Espetáculos teatrais solos escritos por mulheres contemporâneas brasileiras se destacam no cenário teatral de São Paulo. Além de compartilharem a autoria feminina, essas produções têm em comum o fato de serem interpretadas pelas próprias autoras, o que confere uma abordagem autônoma e intimista às performances. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma deles:
O primeiro espetáculo é “VACA”, em cartaz até o dia 23 de julho no Sesc Belenzinho. Sob a direção de Bruna Betito, a peça apresenta um solo autobiográfico que explora a condição da “amante”. Bruna Betito utiliza suas experiências pessoais como ponto de partida para criar um universo onírico, surreal e mitológico. Com uma abordagem poética e reflexiva, o espetáculo mergulhado nas nuances dessa vivência, trazendo à tona questões relacionadas sobre relacionamentos e identidade.
Outra obra marcante é “Broken Cake – O Lar das Memórias partidas”, escrita e interpretada por Ana Guasque. Em cartaz até o dia 29 de julho no Sesc Pinheiros, o espetáculo busca estimular o debate sobre todas as formas de violência contra crianças e adolescentes, bem como a necessidade de quebrar o silêncio que envolve essas situações. Ana Guasque traz à tona memórias dolorosas e fragmentadas, explorando os limites da mente e da sociedade, com o objetivo de despertar a conscientização e a empatia do público.
No Teatro Renaissance, temos “Faça mais sobre isso”, em que a Dra. Laura, personagem icônica da bem-sucedida comédia “Fale Mais Sobre Isso”, retorna ao palco. Interpretada pela própria autora, essa nova peça se destaca por sua independência dramatúrgica em relação à primeira. A Dra. Laura é uma terapeuta divertida, o espetáculo promete levar o público a uma jornada cômica e reflexiva sobre questões pessoais e sociais. A obra pode ser apreciada mesmo sem conhecimento prévio do espetáculo anterior, permitindo que novos espectadores se divirtam e se identifiquem com o personagem cativante.
Por fim, “Fuxicos”, escrito e interpretado por Vanessa Petroncari, mergulhou nas memórias ancestrais e nas narrativas das mulheres que guardavam nas lavouras de café do interior de São Paulo. Em cartaz até o dia 30 de julho na Associação Zona Franca, o espetáculo traz uma abordagem sensível e poética sobre a história e a cultura dessas mulheres. Com direção de Alejandra Sampaio, Vanessa Petroncari resgatou as vozes e os saberes das lavradoras de café, apresentando um retrato emocionante da força e da resiliência feminina.