Saúde
Avanços no tratamento da doença falciforme trazem esperança para o Brasil
A doença falciforme (DF), um distúrbio sanguíneo crônico e hereditário, continua sendo um desafio para indivíduos e sistemas de saúde em todo o mundo. No Brasil, estima-se que entre 60.000 e 100.000 pessoas vivam com a doença. Entre 2014 e 2020, uma média de 1.087 crianças foram diagnosticadas com DF a cada ano pelo teste do pezinho do PNTN (Programa Nacional de Triagem Neonatal), revelando uma taxa de incidência de 3,75 para cada 10.000 nascidos vivos.
O cotidiano dessas pessoas é frequentemente marcado por episódios súbitos de dor, além do risco constante de complicações graves, como AVC, infecções e até mesmo a morte.
Dados do Ministério da Saúde do Brasil mostram como a doença impacta a sociedade de forma desproporcional. Entre 2014 e 2023, mais de 74% das mortes relacionadas à doença ocorreram entre pessoas negras, e metade dessas mortes, entre homens. As maiores taxas estão concentradas nos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos eficazes continuam sendo fundamentais para melhorar tanto a qualidade de vida quanto a expectativa de vida desses pacientes.
Troca automatizada de hemácias: tratamento avançado e individualizado
A doença falciforme é comumente tratada por meio de medicamentos e transfusões sanguíneas. A troca automatizada de hemácias (aRBCX), procedimento que remove as hemácias falcizadas e as substitui por células saudáveis de doadores, é uma terapia transfusional que exige equipamentos especializados e profissionais capacitados. Diferentemente das transfusões manuais, a aRBCX permite o controle preciso dos níveis de hemoglobina S, ao mesmo tempo em que reduz a sobrecarga de ferro e minimiza complicações associadas às transfusões.
Estima-se que entre 20% e 30% dos brasileiros com doença falciforme estejam em regime crônico de transfusão de hemácias.⁴ Isso equivale a cerca de 30.000 pessoas que necessitam de cuidados especializados para tratar crises vaso-oclusivas e outras complicações. Dentro desse grupo, apenas uma pequena parcela dos pacientes tem acesso à aRBCX.
Ampliando o acesso no Brasil
Segundo Eduardo Morato, Country Manager da Terumo Blood and Cell Technologies (Terumo BCT) no Brasil, a adoção da aRBCX vem crescendo de forma constante em todo o país.
“Embora a troca automatizada de hemácias ainda não seja considerada um tratamento de primeira linha no Brasil, sua inclusão no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) representa um marco importante”, afirma Morato. “Isso abre caminho para que centros de referência, especialmente dentro do sistema público de saúde, ampliem o acesso a programas de aRBCX. A adoção mais ampla dessa terapia pode transformar a qualidade de vida dos pacientes, aprimorar o manejo da doença a longo prazo e contribuir para reduzir o impacto geral da doença falciforme no sistema de saúde”.
Morato também destaca as desigualdades que ainda persistem no acesso ao tratamento: “Pacientes com doença falciforme frequentemente enfrentam sofrimento desnecessário porque os tratamentos ideais estão fora de alcance. Garantir o acesso equitativo a tecnologias como a aRBCX não é apenas uma prioridade de saúde pública, é uma questão de responsabilidade social”.
Uma história transformadora de esperança
Para aqueles que têm acesso à aRBCX, o impacto pode ser verdadeiramente transformador.
“No Ceará, conheci uma mãe cujo filho — antes retraído e frequentemente ausente da escola — voltou à rotina escolar após iniciar o tratamento com aRBCX. Em São Paulo, um adolescente me contou, com alegria, que agora consegue ajudar a mãe nas tarefas do dia a dia, algo que antes era impossível”.
A Terumo BCT, líder global em tecnologias de sangue e células, trabalha para expandir o acesso a terapias avançadas por meio de inovação, capacitação e parcerias. A empresa apoia o fortalecimento de um suprimento nacional de sangue seguro e suficiente, oferece treinamento especializado a profissionais de saúde e conduz estudos para reforçar práticas baseadas em evidências em toda a região. Seu Sistema de Aférese Spectra Optia™, uma das principais plataformas terapêuticas do mundo, foi recentemente indicado para uso no tratamento da doença falciforme (DF), um avanço que reforça o compromisso contínuo da Terumo BCT com os pacientes e com o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade.
Sobre a Terumo Blood and Cell Technologies
A Terumo Blood and Cell Technologies é uma empresa de tecnologia médica. Nossos produtos, softwares e serviços permitem que clientes coletem e preparem sangue e células para tratar doenças e condições desafiadoras. Nossos colaboradores em todo o mundo acreditam no potencial do sangue e das células para fazer ainda mais pelos pacientes do que fazem hoje. Essa crença inspira nossa inovação e fortalece nossa colaboração com os clientes.
Os clientes da Terumo Blood and Cell Technologies incluem centros de sangue, hospitais, clínicas de aférese terapêutica, organizações de coleta e processamento de células, pesquisadores e práticas médicas privadas. Atuamos em mais de 150 países. Contamos com mais de 750 patentes concedidas e mais de 150 adicionais em tramitação.
Nossa sede global fica em Lakewood, Colorado (EUA), e temos cinco sedes regionais, oito unidades de fabricação e seis centros de inovação e desenvolvimento em todo o mundo. A Terumo Blood and Cell Technologies é uma subsidiária da Terumo Corporation (TSE: 4543), líder global em tecnologia médica.



