Com a proximidade do verão, cresce a preocupação em relação aos cuidados da pele, principalmente devido à exposição intensa ao sol, característica desta estação. Por isso, o Dezembro Laranja surge como uma importante campanha para alertar sobre a prevenção e o combate ao câncer de pele, visto que esse é o tipo de câncer mais comum no Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer).
O câncer de pele pode ser dividido em três principais tipos: Carcinoma Basocelular (CBC), Carcinoma Espinocelular (CEC) e o Melanoma, sendo este último o mais grave devido ao alto potencial de metástase, como explica a oncologista Gabriela Filgueiras Sales, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS). “Embora mais frequentes em pessoas acima de 50 anos, esses tipos podem surgir em qualquer idade, principalmente se houver predisposição genética ou exposição solar desprotegida”, comenta a especialista.
Riscos e fatores associados
De acordo com a médica, existem alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer de pele, como exposição prolongada e repetida ao sol e câmaras de bronzeamento artificial. Há também casos em que a doença está associada a feridas crônicas e cicatrizes na pele, assim como ao uso de drogas anti-rejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Há também perfis de pacientes que exigem mais atenção em relação ao desenvolvimento da doença, como pessoas de pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, além daquelas que já possuem histórico familiar de câncer de pele.
Sinais de alerta
Alguns sintomas não devem ser ignorados. Pintas que mudam de cor, crescem, coçam ou sangram são motivos para atenção. Além disso, lesões que se assemelham a verrugas, nódulos avermelhados ou manchas ásperas devem ser investigadas. “Se uma lesão surge de repente, demora mais de quatro semanas para cicatrizar, apresenta alterações de tamanho ou sangramento, é hora de procurar um médico”, reforça.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é crucial. “Na maioria dos casos, o câncer de pele é detectado no início, o que facilita o tratamento e aumenta as chances de cura”, explica Gabriela. O principal tratamento é cirúrgico, mas em casos mais avançados, podem ser necessárias radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia.
Como prevenir?
A prevenção começa na infância e envolve o uso de protetor solar, chapéus, roupas adequadas e óculos de sol. “Mesmo para quem não tem fatores de risco, exames dermatológicos anuais são fundamentais para identificar precocemente qualquer alteração”, recomenda a médica.
A exposição solar controlada é importante para a síntese de vitamina D, mas nunca deve ser feita de forma desprotegida. Embora muito se fale sobre a recomendação de tomar sol sem protetor solar por 15 ou 20 minutos por dia, isso se aplica a regiões próximas aos polos do planeta, onde a incidência de raios solares é baixa. Já aqui, essa quantidade é extremamente alta, ou seja, é possível absorver o necessário à produção de vitamina D mesmo com o uso do protetor. “A proteção solar não é opcional. Ela é essencial para reduzir o risco de câncer de pele e garantir uma relação saudável com o sol. Podemos curtir o verão, mas sempre de forma consciente”, finaliza.