A atriz Guta Stresser, muito conhecida por sua personagem Bebel, a esposa de Agostinho, no seriado da Rede Globo, fala sobre o uso da Cannabis medicinal em seu tratamento. Ela revelou que terá de conviver com a doença para o resto de sua vida. Por se tratar de uma doença crônica, os vários sintomas que ela tem complicam a vida dos pacientes.
A esclerose múltipla é uma doença considerada incapacitante já que envolve problemas funcionais, e controlá-la é essencial para evitar uma maior deterioração das funções. Se não for administrada em curto prazo, pode levar à diminuição das atividades rotineiras mais simples e problemas com atividades cotidianas, como: andar, alimentar-se, lavar-se, vestir-se e até mesmo ir ao banheiro.
Os impactos da esclerose múltipla na vida de um paciente e o uso da Cannabis
Com o tempo, a espasticidade pode causar dor muscular, rigidez ou espasmos, dificuldade para se mover, e também a capacidade de se ficar de pé e andar, dificuldade comer e falar, contraturas que levam à deformidade articular e óssea, e até episódios de incontinência. A espasticidade permanece altamente prevalente em pacientes com lesão medular (LM) e esclerose múltipla (EM).
Em pacientes com LME, a lesão de neurônios na medula espinhal resulta na síndrome do neurônio motor superior com prevalência de 58% a 72% no primeiro ano pós-lesão, e na EM, o mesmo é causado pela desmielinização das fibras nervosas da medula espinhal como também do SNC e, atualmente, cerca de 2,9 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Estima-se que no Brasil, aproximadamente 40 mil pessoas vivem com a doença.
O tratamento da esclerose múltipla mudou muito nos últimos anos e para melhor, graças a ajuda de pesquisas e resultados que o uso terapêutico de canabidiol, que proporcionaram grandes avanços para que os pacientes possam controlar melhor os reflexos da doença.
As limitações mais evidentes estão relacionadas à parte neural, mas afeta em um todo a mobilidade do paciente. Os testes com a planta muitas vezes tiveram resultados relatados de forma incompleta, sequência aleatória inadequada de intervenção da mesma. Um grande erro segundo especialistas e cientistas.
Portadores de doenças crônicas: o que dizem os estudos sobre o uso da Cannabis
A maioria dos pacientes estão usando outros medicamentos ativos concomitantes, como interferon beta 1-b e corticóides que podem introduzir viés nos verdadeiros efeitos dos canabinóides. Os resultados de testes que alegam efeitos benéficos do seu uso atenuando algumas limitações. A questão é que esses resultados representam uma nova visão positiva sobre o assunto.
É fato que a Cannabis medicinal tem trazido melhor qualidade de vida para quem possui EM ou qualquer outra doença em que seu uso seja benéfico. Todos os pacientes que aderem aos canabinóides revelam que sentiram menos os sintomas das doenças, que afetam suas vidas. Há vários e vários estudos sobre a Cannabis e eles continuam avançando para que em breve, o seu uso seja ainda mais acessível a todos os pacientes que necessitam tê-la como parte do seu tratamento.
O uso a médio prazo de Cannabis medicinal se mostra adequado em relação às habilidades cognitivas e psicopatológicas, o que ajuda pacientes com doenças crônicas a manter uma qualidade de vida mais próxima à normalidade. A Cannabis medicinal está sendo considerada até mesmo substituta para outros medicamentos que têm efeitos colaterais prejudiciais ou indesejáveis.
Outras doenças onde a Cannabis é parte importante do tratamento
Há cerca de 32 doenças onde a Cannabis medicinal consegue diminuir os seus maiores impactos, reduzindo os sintomas e proporcionando ao paciente, alívio de dores e limitações. Isso possibilita a ele manter uma qualidade de vida mais próxima do aceitável.
A indicação de Cannabis medicinal vai desde quem sofre com o excesso de acnes, ansiedade à doenças crônicas, ou seja, as que não têm cura, mas ao ser usada como parte do tratamento, permite ao paciente reduzir os incômodos de forma gradativa e de grande significado.
Obviamente, os resultados dependem sempre do diagnóstico e da posologia a ser adotada e administrada ao paciente, o que só um médico pode determinar. E também, os resultados variam em cada tipo de organismo.
O tratamento com Cannabis medicinal permite que inflamações graves diminuam, isso, por si só, já causa um resultado bastante positivo na vida do paciente.
Guta Stresser: o tratamento com Cannabis
Para Guta, as duas substâncias têm “efeitos sinérgicos e complementares” no tratamento da esclerose múltipla. Ela sente que pode levar uma vida normal e continuar fazendo uso da Cannabis medicinal.
A esclerose múltipla é uma doença que também afeta o humor e a memória consideravelmente, o que para a profissão de ator/atriz, onde se exige decorar grandes textos de fala, é de extrema complicação.
A atriz está em tratamento e deu uma pausa na carreira por período ainda não revelado por ela.
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Quais os medicamentos à base de cannabis aprovados no Brasil?
No Brasil, o único medicamento aprovado à base de Cannabis medicinal é o Metavyl. Porém, outros 19 produtos, sendo 8 à base de extratos de Cannabis medicinal sativa e dez de CBD isolado, são indicados por médicos mesmo sem a classificação oficial de medicamento, mas, com autorização para que possam prescrevê-los.
O Metavyl é utilizado para controlar os espasmos gerados pela EM e contém, além do CBD, o THC, também encontrado na Cannabis medicinal.
Alguns pacientes preferem o uso deste medicamento, sendo um óleo, do que os tradicionais, devido aos efeitos colaterais que são quase inexistentes e atenuam os efeitos colaterais do THC, presente na fórmula, por exemplo. Seu gosto é um pouco forte, mas as suas vantagens, devido à sua base ter Cannabis medicinal é considerável.
Os principais efeitos farmacológicos do THC são o de analgesia, de relaxamento muscular e a diminuição de náuseas e vômitos, além de estimular o apetite. Por outro lado, o CBD vai ter um efeito mais analgésico, anti convulsivo e também irá diminuir os episódios de estado psicótico. Ainda de acordo com Lessa, o uso diário com de até 12 “puff” é seguro e não oferece risco ao paciente em seu uso.
Tratamento com Cannabis vem crescendo no Brasil
O número de apoiadores da causa também está crescendo no país e até mesmo pacientes, portadores de doenças crônicas e degenerativas estão, via judicial, entrando com pedido de permissão no STJ para fazer uso da Cannabis medicinal em seus tratamentos.
Os avanços por parte da medicina prometem que em pouco tempo teremos mais medicamentos disponíveis que levem em sua base a Cannabis medicinal. Claro, é preciso ainda mais teste em alguns casos, para o uso em alguns tipos de doença, mas o uso da planta é realmente um tratamento que devolve a esperança de levar uma vida normal aos pacientes.