por Rodrigo Ferrarese
Ao falar de um método contraceptivo – seja o DIU, a pílula, a injeção ou outro, trabalhamos com taxas de eficácia similares. Mas é preciso usá-los corretamente.
“Doutor, se eu tomar esse anticoncepcional não vou engravidar, certo?”
Tenho certeza que você tem essa mesma dúvida e a resposta não é simples. O motivo? Nenhum método contraceptivo é 100% eficaz.
Quando, durante a consulta, oferecemos para a paciente um método contraceptivo, seja ele o DIU (dispositivo intrauterino), um anticoncepcional, a injeção ou qualquer outro, trabalhamos com taxas de eficácia muito similares. Todos são boas opções, desde que usados corretamente.
Embora nenhum, como já apontei, seja 100% infalível, todos apresentam uma boa segurança quando usados do modo como o médico orientou. Sim, estou repetindo essa informação pois ela é essencial ao falarmos sobre a eficácia de um método contraceptivo.
“Então é melhor fazer uma laqueadura”
Não é bem assim, como qualquer outro método contraceptivo, a laqueadura também é falível. Mesmo com uma taxa de falha menor, ela também não é 100% eficaz. Aliás, possui a mesma taxa de eficácia do DIU, sabia?
Sem mencionar que a cirurgia não é a melhor opção para mulheres que não querem filhos neste momento, mas desejam ser mães no futuro.
DIU, pílula, injeção ou implante?
Tanto o implante anticoncepcional quanto o DIU hormonal possuem taxas mais altas de eficácia contra uma gestação indesejada, mas, de novo: todos funcionam bem.
E, importante: não há a necessidade de usar mais do que um método contraceptivo para “dobrar” a eficácia. Inclusive, dependendo da combinação, isso nem pode ser feito. O que você pode fazer é associar a camisinha com algum outro método, o que traz a vantagem de protegê-la também contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Em resumo: confie no seu método contraceptivo!
Sim, todo método pode falhar, mas, acredite: a falha é a exceção. Especialmente (olha eu me repetindo) quando usado da maneira certa.
Por exemplo, a pílula tem sempre que ser tomada pela manhã ou pelo menos no mesmo horário, nos dias certinhos. O máximo de tempo indicado na bula para a variação de horário no uso da pílula são quatro horas – mas idealmente essa variação não deveria ser de mais de uma hora.
Com a injeção anticoncepcional é a mesma coisa: seja ela mensal ou trimestral, ela deve ser tomada sempre no dia do mês orientado pelo médico.
Entender a eficácia de cada método, como ele age no organismo, seus efeitos e de que forma deve ser usado são informações fundamentais não só para escolher o melhor método contraceptivo para você como também para usá-lo corretamente – e sem neuras. Por isso é tão importante conversar bastante com seu médico.
Não use um método achando que ele vai falhar – em vez disso, informe-se para se sentir mais segura (e entenda que a natureza às vezes, ainda, fala mais alto).
Sobre Dr. Rodrigo Ferrarese
O especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (cistos, endometriose), histeroscopias; ( pólipos, miomas), doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, Diu…). Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @dr.rodrigoferrarese ou pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/