O cansaço pode ser explicado quando entendemos o que acontece no nosso cérebro, confira:
Como saber se estou usando muito ou pouco o meu cérebro? Assim como nosso corpo, o nosso órgão mais importante também se cansa e dá alguns sinais sobre isso.
Antes de falar sobre o que você sente quando seu cérebro trabalha é preciso entender por que ele responde desta forma.
Adenosina, muito prazer!
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Nosso cérebro funciona com vários ciclos que acontecem ao mesmo tempo. Tudo começa quando estou concentrado em uma mesma tarefa o que exige uma atividade mental específica e energia do cérebro. “A partir do momento que o cérebro troca informações entre si e as células vizinhas liberam Adenosina, que nada mais é do que uma substância ‘protetora’ que impede a hiperativação dos nossos neurônios. A liberação da adenosina resulta na sensação de fadiga. É o que sentimos quando nos sentimos cansados após uma atividade muito intensa ou longa”, detalhou a neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.
Por que você precisa pausar?
Uma vez fadigado, seu cérebro já não produz como antes, o que explica a importância da pausa entre as atividades – também para manter a produtividade. “Muitas pessoas confundem produtividade em diversos níveis e uma das principais confusões é a de que a produtividade está ligada a exaustão, o que, em termos científicos não faz sentido, uma vez que o cérebro em estado constante de fadiga não consegue responder da mesma forma”, explicou a Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
Como resolver isso?
Agora que você já entendeu a importância do descanso, vamos falar um pouco sobre ele. Existem várias técnicas de gestão de tempo, uma das principais foi criada pelo Italiano Francisco Cirillo. A técnica Pomodoro ajuda a realizar o que queremos do jeito que queremos fazer. Ela sugere, entre outras coisas, um foco maior de 25 minutos seguido de um descanso de 5 minutos, até completar duas horas de tarefa e, como recompensa, um descanso de 30 minutos. “Este tipo de tese está cada vez mais próximo do que a neurociência entende de um uso mais otimizado da energia do cérebro para fins específicos. Outras pesquisas apontam para o mesmo sentido: o cérebro descansado responde melhor em diversas realidades”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
A importância do estilo de vida
O cérebro humano é um órgão incrível, mas, assim como a própria natureza humana, ele também é limitado. Muitas vezes nos alimentamos mal, dormimos mal, nos forçamos a ter motivação por coisas que não gostamos, tentamos absorver um volume imenso de informações e gastamos muita energia tomando decisões fúteis.
“E depois de tudo isso, queremos que o cérebro tenha um desempenho incrível, e perguntamos como fazer para ser mais inteligente! O primeiro passo, que estaria escrito no manual de instruções do cérebro, é respeitar as limitações biológicas e ajudá-lo a ficar saudável”, lembrou a cientista.
Como usar melhor o cérebro em diferentes faixas etárias?
Algumas dicas para usufruir melhor das habilidades do seu cérebro:
1.Não tente guardar tudo na cabeça: Tentar absorver excesso de informação é o erro mais comum das gerações atuais. O cérebro não foi feito para gravar tudo! Eleja seus curadores, quem são as referências confiáveis sobre os assuntos que mais são úteis para você? Use ferramentas externas para registrar ideias e informações: anote ou desenhe tudo que faz sentido e será útil para você, libere espaço mental para as melhores habilidades do cérebro – imaginar e planejar!
2. Questione sempre: Nossa percepção de mundo é totalmente tendenciosa, medimos tudo com a régua das crenças e vieses que construímos desde a infância. Por isso o hábito de questionar e de não ter medo de mudar de ideia pode tornar o pensamento mais flexível, e consequentemente, mais eficiente.
3.Otimize a energia: o cérebro é naturalmente preguiçoso, porque pensar gasta muita energia. Quando forçamos o pensamento durante muito tempo em uma mesma tarefa, provocamos a fadiga mental – estado onde não conseguiremos progredir e ainda comprometemos a qualidade das nossas decisões. O ideal é que haja alternância entre períodos mais curtos de esforço mental com períodos de descanso, ou atividade intelectual alternada com atividade manual.
4.E continue otimizando…: A fadiga mental após o tempo de esforço cognitivo também vale para decisões. Quanto maior o número de decisões que tomamos, menos energia (e menos qualidade de raciocínio) temos para as próximas decisões! A dica é diminuir os atritos de decisão e a rotina aqui é nossa aliada. Deixar o cardápio da semana pronto, a roupa do dia seguinte separada, a agenda visível e organizada são hábitos que poupam o cérebro de tomar uma série de pequenas decisões, que no fim das contas, somam um grande volume!
5. Aproveite o coletivo: Ninguém consegue saber tudo, mas um grupo de pessoas com saberes diferentes pode chegar a ideias muito mais inteligentes! Converse mais sobre ideias e menos sobre as vidas das pessoas.
6. Pense também com o corpo: Use a cabeça, mas use-a junto com o corpo! Pensar sobre um problema caminhando, dançando, ou apenas desenhando e colando post´its pode amplificar sua capacidade de percepção, varie os espaços e os métodos!
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