com 75 carros. Cerca de 90% dos táxis de Nova York eram elétricos em 1899, mais de um século atrás, de acordo com o Blog Olhar Digital. Contudo, por conta do alto custo e da baixa autonomia, eram usados apenas por empresas nas cidades.
No Brasil, os veículos elétricos ainda não são fabricados, somente importados, mas podem ser encontrados em concessionárias, agências e nos populares pátios de leilão de carros em Curitiba, Guarulhos ou Ribeirão Preto, por exemplo, isso reflete no crescimento das vendas que aumentaram em 78% no primeiro quadrimestre de 2022, um número expressivo, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico.
