A musicalidade indígena, cabocla, do couro, do pé batido em barro, em comunhão com os beats contemporâneos. Resgatar a importância dos povos originários para a musicalidade nacional brasileira. Este é o objetivo do ajuntamento musical baiano CABOKAJI no seu primeiro álbum autointitulado. Encontro músico-performance dos cantores, compositores, instrumentistas e pesquisadores da arte Caboclo de Cobre, ISSA, Mayale Pitanga e Ejigbo Oni, o grupo lançou o trabalho em todas as plataformas digitais no dia 29 de outubro (https://onerpm.link/
O álbum, gravado no estúdio da Aquahertz Beats, traz uma produção musical contemporânea calcada em ritmos eletrônicos e um discurso pautado no “sorriso como ferramenta política e a dança como processo de cura”. O Cabokaji se debruça neste trabalho sobre a musicalidade indígena, berço para o surgimento de diversos ritmos nordestinos, e explora em suas canções uma gama rítmica ainda pouco explorada como rojão, aboio, dança de Búzios, Coco Fulni-ô, e outras mais populares como maracatu e afoxé.
A inspiração maior para as criações artísticas foram os caminhos já percorridos pelo Cabokaji e as vivências e contatos com ajuntamentos indígenas ocorridos na primeira etapa do Original Caboks, de 12 de julho a 10 de agosto, com as comunidades tradicionais Fulni-ô/PE, Xukuru-kariri/AL e Kaxagô/SE. “Estar com eles e elas foi fundamental, foi fundamento. Fundamento em religiosidade é a célula basilar do rito. Se Cabokaji é um grande Ritual, a sua célula basilar é toda esta herança e beleza indígena, trocada e partilhada em corpo presente e incorporado de sentidos”, pontua Caboclo de Cobre.
Videoclipes
O projeto conta ainda com o lançamento de videoclipes para três das 10 faixas do álbum no youtube do CABOKAJI (https://youtube.com/channel/
A concepção visual e a direção dos videoclipes ficam por conta de Ted Ferreira. A ideia é trazer para o visual a mistura de tecnologia e ancestralidade, que o grupo faz no som, através da mistura entre urbanidade e elementos da natureza e das culturas indígenas. A urbanidade faz justamente o papel de dialogar com a música tecnológica de beats e programações que o Cabokaji se propõe na relação com a ancestralidade.
“A visualidade desses trabalhos é uma mistura da urbanidade e da natureza, com elementos que remetem à nossa raiz ancestral. Não dividimos em partes, mas sim criamos uma unidade a partir desse conceito. É o caboclo presente entre raízes que ocupam paredes de prédios dos centros urbanos. É a natureza que mostra ser possível dialogar com o concreto”, afirma Ted. Para reforçar a proposta, imagens captadas no contato com os ajuntamentos indígenas estarão presentes em todos os três videoclipes, além de adereços, arco, flecha, lança, machado, colares e pinturas que Caboclo de Cobre utiliza também em todos os videoclipes.
O primeiro clipe a ser lançado é o de Gameleira, que estará disponível no dia 29 de outubro. A faixa saiu como single dia 10 de setembro. Durante a pesquisa para o álbum, poucas e raras referências do sagrado feminino apareciam no caminho, e por vezes informações empoeiradas. Assim brota esta composição, com vontade de falar, sentir e fazer reverberar o Feminino. O feminino sagrado que nos gesta e dá vida, e o feminino humano que desperta paixões e encantamentos humanos.
Em seguida, no dia 06 de novembro, chega o clipe de Jurubeba, também disponível no YouTube do CABOKAJI. A canção propõe um mergulho dançante na cultura nordestina, no jeito humilde/humano de um povo que sofre tanto com a falta de água, sabedoria de uma gente que parece conversar com a natureza, extraindo das plantas conhecimentos e fundamentos, ampliando os horizontes e expandindo os entendimentos.
Fecha a sequência de lançamento o clipe de Chegança, disponível no dia 13 de novembro. A música é uma saudação à ancestralidade indígena e afro-pindorâmica, revelando a beleza dos Caboclos e Caboclas, evocando o encanto e as forças da natureza, provocando no corpo a sensação de leveza através da dança e do sorriso. Salve o Couro, salve a Concha, salve a Pena.
O Cabokaji foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Nara Couto, Mestre Aurino de Maracangalha, Mahal Pita e Mercado Iaô, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 58 projetos de música até 2020, como Margareth Menezes, Jadsa, Mateus Aleluia e Ilê Ayê.
“A música propõe debates pertinentes, que impactam positivamente na construção de um mundo melhor. Acreditamos que os projetos selecionados pelo edital Natura Musical podem contribuir para a construção de um futuro mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Original CABOKS
O projeto Original Caboks é resultado de dois anos de caminhos e vivências do Cabokaji. Além do álbum e dos videoclipes, o projeto – que tem a coordenação de produção de Luiz Antônio Sena Jr, produção executiva de Mariana Damásio e assistência de Sérgio Akueran – conta com uma turnê virtual por quatro cidades nordestinas: Salvador (BA – 30 de outubro e 27 de novembro), Aracaju (SE – 06 de novembro), Maceió (AL – 13 de novembro) e Olinda (PE – 20 de novembro). Terras que construíram a base da musicalidade desse país.
Outro produto que integra o projeto é um curta experimental, documento do processo de construção dos shows e videoclipes, como recurso-memória neste resgate à ancestralidade afro-ameríndia. Todo o material audiovisual conta com a direção de fotografia do documentarista Ted Ferreira. Além disso, o projeto propõe a revitalização da Rádio Educativa Cultural Fulni-ô FM, que abriga o maior acervo do “Ia-Tê”, língua original da Aldeia Fulni-ô.
Sobre a banda Cabokaji
Cabokaji não é criado, ele é poeira cósmica musical permeada por histórias que atravessam tempos e estão marcadas em nossos corpos. Ocupação PRETA, INDÍGENA, CABOCLA. Dança de batida no coro. Em 2019, Natura Musical aproxima e expande os horizontes para o nascer do primeiro álbum Cabokaji, afirmação discursiva para a ocupação e a exposição do ajuntar para exaltar as culturas de povos pindorâmicos e corpos pretos atravessados para outro lado do atlântico e que atualmente nos enriquecem com forças ancestrais de orixás, nkisis e voduns.
Cabokaji é aldeamento, resultado do “Ajuntamento” de muita energia positiva, partilhas e trocas. Em dois anos de existência, espalha o som pela valorização dos universos africanos e dos povos pindorâmicos, culturas dotadas de saberes, costumes, belezas, mistérios e musicalidade presentes nos corpos brasileiros. Além do Prêmio Natura Musical 2019, para a produção do seu primeiro disco, Cabokaji coleciona o prêmio na categoria de “Melhor Arranjo para Música com Letra”, com o single “Chegança”, no 18º Festival de Música da Educadora FM, em 2020, em que teve contribuição de Dandê Bahia e Produção da AquaHertz Beats.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento à cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.
Sobre FAZCULTURA
Parceria entre a SecultBA e a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o mecanismo integra o Sistema Estadual de Fomento à Cultura, composto também pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). O objetivo é promover ações de patrocínio cultural por meio de renúncia fiscal, contribuindo para estimular o desenvolvimento cultural da Bahia, ao tempo em que possibilita às empresas patrocinadoras associar sua imagem diretamente às ações culturais que considerem mais adequadas, levando em consideração que esse tipo de patrocínio conta atualmente com um expressivo apoio da opinião pública.
Serviço
O quê: Lançamento do álbum CABOKAJI – https://onerpm.link/
Quando: 29 de outubro
Serviço
O quê: Videoclipe Jurubeba
Quando: 06 de novembro
Onde: https://youtube.com/channel/
Serviço
O quê: Videoclipes Chegança
Quando: 13 de novembro
Onde: https://youtube.com/channel/