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Relatório inédito aponta 263.765 focos de incêndio em Unidades de Conservação e Territórios Indígenas na Amazônia Legal na última década

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Só em 2021 foram 20.955 focos de incêndio, conforme estudo que aponta desmatamento e avanço da agricultura como principais causas

As Unidades de Conservação e as Terras Indígenas situadas na chamada Amazônia Legal correm risco de incêndio, considerando-se o alto índice de focos de incêndio detectados nos últimos anos. Somente em 2021, 20.955 focos de calor foram identificados na região conforme aponta o recém-lançado relatório da consultoria socioambiental Synergia. Presente na Amazônia há mais de 10 anos, a consultoria passa a reportar os dados de focos de incêndio na região com boletins trimestrais.

De acordo com Marcos Vinicius Quizadas de Lima, coordenador de geoprocessamento na Synergia e responsável pela análise, foram selecionadas 10 áreas protegidas (sendo 5 Unidades de Conservação e 5 Terras Indígenas) que possuem uma quantidade maior de focos de calor identificados nos últimos 3 anos. “Ao se elaborar a cartografia dessas áreas, vê-se que todas estão localizadas na porção centro-sul, na área que coincide principalmente com regiões que têm forte avanço da fronteira agrícola, áreas de cerrado e regiões com conflitos fundiários”, explica.

Relatório inédito aponta 263.765 focos de incêndio em Unidades de Conservação e Territórios Indígenas na Amazônia Legal na última década
O relatório mostra que o terceiro trimestre é sempre o período com maior índice de focos de incêndio em todas as áreas monitoradas, daí a importância de medidas preventivas serem pensadas agora.  “É no terceiro trimestre que ocorre a redução do volume de chuva. Na maior parte das áreas protegidas analisadas, por se tratar de áreas compostas por floresta úmidas e regiões alagadas, onde historicamente o fogo não se inicia de maneira espontânea, concluímos que os focos surgem por uma interação entre clima e atividades humanas. Normalmente essas interações acontecem como método para limpeza de terrenos, para renovação da vegetação e início de temporada de plantio, mas não devem ser essas as causas de incêndio no recorte específico desse estudo, já que essas áreas protegidas abrigam grande biodiversidade, riquíssima cultura e importantes contextos sociais. O desmatamento que as coloca em risco de incêndio pode ter outras origens, como o garimpo ilegal, a criação de bovinocultura extensiva e a extração de madeira “, destaca Lima.

Queimadas na Amazônia impactam clima do país – Ainda de acordo com Lima, os reflexos desse descaso e falta de fiscalização em áreas protegidas da Amazônia Legal, tão importantes na regulação climática do planeta, podem explicar alguns fenômenos atuais, como: a falta de chuva nas regiões centro-oeste e sudeste, que vem prejudicando a produção de alimentos e atingindo grandes centros comerciais; a chuva de cor escura que tomou conta da cidade de São Paulo em 2021; o aumento da emissão de gases contribuintes do efeito estufa; a elevação da temperatura média de muitas cidades do interior; a redução da capacidade das florestas na transformação do dióxido de carbono já existente na atmosfera; entre outros.

Região mais afetada – A área protegida que mais apresentou focos de calor na soma dos 3 últimos anos foi a APA Triunfo do Xingu, que fica entre os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, no Pará, com 8.503 focos e destaque para os identificados em 2021 (1.797). A região é também, de longe, a área protegida que mais apresentou desmatamento nos últimos 3 anos no cenário nacional. Segundo o PRODES, com mais de 1.400 km² de desmatamento entre 2019 e 2021 (equivalente à área do município de São Paulo) essa UC registrou 531 km² de desmatamento só no último ano.

“O que pode ser visto nesta Unidade de Conservação é que o avanço dos focos está intrinsicamente ligado com a ação de desmatamento. Nos últimos anos, essa UC tem sido palco de atividades ligadas ao garimpo ilegal, pecuária extensiva e desflorestamento”, explica Lima.

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O estudo completo traz informações mais detalhadas das 5 UCs e 5 TIs, expondo a fragilidade de cada uma, dentro de uma região que é vital para o equilíbrio climático de todo o planeta. A próxima edição do estudo trará o panorama do primeiro trimestre de 2022, provendo informações relevantes para a sociedade, iniciativa privada e esferas públicas.

*Todos os artigos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam a linha editorial do portal e de seus editores.

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