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Vilã ou aliada? O papel das redes sociais na aprendizagem de jovens e crianças

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Vilã ou aliada? O papel das redes sociais na aprendizagem de jovens e crianças
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Por Aline Aparecida de Oliveira

Nos últimos anos, o cenário da interação social entre os jovens brasileiros tem sido cada vez mais moldado pelas plataformas digitais, um fenômeno que se intensificou com a rápida expansão da conectividade e do acesso à internet. Desta forma, o uso das redes sociais na aprendizagem também tem crescido, e despontado como uma inovação no ecossistema educacional, auxiliando estudantes e professores no dia a dia escolar.

A pesquisa TIC KIDS ONLINE BRASIL 2022, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), aponta a forma como crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 17 anos, estão navegando por esse ambiente virtual em constante evolução. O estudo revelou que plataformas como WhatsApp, Instagram e TikTok estabeleceram-se como pilares centrais da experiência digital dessa faixa etária, indicando uma profunda integração das redes sociais em suas vidas, inclusive no âmbito educacional.

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Por outro lado, com aproximadamente 21 milhões de jovens mantendo perfis ativos em redes sociais e uma significativa proporção acessando a internet diariamente, de acordo com a mesma pesquisa da Cetic, as implicações desse fenômeno tornam-se preocupantes, uma vez que, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria a exposição de jovens às telas não deve passar de duas a três horas diárias.

Assim, a aceleração da transformação digital da sociedade instiga não apenas os pais, mas também toda a comunidade acadêmica, a refletir sobre as novas oportunidades proporcionadas pelas redes sociais na aprendizagem de jovens e crianças, bem como os seus desafios.

O impacto das redes sociais na aprendizagem

Em um cenário onde a tecnologia tem moldado a educação, o relatório de monitoramento global da Unesco (2023) – “A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?” – ressalta a falta de interações pessoais significativas e a distração como riscos associados.

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Além disso, o uso inadequado das redes pode resultar em problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, afetando a qualidade do sono e prejudicando o desempenho acadêmico. A exposição a informações distorcidas e conteúdos inadequados também pode comprometer a compreensão de mundo dos estudantes, normalizando comportamentos negativos, como o cyberbullying e o vício digital.

Outro ponto importante é que o ingresso das redes sociais na aprendizagem traz desafios significativos para as instituições de ensino, uma vez que mudar o paradigma dos métodos tradicionais em favor de abordagens digitais centradas nos indivíduos é uma tarefa complexa.

Neste sentido, é preciso entender a necessidade do equilíbrio entre processos educacionais tecnológicos, chamados high-techs, e processos educacionais humanizados, intitulados high-touchs, reconhecendo a diversidade nos estilos de aprendizagem dos estudantes e garantindo estratégias pedagógicas que se adaptem a uma geração nascida na era digital.

O potencial educador das redes sociais

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A cultura digital, uma competência geral da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), enfatiza o uso reflexivo das tecnologias digitais para a comunicação, resolução de problemas e exercício de protagonismo.

Desta forma, o potencial educacional das redes sociais, quando usada de maneira adequada, pode promover o aprimoramento de habilidades digitais como pesquisa, curadoria de informações e colaboração virtual, criando comunidades de aprendizagem e ampliando perspectivas no cotidiano de jovens e crianças.

Essa integração torna o conhecimento mais atrativo, possibilitando a exploração de tópicos de interesse, bem como a autonomia, o pensamento crítico, a empatia e o respeito nas interações online.

Outro ponto essencial que estrutura a necessidade dessa implementação na educação é a acessibilidade. Graças ao design universal e à tecnologia, as plataformas são capazes de ampliar as oportunidades de aprendizado de estudantes com deficiências, substituindo ferramentas assistivas tradicionais e maximizando a aprendizagem desses indivíduos.

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Com as ferramentas certas, educadores podem capitalizar essa tendência, fomentando a criatividade e a colaboração, ao mesmo tempo em que guiam os estudantes para uma navegação segura e produtiva nas águas da informação digital.

A influência familiar no incentivo ao uso saudável das redes

A promoção de um uso responsável das redes sociais na aprendizagem depende da atuação conjunta da família e da escola. Conscientes dos riscos associados, é crucial que ambas as partes orientem os jovens de maneira adequada.

No âmbito familiar, a comunicação aberta desempenha um papel vital. Os pais devem criar um ambiente onde os filhos se sintam à vontade para compartilhar inseguranças relacionadas à internet e redes sociais. Estimulando o pensamento crítico, estabelecendo limites de tempo de tela e incentivando uma comunicação respeitosa no ambiente digital, os pais contribuem para o uso saudável das redes.

Neste sentido, as mídias sociais têm o potencial de serem aliadas valiosas na aprendizagem dos jovens, desde que sejam utilizadas com responsabilidade e intencionalidade educativa. A partir disso, é possível oferecer um novo horizonte educacional, conectando os estudantes ao conhecimento de maneira dinâmica e autêntica, os preparando para um mundo digital em constante evolução.

Aline Aparecida de Oliveira é Coordenadora Educacional do Santa Marcelina Belo Horizonte da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional disruptiva e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

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