Um disco feito no quarto, com todos os instrumentos gravados pelo próprio artista, que também compôs as canções de variados gêneros, estéticas e propostas, registradas na obra. Assim é “Bitu”, álbum de estréia do jovem cantor, compositor, arranjador e multi-instrumentista cearense Dimitri Bitu, que aparece no cenário musical com um trabalho extremamente diversificado, trafegando por diversas identidades sonoras contempladas em suas composições.
O álbum será lançado nas plataformas digitais no dia 13 de junho, referência também às 13 canções que o integram. A capa do trabalho já foi revelada, no Instagram do artista.
Ao longo do processo, Dimitri sentiu que o álbum precisaria ser duplo, diante das ideias e ritmos que ele tinha em mente. Assim, o álbum “Bitu” aborda diferentes temas, alguns aparecendo com frequência. Um tema comum é a jornada ou viagem, seja ela física ou emocional, e a ideia de buscar algo novo ou diferente na vida.
Outro tema é a reflexão sobre o viver, o presente e as escolhas que fazemos, além de uma busca por existir bem e sem culpa. Há também uma ênfase na música e na dança como formas de expressão e conexão com os outros, especialmente em uma das faixas do trabalho, “Balanço suado”. Por fim, há uma crítica social em algumas das letras, com referências à crueldade, à hostilidade e às fake news na sociedade contemporânea.
Em termos musicais, o álbum transita por diferentes gêneros, como rock, pop e música nordestina, em uma diversidade que dialoga com a variedade de temas abordados. A presença de elementos da cultura popular, como ritmos típicos e expressões regionais, também confere um caráter autêntico e identitário às músicas.
“Comecei a gravar em 2019, sem pretensões, sempre numa curva de aprendizado. As primeiras músicas foram mais simples. Com o tempo, arranjos, letras e gravações ficaram mais complexas”, destaca Dimitri Bitu, sobre o álbum em que rock, frevo, forró, baladas estão lado a lado, unidas pela verve do compositor e pelos timbres, sempre tocados por ele, de teclados, violões, guitarras, gaitas, escaletas, acordeons, sons e efeitos sintetizados, como os de bateria.
“O disco traz coisas da minha vida, em uma apresentação minha. As músicas são sempre do meu ponto de vista sobre as coisas que me rodeiam”, reforça. “Fiz tudo sozinho, muito pra ver se conseguiria realizar tal feito. O álbum duplo ora tem cara de caseiro, ora desafia o que se pode conseguir em um quarto. Definitivamente não é um disco minimalista, e sim uma tentativa de adequar o arranjo a cada composição, tentar buscar o máximo que cada composição tem a oferecer”.
“Bitu” apresenta uma reflexão poética sobre a vida e suas complexidades, com uma abordagem estética e musical que valoriza a diversidade cultural e a pluralidade de expressões.
Das músicas aos vídeos
O lançamento do disco será acompanhado por uma série de clipes, feitos também pelo próprio Dimitri Bitu, a serem disponibilizados regularmente no Youtube, destacando as diversas faixas.
Cada clipe mostrará também uma diversidade visual para acompanhar as músicas. Influenciado por artistas como Beatles, Luiz Gonzaga, David Bowie, Siba, Stevie Wonder, Moraes Moreira, o compositor Dimitri Bitu também assina as artes gráficas de toda a divulgação do álbum.
SERVIÇO:“Bitu”. Lançamento do disco do cantor, compositor e multi-instrumentista cearense Dimitri Bitú. 13 de junho, nas plataformas digitais. Com 13 faixas, o disco foi todo gravado pelo próprio compositor, tocando todos os instrumentos, em casa, de 2019 a 2022. Acesso gratuito ao público. O álbum contará com clipes para todas as músicas, a serem disponibilizados no You Tube regularmente, a partir do lançamento.Redes sociais: https://www.instagram.com/dimitribitu/
………..“Bitu” – O disco faixa a faixaDimitri Bitu comenta as 13 músicas de seu disco de estreia. Todas as composições são de sua autoria, sendo a faixa 5, “Benjamim”, em parceria com Flávio Stambovsky
- “Jornada”“A primeira faixa é na verdade uma sequência de músicas, unidas em uma característica que se mantém ao longo do álbum. Um amálgama do álbum que está por vir. A última faixa gravada representa o ápice da experiência e do conhecimento musical e de gravação adquiridos. Sendo a mais complexa, sintetiza todo o conhecimento e experiência obtidos ao longo do processo de gravação do disco”.
- “Apenas ser”“Essa foi gravada cerca de dois anos antes da conclusão do disco, e já tinha cara de música 2. Uma balada calma, após uma música intensa. Arranjo calmo, letra pesada”.
- “Balanço suado”“Esse forró como terceira faixa do álbum foi para mostrar o contraste drástico das duas faixas anteriores. É uma música dos Beach Boys, com roupagem de forró. A música tem uma base bem Luiz Gonzaga, e fiz questão de trazer o forró pra esse disco, do jeito que gosto”.
- “Barbárie e delícia”“Essa faixa é bem Stevie Wonder, final dos anos 70, começo dos 80. Usei muito som característico da época para trazer autenticidade. Quis fazer uma canção política sobre minha opinião acerca da dicotomia e da separação de lados políticos no Brasil”.
- “Benjamim”“Essa a única faixa que divido composição com o Flávio Stambovsky. Quando compus, pensei num forró, mas ele transformou em um jazz. A minha versão tem uma grande influência de Siba e é uma canção que fala sobre o meu avô e minha infância no Iguatu”.
- “Sempre que precisar, seu tio vai tá lᔓEssa canção fiz para meus sobrinhos. A faixa anterior olha pro passado, essa pro futuro. Uma canção de ninar pra sempre estar com eles”.
- Ópera frevo“Eu quis fazer um frevo diferente do que já ouvi. Um frevo com uma história familiar a quem já passou carnaval em Olinda. Em três atos, com cada momento informando o arranjo. Um frevo de Recife, um maracatu e um frevo de Olinda, uma homenagem à música pernambucana”.
- “Só”“Aqui quis fazer um rock pesado. Decidi fazer a letra sobre isolamento e como isso não necessariamente é uma coisa ruim. Muito inspirada no Iggy Pop, Stooges, Television, The Who, David Bowie, Moraes Moreira, Jeff Beck e Raimundos. É uma música que vai direto ao ponto. Duas guitarras, baixo e bateria com outras coisas pra dar um peso maior”.
- “Corredor”“Essa é uma faixa sobre um relacionamento desfeito e traz uma influência do Velvet Underground e Lou Reed, de acordes bem simples. Tem uma transição no meio. Uma quebra de ritmo para mostrar a incerteza sobre o ponto de vista”.
- “Lina Bo Bardi”“Quis fazer uma música falando sobre arquitetura, minha primeira profissão. Decidi homenagear Lina Bo Bardi, uma das minhas arquitetas preferidas. Quis achar um jeito de falar de arquitetura de maneira mais poética. Cada verso é uma construção dela”.
- “Na praia”“Essa foi a primeira música que eu compus melodia e letra. A letra evoca memórias e sensações de um romance de verão, com uma pitada de melancolia. A composição traz uma rica descrição de paisagens e sentimentos, transportando o ouvinte para um cenário litorâneo único. Tem uma forte influência de Bob Dylan com Neil Young”.
- “De Tamandaré a Maragogi”“Primeira música gravada pro álbum. Um instrumental, meio surf music dos anos 60, para se ouvir num percurso de viagem, vendo a estrada passar”.
- “Palha do Coqueiro”“É uma canção que envolve uma sensação de perda e transitoriedade, enquanto a palha do coqueiro cai e a marca na areia some. A música evoca um sentimento nostálgico, em que a metafórica sereia do mar é a única constância em meio à mudança. Fiz um arranjo com bastante percussão e vocais. Por ser a faixa mais peculiar, deixei para o fim do álbum, esperando que quem chegou até aqui já esteja preparado pra esse som”.