No próximo dia 11, o atentado terrorista aos Estados Unidos – sendo o mais lembrado o ocorrido no World Trade Center – completará vinte anos. Para os muçulmanos, a crueldade do ato não se estendeu, apenas, às vítimas americanas, mas também, a todos os muçulmanos – incluindo os que vivem no Brasil.
De acordo com o vice-presidente da FAMBRAS, Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, foi a partir desta data que o estereótipo do muçulmano mudou, fazendo com que as comunidades se sentissem ameaçadas em todo o mundo. “Para muitas pessoas, o muçulmano era uma pessoa arcaica, que vivia em tribos, usava turbante e andava em camelos. Mas depois dos atentados, dois adjetivos foram incorporados à esta descrição inverídica: violento e terrorista”.
O vice-presidente explica que nenhum ato que atenta contra a vida humana pode ser considerado islâmico. “A preservação da vida é uma das premissas do Islam. Por meio do Profeta Muhamad, Deus nos revelou que “quem mata uma pessoa inocente, é como se tivesse matado toda a humanidade. Quem salva uma pessoa inocente, é como se tivesse salvo toda a humanidade”. E vai além: “Somos uma religião que prega a paz, a caridade, o entendimento e o respeito às diferenças”.
Os ataques, diz Zoghbi, mobilizaram a comunidade muçulmana no Brasil no sentido de buscar oportunidades para mostrar a verdadeira religião. “A FAMBRAS, por exemplo, vem investindo em ações solidárias voltadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social (Islam Solidário); cursos para entidades civis e governamentais; palestras em escolas, associações e universidades; criação de diversos materiais informativos e colaboração com a imprensa, entre outras estratégias. Somos incansáveis: embora sejamos minoria, é inadmissível não combater este estereótipo que resulta em preconceito. A construção da paz exige esforços e, dia a dia, estamos fazendo a nossa parte”.